O convite

39 12 16
                                    


Hunter observava o envelope vermelho em sua mão. Dentro havia um convite no qual poderia levar um acompanhante e ele não pensava em outra pessoa que não fosse Aurora.

Agora que o perigo maior havia passado e ele havia acabado com as pessoas que perseguiam sua noiva, pensava que seria bom para a jovem sair um pouco, no entanto, fazê-la aceitar o convite era outra história.

Ele a procurou no quarto, mas ela não estava lá. Foi para a piscina, até deu uma conferida na garagem quando pensou que havia fugido, mas para sua surpresa todos os carros estavam em seus lugares e acabou por encontrá-la em um dos escritórios, concentrada no computador.

— O que você está fazendo? — perguntou com interesse ao se aproximar dela.

— Tentando não reprovar — Aurora respondeu com indiferença. — Se sou uma prisioneira, posso pelo menos usar todo meu tempo livre para estudar.

Hunter sentiu a indireta, mas controlou seu temperamento e se aproximou mais um pouco.

— Você não precisa fazer isso. Posso pagar por quantos trabalhos impecáveis precisar.

— Foi assim que conseguiu seu CRM? Comprando? — Aurora perguntou ainda com indiferença, sem sequer olhar para ele.

— Eu não quis ofender. Aurora — ele colocou a mão sobre a dela, forçando-a a olhar para ele. — Eu gostaria de recomeçar. Você não precisa ser uma prisioneira.

— Ainda que destranque todas as portas de sua mansão, ainda não sou sua prisioneira? Um brinquedo no qual irá usar sempre que estiver entediado? Me poupe. Já estou aqui sem resistência, iremos nos casar em 30 dias, o que mais quer de mim?

Hunter percebeu o olhar enojado de Aurora e se afastou.

— Quero me aproximar. Quero que me olhe da forma que olhava para o James porque você é minha, Aurora. Ainda que não queira ficar comigo, sou eu quem irá se casar com você. — Hunter suspirou e chegou perto novamente, enrolando os dedos no cabelo dela. — Sei que faço uma besteira atrás da outra desde que nos conhecemos, mas quero mudar isso. Venha comigo na noite de sábado para um evento beneficente em Chicago.

Aurora levantou e se afastou imediatamente dele.

— Está louco? O que eu faria em Chicago com você?

— É apenas um evento beneficente. Além disso, será uma boa te apresentar como minha noiva e assim evitar muitos problemas com as moças solteiras que estarão lá.

— Pouco me importa as moças solteiras! Por mim poderiam comer cada pedacinho vivo de você. Agora, se não se importa, estou ocupada.

— Pense bem. De qualquer forma, deixarei o quarto de hotel alugado.

Hunter saiu deixando Aurora pasma e irritada. Aurora bufou e voltou à sua pesquisa. Entrando em uma página online, viu um anúncio sobre um evento muito importante que aconteceria naquela noite, onde um dos advogados mais promissores de Nova York, Theodore McGraw estaria presente.

Aquela seria sua chance de fechar seu trabalho com chave de ouro, mas onde ela conseguiria um encontro com o homem?

Sentindo-se frustrada, Aurora desligou o computador e foi para seu quarto, totalmente irritada. Estava lendo um de seus romances preferidos quando uma empregada bateu à porta e entrou.

— Há uma encomenda para a senhorita. — A empregada deixou uma caixa de tamanho médio em seu quarto e saiu.

Aurora ficou curiosa e foi até a caixa, abrindo-a. Ficou chocada ao ver o conteúdo da mesma, um lindo vestido de gala na cor anil e um convite para o evento daquela noite.
Seu telefone tocou uma notificação e ao olhar viu que era uma mensagem de Hunter.

"Vou com você nesse evento e te apresento a Theodore McGraw se você for comigo a Chicago"

Aurora não pensou duas vezes antes de responder "feito", então foi preparar um banho relaxante para ter o que ela pensava ser o encontro mais emocionante da sua vida.

Quando a noite chegou, Aurora parecia uma princesa de contos de fadas. O vestido lhe caiu muito bem, dando à sua beleza um ar sensualidade e pureza.  Hunter a observou com verdadeiro interesse enquanto a via descer as escadas.
Observou como o cabelo ondulado lhe caia bem, percebeu que ela tinha uma franja que realçava os verdes esmeralda dos olhos e o vestido deixou suas curvas muito mais sensuais do que as vestimentas casuais que ela era acostumada a usar.

Ele foi até a base da escada e a esperou enquanto Aurora fazia seu show, parecendo uma verdadeira estrela na passarela.

Os olhos de Hunter brilharam. Quando Aurora tocou sua mão, ele sentiu a mesma eletricidade de quando a tocou pela primeira vez.
O homem lembrou-se do momento e então pensou que de fato era a primeira vez desde então que tinham um momento pacífico.

— Vamos? — perguntou gentilmente, na verdade, o que queria dizer era: "você está linda", mas dada a situação tensa que havia entre eles, optou por não dizer ainda.

— Vamos. — Aurora respondeu ainda sem nenhum sorriso no rosto, não por causa do homem ao seu lado, mas estava nervosa porque conheceria Theodore McGraw.

Não que ver Hunter vestido formalmente não havia mexido com ela... e sentir o cheiro dele… Era muita informação para processar.

Eles saíram da mansão e o carro já estava estacionado na frente da casa. Os olhos de Aurora brilharam quando ela o viu e um sorriso mínimo surgiu em sua lábios.

— Vejo que o motorista fez uma ótima escolha — Hunter falou casualmente, mas, na verdade, ele a viu pesquisar sobre aquele modelo e ordenou a um de seus subordinados que o comprasse imediatamente.

— Eu não sabia que você tinha um desses — Aurora falou, mas novamente colocou distância entre eles. — Realmente é um carro muito bonito. — Ela começou a andar para dar a volta no carro.

— Espere!

— Algum problema?

— Na verdade, sim. Eu realizei uma cirurgia muito intensa hoje e meus dedos doem. Você pode dirigir?

Aurora o observou com cautela. Ela não o viu saindo de casa, mas também não havia prestado atenção. Ainda assim não imaginava que uma cirurgia poderia cansar tanto as mãos de alguém.

"Você não é médica, como poderia saber?"
— Você tem certeza? — Ela perguntou quando os dois já estavam no carro, parecia ser muito novo e certamente ele poderia ter ciúmes.

— Claro, vá em frente.

Aurora ligou o motor e observou o painel. Lentamente, tirou o carro da propriedade e dirigiu pelas ruas de Nova York, sempre alerta, tanto que notou o SUV preto que os seguia a mais de dez minutos.

Com um último olhar no retrovisor, acelerou. Hunter a olhou se perguntando o porquê de parecerem estar fugindo da polícia quando viu o carro acelerando atrás deles. Ainda pensou em avisar que era apenas sua equipe de segurança, mas optou por relaxar e ver como sua nova se saia, afinal já tinha ouvido falar muito bem de suas habilidades no volante, mas aquela era, de fato, a primeira vez que a via dirigir.

Aurora costurou entre os carros, aproveitou dois sinais amarelos e cortou por ruas que Hunter não imaginava que ela conhecia. Consequentemente chegaram ao evento 10 minutos antes do previsto.

— Muito bem — Hunter falou assim que ela parou. — Você é um ótimo piloto de fuga, Aurora. Onde aprendeu isso?

— Eu sempre fui apaixonada por carros e nunca fiz nada demais, apenas dirijo — Aurora deu de ombros sorrindo, mas seu sorriso desapareceu quando o SUV apareceu atrás deles.

Contrato duploWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu