capítulo 1 - Garota Comum

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As vezes tentamos seguir um curso com nossas vidas, certos de que aquilo e o certo a fazer. Mas não conseguimos fugir do que nós foi destinados.

Bella

Acordei com o barulho do despertador e os primeiros raios solares do dia em meu rosto. Me sentei na cama e olhei ao redor; percebi que estava em meu quarto. Foi só um sonho, um sonho muito estranho, mas ainda assim um sonho. Massageei as têmporas, e minha mente viajou por alguns segundos, retornando ao sonho e ao homem misterioso. No entanto, me obriguei a esquecer o assunto; foi só um sonho.
Estava cansada e queria muito poder ficar na cama por mais alguns minutos. No entanto, eu tinha que ir trabalhar. Respirei fundo e pulei da cama. Ao sair do quarto, quase caí ao tropeçar em uma bolinha de pelos. Ganhei Nina, minha gatinha, de presente da minha melhor amiga Kathy há uns dois anos, quando terminamos a faculdade. Não foi fácil; tivemos que batalhar muito para conseguir pagar o curso. Assim que nos formamos, conseguimos emprego em uma renomada editora de livros, o que foi incrível, pois eu e minha amiga amamos literatura.
_Bom dia, Nina!
Deixo os pensamentos de lado e me abaixo para acariciar a ordei com o barulho do despertador e os primeiros raios solares do dia em meu rosto. Me sentei na cama e olhei ao redor; percebi que estava em meu quarto. Foi só um sonho, um sonho muito estranho, mas ainda assim um sonho. Massageei as têmporas, e minha mente viajou por alguns segundos, retornando ao sonho e ao homem misterioso. No entanto, me obriguei a esquecer o assunto; foi só um sonho.
Estava cansada e queria muito poder ficar na cama por mais alguns minutos. No entanto, eu tinha que ir trabalhar. Respirei fundo e pulei da cama. Ao sair do quarto, quase caí ao tropeçar em uma bolinha de pelos. Ganhei Nina, minha gatinha, de presente da minha melhor amiga Kathy há uns dois anos, quando terminamos a faculdade. Não foi fácil; tivemos que batalhar muito para conseguir pagar o curso. Assim que nos formamos, conseguimos emprego em uma renomada editora de livros, o que foi incrível, pois eu e minha amiga amamos literatura.
_Bom dia, Nina!
Deixo os pensamentos de lado e me abaixo para acariciar a cabeça da minha gata. Ela me olha com aqueles olhinhos brilhantes que eu conhecia bem.
_ Já vou preparar nosso café da manhã, meu amorzinho.
Me levanto e sigo para a cozinha do meu minúsculo apartamento. Começo a preparar um café bem forte para dar uma animada, se não volto para cama. No entanto, antes de ligar o fogão, meu celular começa a tocar freneticamente em cima da mesa da cozinha. Era Kathy.
_ Bom dia, amiga! Digo ao atender.
_ Bella, você não vai acreditar! Sabe o Fábio, o paquera que estou saindo? Ontem a gente saiu e...
Kathy começa a relatar tudo sobre o jantar romântico que teve com Fábio.
_E então, ele me trouxe em casa. Ele é tão romântico, amiga. Acho que estou apaixonada!
_ Apaixonada? Você conhece esse cara há, o que, duas semanas? Questiono preocupada.
_ Na verdade, uma, mas agora tenho certeza, ele é meu príncipe encantado.
Como trabalhamos em uma editora, Kathy e eu líamos muito. Nosso gênero favorito era romance, e ela enfiou na cabeça que tem um cara igual aos mocinhos dos livros de romance, um verdadeiro príncipe encantado esperando por ela em algum lugar. Ela só precisava procurar direito para encontrar. Não adiantava discutir com Kathy quando ela enfiava alguma coisa na cabeça.
_ A gente se vê daqui a pouco então. Digo para finalizar a conversa e poder ir fazer meu café.
_ Tudo bem, não demora, não terminamos esta conversa. Ela diz e desliga.
Alimento minha gatinha, e saboreio meu café, penteio meus cabelos, Opto por vestir uma calça jeans e uma camiseta branca com a estampa de um cachorrinho. Calço os tênis, pego minha bolsa e saio.
Depois de pegar dois ônibus, chego na editora, dez minutos atrasada. Caminho em direção à minha mesa para começar a trabalhar, antes que minha chefe me dê uma bronca. Entretanto, antes de alcançá-la, sou interceptada por uma Kathy eufórica.
