- Você tem uma mira muito boa. - Bard disse casualmente. - Mas... - viu quando ela o fitou de maneira contestável ao iniciar a frase. - Você faz muita pressão no arco deixando seus ombros muito rígidos e consequentemente isso gasta muito da sua força.
Ela o fitou serenamente.
- Vossa Majestade, eu treino arco e flecha há muitos séculos antes do senhor nascer. Como poderia o senhor tentar me ensinar? - ela sorriu com tal observação.
- As vezes o conhecimento dos homens pode superar os dos elfos.- O rei disse sorrindo gentilmente.
- Então me ensine o seu conhecimento, Vossa Majestade.
Bard apontou para frente. Auriel virou-se de costa para ele pegando outra flecha na aljava. Ele segurou o ombro da elfa com delicadeza.
- Relaxe os seus ombros, assim terá o melhor resultado. - disse sussurrando perto do ouvido da elfa.
Viu os ombros da elfa obedecerem a sua ordem. Com seu dedo indicador levantou levemente o queixo de Auriel. Ajeitou sua postura posicionando o arco rente aos seus olhos soltando a flecha velozmente na direção do alvo. Ela ainda fixava seus olhos na flecha cravada no objeto de madeira quando se afastou do contato com o rei. Auriel virou-se e sorriu para o homem em sua frente.
- O seu conhecimento é admirável. Agora, reconheço que há outro método de atirar flecha no alvo sem utilizar esforço desnecessário.
- Com quem aprendeu a manejar arco e flecha?
- Com o meu pai.
- Ele parece ser um elfo muito sábio.
- Sim... ele é. Tudo o que eu sei em parte foi porque ele me ensinou.
- E a outra parte?- Bard questionou sorrindo.
- A outra parte foram as experiências da vida imortal élfica. - ela sorriu também.
A brisa suave bateu no rosto de ambos.
- Muito bem, você demonstrou sua habilidade como arqueira. Mas agora... será a minha vez. Com licença. - disse pegando o arco da mão de Auriel.
Bard posicionou-se relaxando os músculos de seu corpo. Calculou a distância que iria atirar focando em seu alvo. Soltou a flecha que voou numa velocidade célere cravando na superfície do objeto de madeira. O homem moveu seu lábio em um pequeno sorriso.
- Parece que não é só você que sabe acertar o seu alvo. - afirmou o rei.
- Sou uma arqueira de longos séculos, eu não erro os meus alvos. Eu seria uma vergonha se perdesse para o senhor.
- Nós empatamos. - disse se aproximando dela.
- Não houve ganhador e nem perdedor aqui. Isso demonstra que estamos no mesmo nível.
- Isso era alguma espécie de competição?- ela sorriu - Porque se eu soubesse disso, eu com certeza iria vencê-lo.
- Você é tão confiante. Ser extremamente confiante pode introduzir o orgulho ilusório de sua grandeza, que por sua vez desconsidera e fere a vida de outras pessoas.
- Mas não é orgulhoso ser confiante. Não em excesso. Como enfrentaremos o mundo sem confiança? Nós necessitamos desse sentimento para viver.
- Compreendo o que quer dizer. Mas devemos ter muito cuidado com a confiança.
A elfa pegou o arco das mãos de Bard e o alisou suavemente para depois colocar atrás de suas costas fitando o rei de Valle.
- Como rei o senhor também precisa de confiança para liderar o seu povo. - a elfa afirmou de maneira aconselhável.
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O Sindar e a Noldor
FanfictionA morbidez era o único sentimento que penetrava em Thranduil. Que afirmava com convicção que nunca seria mudado por algo ou alguém. Porém, o Rei Élfico não esperava ser abordado de forma tão profunda por uma elfa Noldor. Enviada para uma missão de...
Capítulo 10
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