"Daenerys Targaryen fechou os olhos para que Visenya Targaryen pudesse abri-los"
Os Deuses da Antiga Valiria dão uma segunda chance para a Dinastia Targaryen e, assim, após a terceira e última traição na vida da Mãe dos Dragões, quando Jon Snow a em...
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"Os homens quando não são forçados a lutar por necessidade, lutam por ambição."
Nicolau Maquiavel
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Parte II
O vestido a sufocava aos poucos- pensou que pudesse ser o tecido que parecia roçar incessantemente em sua pele, incomodando principalmente em sua dúzia de hematomas e cortes acumulados ao longo das três luas que passou em Pedra do Dragão. Tocou o tecido vermelho com a ponta dos dedos, alisou as riscas formadas na saia... estava visivelmente inquieta. O seu longo cabelo prateado havia sido seco pelas criadas com toalhas felpudas após o seu, com duas tranças finas feitas nas mechas da frente e presas atrás de sua cabeça, deixando grande parte dos seus fios soltos- algumas mechas caíam nas pontas em cachos grossos e abertos, que iam até a próximo de seu quadril e que exalavam o perfume forte dos óleos de rosas.
A Princesa Targaryen sentia os fios pesados, ainda levemente úmidos mesmo após o árduo trabalho de suas criadas em seca-lo a tempo do jantar. As três luas que passou em Pedra do Dragão fizeram com que a jovem se acostumasse a mantê-lo totalmente preso, tanto pelos rotineiros treinados ao lado de Daemon como pelos voos com Vermithor nos últimos dias. Apesar de todo o incômodo e a agitação que se misturavam irritantemente na mente da garota, ela se permitiu ser vestida com um de seus novos vestidos- vermelho antigo, polido, com o duro corpete moldado entre as suas camadas e ainda mais evidenciado pelas linhas douradas que, por sua vez, iam do busto até os pés da jovem, em um intrínseco e rico bordado de losangos com pequenas pedras circulades em seu interior. Seu quadril acabou ficando maior pela camada extra de tecido que havia sido costurada ali, de seda lysena e sem nenhum bordado em sua textura tão brilhante e nova.
Ela queria se sentir bela, no entanto, seu incômodo a impedia de tal pensamento. Ao invés disso, Visenya Targaryen apenas permitiu-se ser trajada pelas criadas, moldada a sua antiga perfeição e polidez e, no momento devido, saiu escoltada de seus aposentos ao lado de Sor Darklyn. Diferentemente dos dias em Pedra do Dragão, o membro da Guarda Real não era tentado por figuras místicas e bestiais esculpidas nas pedras das paredes. Na verdade, ele apenas olhava para frente e fazia com que Visenya sentisse o seu pescoço queimar pelo olhar duro do homem.
Continuou em silêncio ao mesmo tempo que era engolida pela ruidosa corte e sua centena de pés nervosos.
Ela sabia o caminho. O conhecia extremamente bem, já que já havia percorrido aqueles corredores e escadarias mais vezes do que poderia contar e, mesmo assim, Visenya foi escoltada até o andar inferior aos aposentos do Rei Viserys, seguindo o largo corredor até seu final, o qual guardava muito bem os aposentos da Rainha- aposentos esses que, quatorze anos antes, haviam pertencido a sua falecida mãe. Sor Criston Cole fazia a guarda ao lado da porta, já que havia se tornado o escudo juramentado da Rainha Hightower quando Visenya ainda era um bebê de colo; Cole olhou para os dois recém-chegados, cumprimentou seu irmão juramentado e deu um leve aceno para a Princesa que, por sua vez, o respondeu tão trivial quanto ele. No entanto, antes que pudesse respirar profundamente uma última vez, a porta foi aberta diante de si e o interior do quarto foi revelado minimamente pelas mãos de Sor Cole.
