Onde ela está?

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Quando a noite chegou, Aurora já estava pronta. Hunter bateu em sua porta exatamente às 19:00 e por alguns segundos ficou paralisado. Sua noiva vestia um vestido de cor creme com detalhes dourados, elegante e justo o suficiente para valorizar suas curvas. Seu decote, apesar de comportado, deixava muito a imaginar a quem o observasse e o médico não deixou esse pequeno detalhe passar despercebido.

— Vamos? — ele perguntou cordialmente depois de alguns segundos, recebendo um sorriso em resposta.

— Vamos. — Aurora passou por ele e caminhou em direção à porta. — Anunciemos nosso noivado ao mundo de forma elegante, querido.

Hunter não pôde deixar de sentir a alfinetada, mas relevou o comportamento de Aurora. Ainda que estivesse com raiva, sua noiva o tratava melhor do que um mês atrás quando se conheceram e isso já era um avanço e tanto considerando a situação em que se encontravam.

O casal chegou ao evento de mãos dadas. Fotos foram tiradas e especulações foram feitas. Por que a top model Aurora Smith estava acompanhada com o famoso médico Hunter Johnson? Estariam eles cooperando com as empresas pelo bem de suas famílias?

Hunter foi recebido pelo anfitrião do evento com um caloroso sorriso que espressava as dúvidas de todos os que andavam antenados tanto no ramo da moda, quanto no ramo da medicina.

— Aurora e eu estamos noivos — ele falou para o anfitrião, que não escondeu sua cara de surpresa.

— Devo dar-lhes os parabéns então — o homem sorriu. — É muito bom saber que construirá uma família. Mas porque não vi o anúncio em nenhum lugar? Certamente com a união de vocês as empresas terão alta no mercado de ações
.

— Pode ser, mas o nosso casamento não é um acordo comercial, senhor Romam. — Aurora falou assim que percebeu as intenções do homem. — Hunter e eu vamos nos casar porque nos amamos.

— Claro, senhorita, não quis ofender — o homem sentiu-se envergonhado por um momento. — Sejam bem vindos! Sintam-se em casa.

Agradecendo educadamente, Aurora e Hunter se afastaram. A jovem já não estava gostando daquele lugar e ver como as jovens solteiras suspiravam quando viam seu noivo a fazia revirar os olhos.

"Com tanta mulher solteira no mundo, porque logo eu tenho que me casar com esse idiota?"

— Com licença, vou ao banheiro.

Aurora se levantou e caminhou graciosamente até o outro lado do salão. Tudo o que queria era dar um tempo ficando longe de Hunter e das fãs do seu noivo que não paravam de babar nele.

"Tudo bem que é bonitinho, mas nem é tanta coisa assim… Sinceramente, não vejo motivo para babarem tanto."

Aurora continuou por um tempo afastada, apenas observando como Hunter se saía com aquelas mulheres que se aproximavam com segundas intenções.

Enquanto isso, o homem não via a hora de ter sua noiva por perto, em parte para que sua tortura, com aquelas jovens cheias de expectativas, acabasse, em parte por que já estava estranhando o sumiço da mulher.

— Com licença — disse ele para uma jovem que o abordou e falava o tempo todo que se formaria em medicina e que ele era uma de suas maiores inspirações. — Eu preciso ir, nos falamos depois.

— Mas nem me disse como faço para…

Humter não escutou o que mais a jovem falou, estava preocupado com Aurora, já tinha meia hora que ela havia saído de perto dele e desde então não a viu.

Hunter pegou seu telefone e fez uma ligação.

— Preciso de você aqui agora.

Ele desligou e continuou procurando por Aurora.

— Hunter!

O homem de virou de repente, parando abruptamente.

— Está procurando por sua noiva? — Helena sorriu. — Receio que não vai encontrá-la aqui. Eu a vi saindo com um homem há poucos minutos.

Hunter franziu a testa. "Um homem? Quem Aurora conheceria aqui para ter tanta intimidade?"

— Você tem certeza? — ele perguntou com frieza, não sabia se podia confiar em Helena.

— O que eu ganho mentindo? Se quiser, te mostro por onde eles foram.

Helena acenou para que ele a acompanhasse, parecendo ofendida com a dúvida do homem.

Hunter se viu obrigado a segui-la, não queria acreditar que Aurora o trairia, ou pior, tentasse fugir novamente.

O nervosismo começou a tomar conta dele, saber que irritou Aurora antes de estarem ali o fazia pensar em todas as possibilidades que pudessem envolvê-la.

Eles caminharam por alguns minutos, afastando-se das pessoas, entrando em um corredor vazio.

— Eles vieram nesta direção — Helena acenou, mas depois falou, confusa: — Não sei para onde possam ter ido, não conheço esse imóvel, é apenas a segunda vez que venho aqui.

Hunter conhecia aquele imóvel. Ele sabia para onde dava aquele corredor. Seu semblante tornou-se cada vez mais fechado, dando a Helena entendimento.

— Ah, querido, não fique assim — ela o abraçou quando viu que ele estava um tanto tenso. — Vamos, estou com você. Tome, beba um pouco da minha água e se acalme.

De fato Helena tinha uma taça de água na mão. Hunter queria procurar por sua noiva imediatamente, mas sabendo de seu atual humor e gênio ruim, pegou a taça da mão de Helena e bebeu de uma vez. Somente então começou a caminhar em direção ao final do corredor, onde certamente havia alguns quartos de descanso para convidados.

Assim que ele chegou a porta do primeiro quarto, ouviu sons estranhos e sabia o que significava. Abriu a porta abruptamente, mas ao invés de encontrar um casal em meio à luxúria, sentiu uma forte pancada na cabeça e sua visão ficou turva.

Contrato duploHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin