Maeve Radry é o tipo de garota que sempre precisou lutar para encontrar o seu lugar no mundo, nada nunca foi fácil, ainda mais tendo que carregar o fardo de um sobrenome tão poderoso e estimado pela sociedade Dark. Para completar a sua luta diária...
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Acordo antes das 07:00 e olho para a janela, em choque com a beleza do campo gramado lá fora, que se entende até a floresta escura. Encontro as meninas se arrumando para o nosso primeiro dia de aula. Desejo bom dia e me levanto, para me arrumar e poder descer com elas ao refeitório.
Fico ainda mais boquiaberta, a cada metro que ando na fortaleza luxuosa e gigantesca da Dark Academy. São uns cem lances de escadas, tudo bem decorado, num estilo palácio da rainha da Inglaterra. Estou num conto de fadas, melhor, num conto das trevas. Daqui a pouco eu vou até cair tonta, de tanto que olho para cima e para os lados. Abigail e Jule estão iguais a mim.
Acabamos nos perdendo pelos corredores, ainda bem que um dos monitores nos ajudou a encontrar o caminho. Eles são sombras, sem rosto e com uma única boca para comunicação. Cheguei a me assustar ao vê-los e ouvi-los.
— Nossa, esses monitores são arrepiantes, já imaginou encontrá-los à noite? Parece um bicho papão.
— E você já viu algum bicho papão? — Jule questiona.
— Não, mas pelos livros de história, parece ser uma criatura horrível — Abigail responde.
Entramos no refeitório, comigo sendo bombardeada de olhares.
— Isso parece te incomodar — Abigail comenta, enquanto servimos nosso café nas bandejas.
— Se refere às pessoas estarem me comendo pelos olhos? Pois sim, acho que estou odiando um pouquinho. Já a minha tia devia amar isso.
— A Lilith Radry? A maravilhosa diaba?
Franzo o cenho e deixo para questionar a Jule depois de nos sentarmos.
— Por que maravilhosa diaba?
— Bom, sua tia foi fantástica na academia, alcançou o grau nove, a nível de causar arrepios em qualquer um. Além de ser muito bonita, maldosa e sem piedade.
— Ela é assim até hoje, nem me surpreende.
— Meninas, é melhor comemorarmos logo, para pegarmos os horários de aulas e os livros na biblioteca.
— Verdade, aquilo deve estar cheio de alunos...
Vejo a Dafne de longe, interagindo com outras meninas. Ela nem me olhou ou sequer tentou algum contato de aproximação. Não vou me importar, eu sei que ela não está feliz por me ver aqui e não vai querer falar comigo, por mais que esteja cheia de perguntas.
— Radry, bom dia. Vem conosco pegar os horários e os livros? — Carrie, a garota que me arrastou ontem à noite, aparece de novo.
Olho para a Abi e a Jule.
Acho que gostei muito mais das duas do que dessa Carrie e do seu grupinho de amigas faladeiras e superficiais.
— Não, obrigada, eu já combinei de fazer isso com as minhas colegas de quarto. Agradeço o convite.
