Introdução - Copas

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"Toda luta é baseada na decepção." Sun Tzu, A arte da guerra.

Na cidade de São Paulo, em uma casa afastada do centro da cidade, rodeada por arvores e sem qualquer sinal, algumas pessoas sorriam animadas ao se aglomerarem em volta das mesas postas no primeiro andar da casa. Quarenta carros de marcas luxuosas estavam parados em volta da casa de dois andares. A residência que tinha um ar rustico por fora se encontrava bem iluminada em seu interior contrastando com a aparência da fachada. Tapetes persas espalhados pelo chão davam um ar extravagante ao ambiente combinando com as mesas de pôquer e roletas distribuídas uniformemente pelo andar térreo tornava o local irreal. Todo o lugar emanava um ar de requinte difícil de ser obtido. Havia cinco mesas de pôquer e cinco de roletas, e em cada uma dela pelo menos três pessoas participavam ativamente. Os convidados usavam roupas de feitas sobre medida por lojas famosas e exclusivas, suas idades variavam entre vinte a sessenta anos, mas todos tinham algo em comum: suas fortunas eram avaliadas em milhões de dólares. Homens de diferentes nacionalidades com rostos escondidos atrás de máscaras sorriam animados uns para os outros diante das apostas, eles não se preocupavam com o dinheiro gasto naquelas horas em que permaneceriam na casa.

Entre todos os homens, um deles se destacava, seu olhar escuro brilhava ao encarar os homens que apostavam sem restrições contrastando com sua mascara vermelha com detalhes em preto que cobriam o seu rosto indo de sua testa até o seu nariz, seus lábios enganchavam em um sorriso irônico, seu corpo bem estruturado escondido pela sua roupa social apenas ressaltava sua masculinidade. Qualquer pessoa que o olhasse iria suspirar pela sua beleza selvagem e agressiva. As mulheres selecionadas percorriam o local, segurando bandejas contendo bebidas requintadas. O serviço proporcionado era exímio e sem qualquer erro.

O homem de beleza selvagem retirou um maço de cigarros de seu bolso juntamente com seu isqueiro prateado com uma expressão tediosa na face. Acendeu um cigarro, deleitando-se pela sensação intoxicante, logo um cheiro forte de tabaco impregnou o local onde estava. O modo como seu coração estremecia assemelhava-se ao momento em que apostava no pôquer. Um sentimento viciante que o fazia ansiar por uma partida que o excitasse.

Exalou a fumaça ao olhar para o teto, franzindo a testa, recordando-se de seu cliente mais importante que ainda não tinha chegado, um empresário na área de alimentação e que começava a estrear na política.

― King, temos um pequeno problema – Um dos homens se aproximou falando o mais baixo e educado que conseguiu evitando efetuar uma ação que pudesse enfurecer o homem a sua frente.

― Oh, isso é interessante – King, sorriu enigmático – Que tipo de problema? – Desde que começou a realizar jogos clandestinos em São Paulo, aquela era a primeira vez em que escutou tal comentário. Ele estava realmente curioso para saber que problema faria seu segurança temeroso e quem seria responsável.

― Há uma mulher que deseja falar com o organizador — O homem abaixou a cabeça, envergonhado. Por ser a primeira vez em que aconteceu tal situação, se viu indeciso sobre como agir. – Devo prendê-la em algum lugar?

King negou ao menear a cabeça, já que a mulher tinha encontrado a localização, se viu interessado em sua origem, pois a localização era diferente a cada vez que organizava a fim de dificultar qualquer problema com as autoridades locais ou internacionais. Ele mudava de cidade, bairro, estado e pais. Perguntou se a jovem estava sozinha, e ao ouvir a resposta afirmativa, assentiu antes de seguir para a saída.

Caminhou acompanhado pelo segurança até a porta dos fundos da casa, e assim que abriu a porta, tragou mais uma vez para se esquentar. Ele sempre odiou o frio. Franziu o cenho automaticamente ao seguir em frente, parando próximo a um grupo de seguranças que rodeava uma jovem.

Minha ObsessãoWhere stories live. Discover now