Era uma vez o Amor.

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Uma vez canções românticas me encantaram, eu dizia para mim mesma que meu sonho era namorar um músico, acordaria com as músicas mais bonitas e fofas que alguém poderia pensar em tocar. Mas isso não aconteceu.

Então, eu mesma aprendi a tocar alguns instrumentos e até tentei compor uma música, não sei se ficou boa, já que ninguém a ouviu. Não era qualquer um que poderia ouvir.

Uma vez eu sonhei em receber cartas, passei semanas estudando sobre literatura e o que leva alguém a escrever tão bem. Eu escrevi belos poemas e histórias românticas, mas não tinha para quem entregá-las.

Uma vez ouvi que hobbies de casais estavam na moda, eu saí pra correr, patinar, pedalei e até me arrisquei a nadar, mesmo com medo da água. Mas para que tudo isso se eu não tinha alguém?

Uma vez vi duas pessoas andarem de mãos dadas, elas pareciam felizes, então, entrelacei minhas mãos e não senti nada. O que era tão emocionante? Por que elas precisavam disso?

Eu passei na loja de flores para comprar alguns girassóis e adivinha? Outro casal feliz, desta vez bem velhinhos. Passaram a vida juntos? Isso é fofo. Saí de lá com um buquê de rosas vermelhas e distribui pela rua, parecia emocionante e bonito.

Toquei, cantei, escrevi e presenteei. Tudo isso para nada. Não ganhei ninguém, nenhum músico, poeta, cantor ou um florista fofo.

Eu continuei em busca de um amor, mesmo que nada nunca fosse o suficiente para eu me apaixonar, acabei me ocupando e me divertindo. A cada dia que passava era uma nova aventura, era interessante não estar apaixonada.

Mas aí aconteceu. Ele não era nada como eu imaginava, nada como eu planejava, nada como eu sonhava. Mas ele era legal.

O que não era legal era o que eu sentia. Ele chegava perto e eu me tremia, meu coração acelerava e eu nem vou falar sobre o que aconteceu quando ele segurou minha mão.

Eu fugi.

Amar não é pra mim, voltei a tocar, cantar, dançar, nadar, pedalar, patinar, compor e fazer qualquer outra coisa que me fizesse fugir desse sentimento horrível. Mesmo que eu sentisse um vazio as vezes.

Ele voltou.

Sorrio, comprou algumas flores, compareceu nos meus concertos, me viu dançar, nadar, pedalar e aplaudiu quando eu compus algo inspirado nele.

Acho que o amor não é tão ruim assim.

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