Jugyeong também estava um tanto cautelosa desde o jogo, Miyeon suspeitando que a maior parte disso era a reação da máquina ao ela anunciar que gostava de alguém. Mas pelos olhares de desculpas e curiosos misturados, parecia que ela se sentia um pouco culpada por fazer perguntas.

— Eu deveria falar com ela sobre isso quando ela voltar. — Miyeon decidiu, enquanto se levantava de onde estava sentada, puxando um dos velhos moletons com zíper que ela trouxera e puxando-o por cima da camiseta, andando pelas abas da tenda e se acomodando no degrau, pés contra a grama seca.

Foi uma pergunta inocente. Sempre foram perguntas inocentes. Mas a garota - e Suho e Seojun - passaram por tanta coisa que perguntas inocentes nem sempre eram assim para eles.

Nunca foi a pessoa que perguntou as falhas, mas as reações poderiam fazê-los sentir-se culpados e as conversas seguiriam em algum momento, seja tranquilizando-os de que não tinham feito nada de errado, ou permitindo-lhes ver vislumbres das coisas de que se lembraram quando as perguntas foram feitas.

E Miyeon decidiu que quando conversasse com Jugyeong, essa poderia ser a segunda opção que ela escolheria, não deixando escapar muito, mas apenas alguma coisa. Ela conhecia o segredo de Jugyeong, então era justo que Miyeon lhe contasse um dos seus.

— Você parece sombrio. E se você franzir a testa, você ficará com rugas. — a voz sarcástica familiar veio de trás dela, e o olhar de Miyeon desviou do chão para Seojun, que prontamente se sentou ao lado dela.

— Parece que você teve o maior susto da sua vida. — Miyeon inclinou a cabeça enquanto olhava para ele - ele parecia bastante pálido, com os olhos arregalados. Seojun encolheu os ombros, não querendo que a garota soubesse o que ele tinha visto enquanto estava na floresta. Foi estúpido, e ele provavelmente imaginou isso, e não contaria a ninguém o que viu.

— Pensando no jogo? — Seojun questionou, os olhos se desviando dela e pousando na tenda do outro lado do campo.

— O que mais eu estaria pensando? — a garota Hwang respondeu com voz amarga. — Eu não teria pensado que você iria querer falar comigo, considerando seus pensamentos anteriores sobre o assunto.

— Claramente não. — Seojun respondeu, a voz tão amarga e fria quanto a de Miyeon havia se tornado. Ele quase não tinha o direito de fazer isso - mas ainda assim o fez, ainda para descobrir a razão pela qual Miyeon não foi a causa da morte de seu melhor amigo. — Esse é o moletom dele, você sabe.

A garota Hwang balançava levemente, um hábito que ela tinha desde que era jovem, mas parou, congelada. — O que? — a mão da garota balançou no ar por um momento, antes de agarrar o tecido enrolado em seu corpo.

— Aqui. — Seojun disse, torcendo suavemente os ombros da garota e puxando o capuz dela, retirando a etiqueta. E assim como ele esperava, na etiqueta estavam as iniciais desbotadas de Seyeon.

— Esqueci que ele me deu isso. — a garota murmurou, com as mãos tremendo enquanto puxava as mangas por cima delas. — Agora você disse, eu lembro dele usando para praticar.

— E deu para você quando saímos da loja de conveniência daquela vez. — Seojun terminou, a mente repassando a memória. Eles ficaram sentados em silêncio por um momento, Seojun olhando para alguma coisa antes de se levantar. — Eu... Uh... Deveria encontrar Chorong e os outros. —

— Boa ideia. — Miyeon respondeu. Tinha sido uma energia diferente entre os dois, e Miyeon não tinha dúvidas de que isso era causado pelo fato de ela ainda não ter contado a ele. — Ei, Seojun.

Ela se levantou do convés da tenda, Seojun fez uma pausa e olhou para trás. — Estou quase lá. Saí daquela casa e acho que posso te contar em breve.

Um sorriso apareceu nos lábios de Seojun, uma onda de emoção inundando seus olhos por um breve momento. E quase como se ela tivesse imaginado, ele desapareceu, substituído pela habitual aparência distante.

— Bom. — Seojun assentiu, afastando-se mais uma vez. Suas palavras não revelaram o alívio exato que ele sentiu, feliz por finalmente ter a chance de confirmar que Miyeon era inocente - algo que ele havia se convencido.

Enquanto Seojun se afastava, Miyeon se acomodou no convés, olhando para cima mais uma vez, vendo Jugyeong parado acima dela, sorrindo sem jeito ao encontrar seus olhos. Miyeon observou sua aparência, rosto sujo e sem um pingo de maquiagem à vista, cabelo um tanto molhado e bagunçado.

— Sente-se. — Miyeon deu um tapinha na madeira ao lado dela, os olhos de Jugyeong se arregalaram quando ela percebeu que a palavra não tinha nada a ver com sua aparência. — Eu já te disse antes, não me importo com sua aparência, você ainda é minha melhor amiga. — Miyeon a tranquilizou, percebendo a hesitação.

Jugyeong parecia ainda se sentir estranha, então Miyeon decidiu iniciar a conversa. — Não teve nada a ver com você quando reagi assim. Sua pergunta... Me lembrou de algo. — ela começou, falando devagar, com palavras cuidadosamente calculadas e pensadas.

— Sim? — Jugyeong tinha uma expressão de puro alívio em seu rosto, sem forçar o assunto e ir além, esperando a garota falar.

— Um mês antes de Seyeon morrer. Ele confessou seus sentimentos. — Miyeon admitidamente suavemente. — Não vou entrar em detalhes, mas... — ela parou, olhando para seu colo enquanto lágrimas escorriam pelo canto dos olhos.

— Você o rejeitou. — Jugyeong percebeu, com a voz gentil enquanto falava. Miyeon assentiu, os ombros tremendo enquanto ela cobria o rosto, dominada pela culpa e sentindo as lágrimas saírem de seus olhos.

E sem dizer mais nada, Jugyeong passou um braço em volta dos ombros dela e abraçou sua melhor amiga.

Parecia que para elas não importava quais segredos eram mantidos no armário, escondidos do mundo. Seja a sua verdadeira aparência ou a culpa que consome todo o seu ser.

De qualquer forma, elas estavam lá uma para a outra.

De qualquer forma, elas estavam lá uma para a outra

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