02| Boulevard of Broken Dream

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Porsche saiu do trabalho às 20:30, mais cansado que tudo, eu também não fiquei atrás, hoje foi o dia bem caótico, tirando o soco que eu levei, gosto de dias assim. Ainda não entendi o porquê levei o soco, quem tem esse tipo de reação por algo tão simples, fico imaginando se fosse outra pessoa no seria revidado ou ficar indignado por ter sido demitido, minha demissão também pode não fazer sentido, mas parece que quando você mexe com qualquer pessoa de Bangkok que tem envolvimento com a máfia, as coisas geralmente funcionam assim, eles mandam, você obedece, parecendo até um cachorro adestrado.


- Eu não aguento mais trabalhar. - Diz o Porsche, começando a puxar assunto, enquanto começávamos a caminhar para casa.


- Eu gosto de trabalhar aqui, a esqueci que eu não tenho mais trabalho, mas eu já falei que você pode parar de trabalhar, eu posso lidar com as contas sozinho. - Afirmei para a pessoa a meu lado.


- Isso é o que eu não entendo, como você tem dinheiro? Assim como eu, você não tem família por perto, e muito menos um trabalho decente. - Falou Porsche franzindo o cunho. - Eu sei que você trabalha por diversão, Pete, mas quero saber o porquê ou o que de estar dando dinheiro, juro que cheguei a pensar que você é garoto de programa. - Completou Porsche rindo do que acabou de falar. Por isso que eu amo esse cara.


- Quem foi a pessoa que ficou rica sendo garoto de programa? Me apresenta, eu quero começar, e não, eu não sou garoto de programa, mas você sabe que eu mexo com tecnologia, e sou bom nisso. É fácil ganhar dinheiro com isso, é como as lutas clandestinas que você participava, só que sem a parte do sangue, morte e ossos quebrados. - Afirmei.


- Isso dá dinheiro ao ponto de você conseguir ficar sem trabalhar, sei que você odeia falar disso, sinceramente é bem suspeito. Tem muitas perguntas não respondidas, você simplesmente ignora todas as que eu faço e outra fala que não pode responder porque...


- Quanto menos você souber de mim melhor. - Falamos juntos.


- Mas é a verdade, Pete, infelizmente, como já falei, minha vida passada tem que ficar no passado. - Indaguei. - Não é nada demais, são apenas traumas.


- Eu sei, confio em você, mas se você for um rico que está fazendo teste de humildade, eu vou ficar puto por você fazer isso. E eu sei que você está se escondendo, isso está na cara. Mesmo que você negue. - Falou em tom de afirmação. - Que crime você cometeu para viver assim? Você é um assassino de aluguel, ou um membro do exército ou sei lá, garoto
de programa ainda está na minha lista.


- Eu não sou garoto de programa, sou bonito demais para isso, seria muito caro. - Digo ao moreno ao meu lado.


- É SÓ ISSO QUE VOCÊ VAI NEGAR, PETE. - O mais novo falou indignado.


- OH MEU BUDA, SOCORRO. - Gritei rindo para o moreno, que estava com uma cara chocada.


Enquanto caminhava ao lado de Porsche, as palavras dele reverberavam na minha mente, misturando-se com o som dos nossos passos. O dia tumultuado parecia se dissipar à medida que nos afastávamos do meu agora ex-local de trabalho. Por mais que eu não precise trabalhar, eu gosto, é bom estar em movimento. Chegamos em casa, e a noite se estendia diante de nós. Porsche, meu amigo de longa data, persistia em suas perguntas sobre as fontes misteriosas de dinheiro que sustentavam minha vida incomum. Eu continuava evasivo, mantendo o véu sobre meu passado. Mesmo que eu confie nele, tem coisa que não precisa ser dita.

Revenge termsOnde histórias criam vida. Descubra agora