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07 || Os Espinhos de uma Rosa

"Você nunca conhece realmente as pessoas

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"Você nunca conhece realmente as pessoas. O ser humano é mesmo o mais imprevisível dos animais."

Hilda Hilst

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As criadas corriam atrás dos dois pares de gêmeos Reais pelos caminhos dos jardins sob o escaldante sol de Porto Real durante o segundo dia oficial do Torneio- as próximas lutas do corpo-a-corpo aconteceriam durante aquela tarde, o que dava aos nobres algumas horas vagas pela manhã para aproveitarem para descansar ou vaguear pelos inúmeros corredores.

Alguns ainda dormiam pela bebedeira sem fim da noite anterior, além de que outros acabaram passando a noite em bordéis da cidade e a pouco começaram a retornar para os olhos de suas esposas.

Outros estavam interessados em aproveitar da estadia na Fortaleza Vermelha, tanto pela comida como pela hospitalidade oferecida, já que pequenos nobres também haviam vindo prestigiar o Rei e sua celebração e aproveitavam do momento para conhecer fatos da vida da "verdadeira nobreza".

Também haviam aqueles que gastariam aquelas horas em busca de aliados, trocas comerciais, acordos, casamentos para filhos e filhas, rever velhos amigos e inimigos ou simplesmente fofocar sobre algo- era de conhecimento geral de que muitos dos nobres presentes desejavam entender a logística por trás das duas facções.

Poucos iam ao vasto e belo jardim da Fortaleza Vermelha e, por esse mesmo motivo, que duas das três Princesas haviam recorrido aos arbustos podados e flores vivas naquela manhã- um convite havia chegado aos aposentos de Rhaenyra Targaryen, no entanto, ela o negou instantaneamente para tratar de "negócios privados" com o Rei Viserys. Dessa forma, restava a Helaena Targaryen e Visenya Targaryen a companhia dos filhos e de um par de criadas para os entreter enquanto as mesmas deveriam "desfrutar de seu tempo livre"... Helaena parecia demasiadamente entretida em seu novo bordado de uma libélula, enquanto Visenya apenas parecia existir sob a sombra de uma das árvores.

A Luz da Corte, como era conhecida, já havia se cansado de gracejos e sorrisos vazios, assim como da tensão em sua cabeça- infelizmente, haviam longos dias pela frente e ela sabia disso. Com tal fato em mente, ansiava a liberdade de estar nos céus e com a companhia única de seu bestial dragão... até mesmo se via aceitando voar ao lado de todos os outros montadores para se ver livre das pessoas comuns que abarrotavam a Fortaleza, no entanto, isso fora negado a ela também.

Então, foi deixada com seus pensamentos- não era muito seguro para alguém com tantos devaneios estar sob a sombra de sua própria mente, porém, era o que restava a ela naquele momento. Nunca poderia negar que Helaena era uma das poucas companhias que realmente gostava em Porto Real, já que a semelhança entre a infelicidade delas em suas respectivas vidas pareceu uni-las mais do que uma infância inteira dentro de um solar com uma Septã ditando ordens e orações, no entanto, nada poderia comparar-se ao tempo em Pedra do Dragão e ao seu amor e devoção por Rhaenyra.

ZALDRIZES || HOUSE OF THE DRAGON Where stories live. Discover now