14. Apresentando Alexandria.

239 22 7
                                    


Maya Matthews.

Suspirei profundamente, meu olhar encontrando o de Carl, que estava incrédulo com a revelação do nosso beijo. Era como se pudesse sentir o peso das palavras não ditas entre nós. Então, voltei minha atenção para Derek, determinada a esclarecer as coisas.

— Olha, eu posso ter mentido muito, mas eu nunca menti para você. Você sabe que as pessoas da comunidade são ruins. Se não fosse por mim, Negan mataria todos vocês. Eu consegui salvar você e sua irmã, e mais algumas pessoas boas. — Declarei, encarando Derek com sinceridade.

Derek, inicialmente resistente, deu um suspiro resignado. Seu olhar encontrou o meu, e pude ver um traço de gratidão misturado com a mágoa.

— Maya, eu não queria acreditar, mas você estava certa. Obrigado por salvar a minha irmã. — Ele admitiu, dando o braço a torcer diante da verdade.

Enquanto isso, Carl parecia inquieto, suas expressões revelando o desconforto com a situação. Não pude evitar notar seu olhar questionador.

— Então, tudo entre vocês dois foi real? — Carl perguntou, sua voz carregada de incerteza.

Eu assenti, mantendo o olhar firme.

— Eu nunca menti pra ele mas isso não importa, temos que buscar o pessoal— Respondi fingindo não entender o que Carl estava perguntando.

— Certo, vamos logo. Quero ir para casa. — Ele disse, impaciente, dando o tom de urgência à nossa jornada de volta à comunidade. O caminho à frente parecia carregado de emoções não resolvidas, mas precisávamos lidar com as consequências do que aconteceu e seguir em frente.

O pôr do sol tingia o céu de tons dourados quando finalmente chegamos a Alexandria. A tensão da jornada havia dado lugar a um misto de alívio e expectativa. Os novos integrantes, aqueles que eu havia salvado do santuário, eram pessoas boas que agora buscavam um recomeço em nossa comunidade.

Assim que adentramos os portões, Carol veio correndo na minha direção. Seus olhos transbordavam gratidão e preocupação. Sem hesitar, nos abraçamos com força, como se aquele gesto pudesse aliviar toda a carga que carregávamos.

— Maya, aí meu Deus, você voltou. — Carol perguntou, seus olhos marejados.

Sorri, reconhecendo a sinceridade em suas palavras.

— Estamos todos seguros agora. Vamos ajudar o pessoal a se estabelecerem. — Respondi, determinada a garantir que cada pessoa encontrasse um lugar seguro e acolhedor em Alexandria.

Durante horas, trabalhamos juntos, ajudando os recém-chegados a encontrar abrigo, alimentos e se integrarem à nossa comunidade. Rick, como sempre, estava no comando, e eu compartilhei todas as informações que tinha sobre essas pessoas, suas histórias e suas motivações. A troca de informações era crucial para manter a segurança e a coesão em Alexandria.

Ao anoitecer, quando a agitação diminuiu, eu me dirigi de volta à minha casa. Foi então que encontrei Carl, sentado na frente da porta, olhando fixamente para o horizonte. Seu olhar se encontrou com o meu quando me aproximei.

— Precisamos conversar, Maya. — Ele disse, sua expressão séria e determinada.

Assenti, entendendo que as conversas pendentes finalmente estavam batendo à nossa porta.

—Pode falar— Cruzei meus braços, me apoiando no corrimão da escada, olhando Carl suspirar.

—Você foi embora, não me deixou explicar o que aconteceu entre eu e Enid aquele dia, você fugiu— Olhei pra ele como se fosse o óbvio, eu sabia tudo que havia feito, ele não precisava me contar— Eu não beijei ela, ela  me beijou, eu recusei o beijo.

Encarei Carl, absorvendo suas palavras. A tensão que pairava entre nós começava a se dissipar enquanto ele tentava se explicar. Senti um nó se formar em minha garganta, misturando as emoções que haviam se acumulado durante aquele dia tumultuado.

— Carl, eu... — Comecei a falar, mas ele levantou a mão, interrompendo-me.

— Eu sei que não deveria ter deixado você partir mas quando eu vi as coisas ficaram complicadas, e eu nunca quis te magoar. — Ele admitiu, seu olhar buscando o meu em busca de compreensão.

Assenti, compreendendo a complexidade da situação. Respiramos fundo, absorvendo o peso do que estava sendo revelado. Uma sensação de alívio misturada com a compreensão começou a se instalar entre nós.

— Maya, eu não queria que você pensasse que eu... que eu escolhi ela em vez de você. — Ele disse, a vulnerabilidade marcando suas palavras.

Olhei no olho de Carl, vendo a sinceridade em sua expressão.

—Certo, eu não sei o que falar agora— Foi a primeira coisa que eu disse, passei as mãos pelo meu rosto e em seguida olhei pra ele que parecia pensativo. — Eu acredito em você mas não é um bom momento.

—E qual a razão de não ser? É por causa daquele cara? O Derek? Você gosta dele?— Eu gostava? Derek foi um ótimo amigo nesse último mês, eu esquecia de Carl quando estava com ele.

Eu tô em um apocalipse zumbi, fala sério, eu não posso ficar entre duas pessoas, isso é ridículo.

—Eu... É complicado, Carl— Carl se levantou das escadas e se aproximou de mim.

— Maya, precisamos lidar com isso. Não podemos deixar as coisas ficarem complicadas entre nós. — Carl disse, sua expressão refletindo a preocupação.

Suspirei, sentindo a pressão do momento.

— Carl, você é importante pra mim, e o que aconteceu hoje, o que aconteceu com Derek, não muda isso. Mas preciso de tempo para entender tudo. — Tentei explicar, escolhendo minhas palavras com cuidado.

Carl assentiu, parecendo aceitar a resposta, mas sua insegurança ainda pairava no ar.

— Eu não quero te perder, Maya. — Ele confessou, seu olhar fixo no meu.

Os lábios de Carl encontraram os meus em um beijo que carregava a urgência de emoções não ditas. Por um momento, o mundo ao nosso redor desapareceu, e era apenas a conexão entre nós dois. O beijo era cheio de complexidade, misturando as tensões do passado com a promessa de um futuro incerto.

Quando nos separamos, nossos olhares se encontraram, e a troca silenciosa de sentimentos revelava mais do que palavras poderiam expressar. Era um momento de entendimento mútuo, uma pausa no turbilhão de acontecimentos ao nosso redor.

— Isso não resolve tudo, mas é um começo. — Carl sussurrou, sua voz carregada de sinceridade.

Assenti, sabendo que muitos desafios ainda estavam à nossa frente, mas por agora, o beijo era um elo que nos ligava, um sinal de que estávamos dispostos a enfrentar juntos o que quer que o futuro reservasse mas minha vida não era tão fácil, nem aqui e nem na minha realidade e agora, eu tinha que resolver com Derek que saia de dentro da minha casa com Carol e tinha presenciado tudo.

Wake Me Up • Carl Grimes Where stories live. Discover now