- Como vamos fazer? - Júlio pergunta encarando as quatro pessoas bêbadas.
- Não vou poder ajudar vocês, sinto muito. - Sérgio pega Cláudia no colo. - Já tenho essa daqui pra lidar e vocês se virem com os três aí.
- Coloca Diana e Dinho na cama e vamos pro quarto, vou precisar de ajuda pra carregar o Bento. - Júlio fala e o Sérgio nega.
- Ficou doido? Deixar os dois bêbados juntos e sozinhos? E se um deles passar mal? - ele pergunta tudo de uma vez e Júlio suspira.
- O japonês ali já está dormindo. - falo e Sérgio acena com a cabeça para Bento que dormia no chão do outro lado do quarto, coberto com um pedaço da cortina e com um travesseiro. - Deixa ele lá e só precisa ficar de olho se ele vai acordar passando mal.
- Então eu levo o Dinho e dormimos no outro quarto e você aqui com a Diana, pode ser? - Júlio pergunta e eu assinto.
- Calem a boca, vocês falam muito. - Diana resmunga e eu seguro a risada. - Olha aqui, eu não preciso de ninguém cuidando de mim e eu não vou cuidar de ninguém. - ela se levanta, mas tropeça na própria perna e eu a seguro antes que ela caia no chão.
- Eu preciso de alguém pra cuidar de mim, preciso de uma namorada. - Dinho fala se levantando. - Que horas são? Vamos pra balada?
- Vamos sim, só vou pegar minha carteira no quarto e você vem comigo. - Júlio fala segurando Dinho pelos ombros e saindo do quarto.
- Hoje eu quero cachorrada. - escuto o Dinho gritar no corredor e dou risada.
- Qualquer coisa me chama, estou no quarto ao lado. - meu irmão fala e Cláudia resmunga algo em seu colo. - Boa sorte e boa noite. - ele dá risada, coloco Diana sentada na cama e acompanho o mesmo até a porta, a fechando assim que ele sai.
- A vida é injusta, não é? - ela pergunta e eu me viro para a mesma. - Deveríamos ser felizes e não tristes.
- Você é triste? - pergunto me sentando ao lado da mesma.
- Não, mas eu estou triste. - ela suspira. - Quem é você?
- Diana, eu sou... - ela me interrompe.
- Você não pode contar pro Samuel, ele não pode saber.
- O que ele não pode saber?
- Que eu o amo. - ela responde e eu suspiro, levanto e ajudo ela a levantar, a guiando para o banheiro.
- Por que ele não pode saber?
- Porque iria estragar a nossa amizade e eu não sei se consigo viver sem ter ele na minha vida. - ela responde e eu engulo em seco. - Ele sempre foi cheio de namoradas e eu não gostava de nenhuma. - ela resmunga e eu dou risada. - Não eram boas pessoas, mas eram bonitas e eu? Eu sou uma boa pessoa, mas não sou bonita.
- Você é linda. - fecho a porta do banheiro e encosto Diana na pia.
- Nem todo mundo acha, moço. - ela sorri, mas logo a expressão muda. - Eu queria gostar de mim, acho que seria mais feliz.
- Se você pudesse se ver através dos meus olhos, veria o quão linda você é. - acaricio o rosto dela delicadamente e ela suspira.
- Você é legal, moço. - ela sorri, mas logo a expressão muda e ela corre até a privada e vomita. Me aproximo da mesma e seguro seu cabelo, fico ao seu lado até ela terminar.
- Consegue tomar um banho sozinha? - pergunto e ela não consegue nem responder, suspiro e a levanto.
Fecho a tampa do vaso e dou descarga, a coloco sentada na privada e volto pro quarto. Dou uma checada em Bento e após confirmar que ele estava respirando, procuro pela mochila de Diana e não a encontro já que estávamos no meu quarto, pego minha escova de dentes e volto para o banheiro.
- Você voltou, pensei que tivesse ido embora. - ela fala com a voz baixinha.
- Eu não vou embora. - lavo a escova e coloco pasta de dentes. - Pouco higiênico eu sei, mas é melhor que você dormir com gosto de vômito na boca.
Seguro seu rosto com delicadeza e escovo seus dentes, após terminar pego a toalha e a deixo úmida, passo em seu rosto e prendo seu cabelo.
- Estou com sono. - ela resmunga.
- Então vem, vou te levar pra cama. - seguro sua mão e ela se levanta, abraço sua cintura e voltamos para o quarto.
- Onde você vai? - ela pergunta quando a deito na cama. - Fica comigo.
- Diana, eu não posso e... - ela me interrompe.
- Por favor. - sua voz embargada e os olhos marejados me convenceram, deito ao seu lado e a abraço. - Você tem o mesmo cheiro que o Sam, nós dormimos juntos durante três noites e ontem que eu dormi sozinha, não consegui dormir... Mas você não pode contar isso pra ele.
- Eu não vou. - beijo sua testa e ela se encolhe contra meu corpo, acaricio seu rosto até a mesma pegar no sono e após me certificar que Bento estava vivo e Diana estava bem, finalmente fecho os olhos para dormir.
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Escrito: 07.12.2023Postado: 31.12.2023
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Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)
Teen FictionO que fazer quando se é apaixonada por um dos melhores amigos de infância? Diana Alves nunca imaginou que viveria aquela cena, perdida e lutando contra as próprias inseguranças e medos, ela se sentia incapaz ao pensar em conquistar o rapaz. Mas o d...
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