_ Bella, até que enfim você chegou! Estou ansiosa para te contar tudo.
Ela me arrasta até um canto e começa a contar (de novo) tudo sobre seu jantar romântico. Ele a convidou para sair, foi buscá-la em casa, tiveram um jantar super romântico, depois caminharam na praia, deram uns amassos, e ele a levou de volta para casa. Agora, ela está completamente apaixonada.
_Amiga, ele é tão romântico, atencioso e gentil. Solta um suspiro apaixonado.
_ Que bom! Fico feliz em te ver feliz!
Kathy e como uma irmã mais nova para mim desde o colégio, conheço ela muito bem. Nunca conheci meus pais ou qualquer membro da minha família, cresci em um orfanato. Portanto, Kathy é o que tenho mais próximo de uma família.
_ Obrigada, amiga. Você sabe o quanto sua opinião é importante para mim. Damos um abraço bem apertado e caminhamos até nossas mesas de trabalho, que ficam lado a lado.
Trabalhamos até o fim do dia, revisando um livro que seria lançado na próxima semana. Quando entro no elevador para ir embora, meu único desejo é chegar em casa e cair no sofá.
_ O que acha da gente sair pra beber, comer alguma coisa? pergunta minha amiga, parecendo muito animada.
_ Não sei não, estou cansada. A única coisa que eu quero é ir pra casa, tomar um banho e dormir.
_ Ah, não. Te conheço muito bem. Você nunca sai, sempre diz que está cansada ou que está atolada no trabalho. Hoje você vai sair pra beber comigo, e eu não aceito um não como resposta.
_ Mas...
_Sem mas, você vai e ponto final.
Sou interrompida antes de conseguir pensar em uma desculpa.
_Tudo bem. Acabo cedendo.
A noite estava fria, e o vento que soprava deixou meus cabelos totalmente desalinhados.
Decidimos ir a um barzinho que ficava perto do meu apartamento, pedimos cerveja e alguns petiscos.
_Você está tão quieta hoje! você está bem? aconteceu alguma coisa? Questiona minha amiga parecendo preocupada.
_Estou bem, e só que...
_ Só que...? Ela Incentiva
_ Eu tive um sonho estranho.
_ Um sonho? Sobre o que?
_ Bem... Eu estava em um campo de rosas vermelhas, era tão lindo, mas não estava sozinha, tinha um homem lá também ,e ele me olhava de um jeito... Não sei parecia me conhecer sabe ?
_ Não, não sei. Ela Concluí depois de pensar um pouco.
_ Você conhece esse homem ?
_ Não, quer dizer, não tenho certeza. Ele me olhava de longe; não vi o rosto dele, mas acho que não o conheço. Ficamos em silêncio por um tempo, apenas comendo e bebendo, até Kathy quebrar o silêncio.
_Acho que você deveria conhecer alguém. Esse sonho pode ser o seu subconsciente tentando dizer isso.
_ Não preciso conhecer ninguém. Estou muito bem sozinha.
_ Ninguém fica bem sozinho. Todos nós precisamos de alguém especial em nossas vidas.
_ Não preciso conhecer ninguém. Repito para que ela entenda.
_ Você é teimosa como uma mula. Resmunga fazendo uma careta.
_ Olha quem fala.
Ficamos bebendo no barzinho até tarde. Kathy não tocou mais no assunto do sonho, e por algum motivo, me senti aliviada por isso. Ela obtou por dormir no meu apartamento, já estava tarde e provavelmente seu ônibus já tinha passado; além disso, táxi aquela hora da noite era muito caro.
Quando acordo no dia seguinte, minha cabeça lateja, parecendo que vai explodir. “Eu com certeza bebi além da conta na noite passada,” penso, já arrependida. Em momentos como aquele, prometia a mim mesma que não beberia nunca mais na minha vida, mesmo sabendo que não cumpriria a promessa.
_Levanto da cama, pego meu celular no criado-mudo e quase tenho um ataque cardíaco ao ver as horas.
_ Kathy, Kathy, acorda, estamos mega atrasadas.
Tento acordá-la, sem muito sucesso.
_ O quê? Que horas são? Pergunta, sonolenta e meio confusa.
_ São sete e dez, levanta, vamos, vamos.
