Quartel

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Ela se sentia presa em um quartel, sem acesso a luz do sol e tudo que ela sabia sobre o mundo, foi contado por outro alguém.

Ela queria sair de lá, mas ela ficou tanto tempo ali, que era a única coisa capaz de se lembrar, ela não consegue sair do único lugar que conheceu.

Ela não se sente bem com isso, mas ela odeia pensar que será a traidora se sair do quartel, ele a abrigou por tanto tempo, como ela poderia simplesmente sair dela lá?

Quando criança sonhava em deitar em um campo florido. As paredes do seu quarto são repletas de desenhos coloridos e nada além delas, as flores.

Mas quando ela chora, algumas delas desaparecem, é como se as lembranças fossem apagadas, é como se as dores tomassem conta daquele lugar. É como se ela tivesse perdido o controle.

Uma vez ela tentou.

Vestiu seu vestido azul preferido e colocou seus sapatos cor-de-rosa. Ela pisou na grama ainda com os olhos fechados. Ela queria gritar, queria rir e sair rolando.

Mas algo a puxou de volta para o quartel. Como se nada mais fosse importante, como se aquilo não tivesse a feito feliz.

Ela não entendeu o que aconteceu, então tentou de novo, dessa vez quem encostou na grama foi suas mãos, dessa vez ela sentiu a grama molhada e viu a luz do sol. Ela ficou cada vez mais tentada a sair de lá.

Ela tentou, tentou e tentou, mas nunca conseguiu. O quartel sempre a puxava de volta.

Ela continuou sentindo a grama e olhando a paisagem, mas sempre que pensava em sair, lembrava de ser puxada, ela não queria ser puxada.

Com o tempo, cada vez mais flores desapareciam na parede. Talvez se ela tivesse se esforçado um pouco mais... Talvez se ela não tivesse tanto medo.

Talvez o campo florido tivesse a conhecido também.

TerceirosWhere stories live. Discover now