A ansiedade pela reciprocidade

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Eu sou como várias partes
Das artes
Que as pessoas foram.


Eu me identifico
Com cada uma delas
Talvez seja por isso que as dedico
Minhas aquarelas.


Venho a regar
As plantas que quis plantar
Sem ao menos esperar
Que venham a aflorar.
Muitas vezes nem espero que consigam vingar,
Tudo que tenho a desejar
É uma boa companhia
Ao acordar.


Eu não me sinto vivo
Se não estou ao vivo
E apesar de temer o público
Eu me dedico
Para ser consumido.


O calor me enrola,
O palco me apavora,
A língua se embola
E contar sempre a mesma história
Me amola.


Se algum dia vierem a me reconhecer
Temo que já não esteja aqui para ver,
Seja em meu leito de morte
Ou por amadurecer.


Haverá coisas em que sempre irei pensar,
Mas mudarei meu jeito de as observar.

Viver sem se esconder. (POEMAS).Where stories live. Discover now