𝕮𝖍𝖆𝖕𝖙𝖊𝖗 𝖙𝖜𝖔

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"Eu estava pensando nela, pensando em mim.
Pensando em nós, o que seremos?
Abri meus olhos, sim, era apenas um sonho."
Just a dream - Nelly

Liam Laurent

  Eu adoraria que ela fosse apenas um sonho. Um vislumbre fugaz de felicidade e encanto que desaparecesse assim que eu acordasse. Mas não, ela é real. Sua presença é tão tangível quanto o ar que respiro. Seu aroma de perfume doce ainda ecoa pelo meu nariz, mesmo quando não está por perto. É como se sua fragrância tivesse se impregnado em minha memória olfativa, reativando-se sempre que penso nela.

  É uma lembrança constante, um lembrete persistente de sua existência. Ela se instalou em minha mente, como uma música que toca repetidamente na rádio interna da minha cabeça. Não importa o que eu faça, ela está lá, presente em meus pensamentos mais profundos. Tento me distrair, buscar outras formas de entretenimento ou ocupar minha mente com o trabalho. Mas ela sempre emerge, como uma sombra que se projeta em minha mente, impossível de ser ignorada.

  Algo me dizia que eu deveria esquecê-la, deixar para trás essa obsessão que me consome. Mas a realidade é que ela se tornou parte de mim. Um pedaço de minha alma que se entrelaçou com a dela. E, mesmo que eu tente me convencer do contrário, a verdade é que não quero tirá-la da minha cabeça.

  Mal sabe ela que em menos de duas horas, enquanto eu estava preso em uma interminável reunião de trabalho, o destino havia conspirado a nosso favor. O nome dela havia chegado em minha mesa, como se o universo estivesse sussurrando em meu ouvido que era hora de reencontrá-la. Sim, eu jurei para mim mesmo no exato momento em que ela desceu do táxi, que não deixaria escapar essa oportunidade.

   A intensidade do seu olhar foi algo que eu não poderia simplesmente esquecer, por mais que tentasse. "Meghan Woodward Jenkins". Eu reconheço esse nome. O dia foi cheio demais, mas algo ainda me diz que eu conheço esse nome. Preciso lembrar. Sentado na poltrona ao lado da minha mesa, continuo a vasculhar a vida dela por meio dos meros papéis. No entanto, isso não é tudo o que eu quero.

  O que realmente desejo vai além desses documentos, é encontrá-la pessoalmente. Sou interrompido com uma batida brusca na porta, antes que eu responda, o ser abre a porta quase a ponto de derrubá-la. Meus olhos não podem acreditar no que veem. Minha face se fecha, revelando o quão aquela presença me deixa enfurecido.

- Liam, por que você não atendeu aos meus telefonemas? Você não pode simplesmente terminar tudo por telefone. Pensei que você não se rebaixaria tanto! - Rebate Mia, minha ex-namorada.

- Ah, você falando de se rebaixar? Com que moral? Achou que eu não descobriria? Enquanto eu viajava a trabalho, meu irmão estava se "divertindo" com você debaixo do meu nariz. Isso sim é se rebaixar. Eu pensei que você prezasse por sua reputação, Mia. Quer que eu te dê mais aulas sobre as maneiras de se rebaixar, querida? - Questiono irônico. Como se ela tivesse algum direito de me cobrar alguma coisa depois de tudo o que fez.

  É impressionante como as pessoas têm a audácia de se fazerem de vítimas quando são elas que estão brincando com os sentimentos dos outros. Pela expressão dela, parecia que eu era o vilão dessa palhaçada. O que, certamente, é o contrário.

- Ma... Mas quem te contou isso? - Pergunta ela incrédula.

  Solto uma gargalhada tão grave que até me assusto. Mas não saio do personagem. Encaro ela com tanta fúria e solto:

Destined For Me Where stories live. Discover now