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* Narrador on

João observa cada lugar da boate imaginando o tanto que seu filho e os amigos se divertiram no sábado, ao seu lado André estava apreensivo. Ele só abria a boate depois das 17h, mas quando o vice presidente de uma das gravadoras mais importantes do Brasil diz que precisa falar com você, ele não pode dizer não mesmo que seja sete e meia da manhã.

- E o moleque gostou da festa? - ele pergunta tentando esconder o nervosismo.

- É sobre isso mesmo que eu vim conversar com você, André.

- Aconteceu alguma coisa? - o homem pergunta preocupado.

- Nada, meu filho adorou. - João se senta e André se senta a sua frente, suspirando aliviado. - Ele falou sobre uma tal banda abóboras, não, não, mamões... Ameixas Assassinas algo assim, você teria o contato deles?

- Seu João, não me lembro de nenhuma banda com esse nome doido.

- Ele disse que eram cinco rapazes que eram super engraçados e pareciam ser gente boa, que cantaram putaria, fizeram palhaçada e até colocaram duas garotas pra dançar no palco um tal de vira bunda.

- Ah, agora eu me lembrei. - André da risada.  - É a banda do Julinho, mas não sei o nome da banda.

- Olha, depois de sábado ele e os amigos não me deixam em paz e ficam o tempo inteiro cantando um refrão de uma música que fala sobre vira e aí passa a mão na bunda e aí tem o português e vira e bunda novamente e eles estão me deixando louco com isso.

- Os garotos são engraçados mesmo, contato com eles eu não tenho, mas tenho o telefone do pai do Júlio. - ele pega um guardanapo e anota o mesmo, entregando para João. - Os garotos são bons mesmo, nunca vi a plateia tão animada com músicas que eles nem conheciam... Mas o que o senhor pretende fazer?

- A gravadora está procurando inovar e depois do prejuízo que tive com os Raimundos, preciso apresentar algo novo e bom. - João se levanta. - Vou entrar em contato com os garotos.

...

Júlio sorri ao ver os amigos, ele abre o portão e deixa todos entrarem. Desde o momento em que receberá a ligação ele ficou animado e saiu ligando desesperado pra todos os amigos, a única informação que ele tinha era que o dono de uma gravadora queria falar com eles, mas precisava ser com todos juntos.

- Finalmente vocês chegaram. - ele fecha o portão e sai empurrando os três para dentro da casa. - Vamos, vamos.

- Meu Deus, quem morreu pra ele estar nesse desespero todo? - Bento resmunga e Sérgio da risada.

- Ei pitchula, sinto muito pela demissão. - Dinho se levanta ao ver a irmã e a abraça, mas logo se afasta. - O que é isso no seu pescoço?

Sérgio e Cláudia que não tinham percebido o arranhão, encaram Samuel.

- Eu me arranhei quando fui trocar de roupa hoje cedo, preciso cortar as unhas. - Diana responde e Dinho assente desconfiado.

- Estamos todos aqui, fala logo. - Bento fala impaciente para Júlio, o mesmo ignora o amigo e pega o telefone, discando um número. - O filho da puta vai fazer ligação agora?

- Oi, João? Sim, estamos aqui... Espera aí, vou colocar no viva voz. - Júlio puxa o fio e coloca o telefone na mesinha de centro. - Pode falar.

- Bom dia, garotos. - uma voz grossa ecoa do outro lado da linha. - Eu me chamo João Augusto e sou vice presidente da gravadora EMI. - ele fala e todos arregalam os olhos. - Vocês não me conhecem e sei que devem estar confusos com o contato repentino, o evento que vocês fizeram no sábado aqui na boate no Boqueirão era aniversário do meu filho e ele e a garotada adoraram o trabalho de vocês, então eu queria conhecer mais sobre os Mamões Assassinos... - Bento o interrompe.

Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora