Você pode me perdoar?

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CARINA DELUCA

— A Maya veio apenas ver se Lizzie está bem, não é, Maya? — pergunto encarando a mesma, que concorda com a cabeça

— S-Sim, e então, ela está bem? — pergunta coçando a garganta

— Está sim, ela acabou de dormir, e é melhor você ir indo também — falo e novamente ameaço fechar a porta e ela impede

— Espera, podemos conversar amanhã? — pergunta coçando a testa

— Vá para casa, Maya — falo impaciente

— Tudo bem — falou saindo enquanto eu fecho a porta

Assim que a porta se fechou, pude sentir o olhar penetrante de Amelia sobre mim. Havia uma tensão no ar, uma irritação mal disfarçada pela visita inesperada de Maya. Eu sabia que tinha algumas explicações a dar, mas as palavras pareciam se perder em minha mente enquanto encarava o semblante sério de Amelia. O silêncio pesava sobre nós, carregado com a energia desconfortável da situação.

— Você não me falou o que aconteceu com Lizzie mais cedo — fala quebrando o silêncio entre nós

— Ela tinha saído da cafeteria sem avisar e Maya apenas ficou preocupada e pegou muito pesado com Lizzie —digo sem entrar em detalhes

— A Maya bateu nela? — diz com os olhos arregalados

— Não, claro que não, a Maya nunca faria isso, ela apenas segurou o braço dela forte — explico um pouco desesperada por ela ter pensado algo assim de Maya

— Tinha que ser a Bishop, ela nunca se esforçou para ser uma boa mãe mesmo —Amelia diz soltando uma risada, o que me deixou um pouco irritada

— Maya é uma ótima mãe para a Lizzie, Amelia —digo passando por ela

— Ah, jura? Porque eu não vejo a mãezona que ela é — Amelia fala em um tom sarcástico

—Ok, eu acho melhor a gente ir dormir, não quero dizer coisas que irei me arrepender— falo subindo para o quarto

— Por que está defendendo ela? Ainda sente alguma coisa? — pergunta com a sobrancelha arqueada

— Claro que não Amelia, pelo amor de deus, que pergunta é essa?— falo com os olhos arregalados

— A SUA filha estava me falando que a Maya é como o pai, e sabe o que eu penso, que talvez seja mesmo — diz me fazendo a olhar desacreditada com aquilo que ela estava falando

— Você não sabe o que está dizendo — digo balançando a cabeça negativamente

— Então me fala, Carina, qual foi o momento mais presente que Maya teve com Lizzie, hm? — Pergunta me encarando — E quando foi que Maya não fez a sua filha chorar? Vamos lá, me fale — fala aumentando o tom de voz

Maya, esteve ao meu lado durante cada etapa, desde o momento em que eu soube que estava grávida até o dia em que segurou Lizzie pela primeira vez. Lizzie não apenas trouxe luz às nossas vidas, mas também nos deu a oportunidade de sermos mães.

Quando Lizzie deu seus primeiros passos incertos, lá estava Maya, e nos momentos de medo, quando o escuro parecia assustador demais, era Maya quem acalmava suas preocupações e a confortava.

Lembro-me vividamente do dia em que Lizzie disse "mamãe" pela primeira vez, e foi a Maya que ela chamou. Não houve ressentimento, apenas alegria por testemunhar o amor incondicional entre elas.

E quando Lizzie se machucou, foi Maya quem a levou às pressas para a emergência, falando que eu iria fazer sarar.

É injusto dizer que Maya é uma péssima mãe, pois ela esteve com Lizzie em todos esses momentos, demonstrando amor, cuidado e dedicação.

PS Tudo ficará bem no final (MARINA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora