Segundo livro da série Lancaster.
Chloe ama sua vida.
Como não amar?
Ela era a filha primogênita do rei e próxima na linha de sucessão ao trono do Reino Unido. Além de tudo, era uma Lancaster. Morar no castelo, sair com seus primos e levar uma vida...
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-Como você sabe, a condicional é um privilégio. E uma de suas condições é evitar má companhia, principalmente de ex-presidiários ou quem quer que tenha antecedentes criminais. – Escuto a voz do delegado James na minha frente, ele parecia de mal humor enquanto se dirigia com uma carranca no rosto para meu primo Kingston. – Isso claramente envolve alguns de seus amigos e familiares.
Tento não rir com o medo e a cautela em sua voz. Era um policial, mas ainda assim tinha medo dos Lancaster.
Era um sábado a noite e eu estava em casa preparando tudo para a chegada da família Knight, eles precisaram adiar a vinda por alguns dias devido a uma entrega que Aurora teria que fazer a um cliente. Enquanto organizava alguns livros da biblioteca, eu obviamente esperava qualquer coisa, menos receber a ligação, em meu celular pessoal, de um policial informando que meu primo estava preso numa delegacia localizada numa pequena cidade não muito perto de Londres.
E para minha sorte, eu era seu contato de emergência.
-Eu entendo, senhor. – A voz rouca e sarcástica de Kingston é ouvida e mesmo que ele estivesse de costas para mim, sentado numa cadeira, eu apostaria minha vida que ele estava com seu habitual sorriso ladino.
-Posso confiar em você? – O delegado pergunta.
Claro que não.
-Com a sua vida. – Kingston responde.
Todos nessa sala sabiam que ele estava mentindo, o delegado James já teve essa conversa com meu primo cerca de vinte e sete vezes.
Vinte e oito se incluirmos essa.
Ser um Lancaster tinha seus privilégios e Kingston sabia como usufruir. Caso o delegado James não tivesse respeito (medo) por nossa família, meu primo já estaria numa cela, preso e isolado da sociedade por seus inúmeros crimes. Ele sabia como se safar e na maioria das vezes isso incluía uma ligação pra qualquer pessoa da família, e se ele tivesse sorte, era solto apenas por mostrar sua identidade ou até mesmo a cor dos seus olhos.
-Devo avisar, senhor Montblanc, que nem todos os policiais serão misericordiosos toda vez que for pego. – James continua, o pequeno barulho que saia da ponta da caneta toda vez que ele batia na mesa estava causando um pequeno tic na minha mente e eu estava a ponto de enlouquecer. – Tem sorte que foi no meu turno.
Com isso, ele quis dizer que meu primo tem sorte de ter sido pego por um policial corrupto que aceita propina da nossa família pra manter a porra da boca fechada.
Ele não é melhor que ninguém aqui.
-Obrigada por avisar. – King responde. Posso ver que sua perna direita estava balançando pra cima e para baixo em um ritmo frenético e sua veia do pescoço começando a ficar tensa. Ele iria fazer besteira se ficássemos aqui por mais tempo.