Corro até o banheiro para me arrumar. No entanto, a campainha começa a tocar, e eu não tenho ideia de quem podia ser.
_ Kathy atende a porta pra mim. Grito enquanto escovo os dentes.
Alguns segundos depois a ouso dizer.
_ Bella vem até aqui, visita pra você, parece importante.
Visita pra mim ? Mas quem iria me visitar ? a única pessoa que vem na minha casa e a Kathy, penso estranhando a situação. Enxáguo a boca e vou até a sala.
Há um homem de uns 40 anos, alto, e magro sentado no meu sofá, ele vestia um terno preto e segurava uma pasta da mesma cor, quando me vê, se levanta e vem até mim.
_ Senhorita Isabella Beaumont da Silva? Indaga o homem.
_ Sou eu. Digo não sei o que é mais estranho um homem que nunca vi na vida na minha sala ou ele saber meu nome completo, será que era cobrança? Tenho certeza que minhas contas estavam em dia, ou não estavam ? já estava suando quando ele finalmente falou.
_ Meu nome é Vitor Cabral eu era advogado do senhor Thomas Beaumont dos Santos. Ele diz e me estende a mão, em comprimento, aperto a mão dele eu aperto por educação.
_ Desculpa, mas eu não conheço o senhor e também não conheço ninguém chamado Thomas Beaumont.
_Como não o conhece?
Ele olha pra mim, acho que espera que eu diga alguma coisa, como permaneço calada, então ele continua a falar.
_ Bom, ele era um homem muito rico, infelizmente morreu recentemente. Porém deixou uma grande fortuna em dinheiro, propriedades e ações em grandes empresas para você.
_ Pra mim? Pergunto sem entender.
_ Pra ela? Questiona Kathy tão chocada quando eu.
_ Se seu nome é Isabella Beaumont da Silva, sim pra você!
_ Mas eu nem conheço esse cara porque ele deixaria algo pra mim?
_ Diz aqui que você era neta dele e por isso foi nomeada sua única herdeira.
_ Nossa, não acredito! você está rica! Diz Kathy sorrindo como uma criança que acaba de ganhar um doce.
_ Pra ser mais exato, ela está milionária. Esclarece o advogado, como se fosse algo comum, que acontece todo dia.
_ Eu nem conheço esse cara não posso ser herdeira e muito menos neta dele.
_ Posso levá-la pra conhecer as empresas, as propriedades, sabia que você herdou uma linda casa em uma cidadezinha do interior?
_ Uma casa ?
Pergunta minha amiga, parecendo muito interessada no assunto.
_ Sim, uma linda propriedade, só precisamos dar início na papelada pra que você assine, e pronto você se torna oficialmente dona de tudo.
_ Isso é o máximo, você está milionária!
Comemora minha amiga fazendo uma dancinha pra lá de esquisita, acho que ela esqueceu que ainda estava de pijama.
_ Desculpa Senhor..?
_ Vitor, Vitor Cabral. Responde prontamente.
_ Senhor Vitor, eu não posso aceitar esse dinheiro, nem conhecia esse cara.
O homem franze a testa, evidenciando as rugas que marcam seu rosto.
_ Entendo.
Diz, mesmo parecendo não entender nada, totalmente espantado com minha reação.
_ Então eu vou embora, Mas fique com meu cartão e se por acaso mudar de ideia, me ligue. Ele me entrega um cartão com um nome e telefone.
_ Obrigado. Pego ainda muito confusa e sem saber o que fazer.
Ele caminha até a porta e eu o acompanho.
_ Tenham um bom dia!
_ Você também. Kathy responde por mim. Quando a porta se fecha, me sinto aliviada.
_ O que foi isso? O que você acabou de fazer? Pergunta minha amiga, chocada com minha reação.
Olho para ela confusa; minha cabeça gira, meu mundo virou de ponta-cabeça. Ontem, eu era apenas uma garota comum que trabalhava com livros; hoje, sou milionária. Eu tinha tantas perguntas, entretanto, não tinha ninguém para respondê-las.
Quem é Thomas? Se eu tinha um avô, por que me deixaram no orfanato? Será que finalmente vou encontrar alguém da minha família? Será que eu quero encontrar alguém da minha família depois de tantos anos?
_Não sei.
Confesso, mais pra mim mesma do que para Kathy.

Atraídos pelo destino ( Degustação )Where stories live. Discover now