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O amanhecer despertou todos os Chapéus de Palha ainda cedo, Zoro teve os curativos trocados e logo saiu com o bando, todos se dividindo para explorar a cidade, sozinhos, com exceção de Luffy que foi levado pela Nami, como uma precaução de que não acabariam o dia com um exército correndo atrás deles até a doca.

Zoro caminha lentamente devido os ferimentos, o sol estava quente demais, por isso em sua cabeça havia uma bandana amarrada pouco acima de seus olhos, o quimono se agitava com os movimentos, fazendo o tecido externo soar leve. Logo a calmaria é substituída pela gritaria familiar de comerciantes, que ia do mercado flutuante até pouco antes das pequenas e grandes estalagens.

"Saquê, saquê." O olhar do espadachim se volta para um senhor em sua barraca com pequenos bancos para que os transeuntes pudessem beber. Chopper havia proibido saquê para o Zoro, mas o doutor não estava por perto, e que mal poderia fazer apenas algumas gotas de álcool?

O esverdeado sobe a ponte de pedra indo até o senhor e logo abre um sorriso.

"Me vê duas garrafas por favor."

"Claro claro, se sente."

Zoro puxa um dos bancos, se sentando longe do sol, buscando abrigo na tenda.

Haviam muitos transeuntes indo e vindo, a maioria usando roupas simples, de tecidos leves, alguns usando longos chapéus de bambu trançados, e levavam uma cesta com as compras do dia, e alguns meios para o escambo, usado quando não tinham muito dinheiro consigo. O saquê é entregue e o dia parece mais belo por isso.

"Vocês ficam aqui todos os dias?"

"Sim, menos no inverno, sabe meu rapaz... aqui é muito cruel quando a neve cobre a cidade, não conseguimos sair para ganhar dinheiro ou ao menos sair."

Zoro assente "Recebem provisões do reino?"

O senhor parece pensar muito bem no que responder, como se uma palavra errada fosse uma condenação se proferida "Recebemos... mas são muitas famílias entende?"

Ao longe, subindo a ponte do lado oposto surge um barulho de cavalaria, que para abruptamente e alguns soldados fardados aparecem, os comerciantes automaticamente param de gritar e a maioria se vira fingindo estar fazendo algo de importante.

"O que eles estão fazendo?"

"Inspeção."

Eles passavam pelas barracas, nas de comida se atreviam a pegar um pedaço ou dois e sair sem pagar, as vezes mexiam nos produtos, pegavam um ou outro, até mesmo levaram uma garrafa de saquê, Zoro apenas não fez nada pois sabia que poderia causar problemas para o senhor se o fizesse, então apenas abaixou a cabeça e continuou bebendo, como se fosse parte do cenário, mas seus olhos estavam o tempo todo em um guarda específico, que não apenas estava tomando algumas moedas de todos como parava demasiadamente nas barracas das mulheres mais belas.

Na frente da barraca do senhor do saquê, havia uma mulher de cabelos rosa, que usava um robe amarelo com listras, ela vendia produtos de beleza e aromatizadores, pentes e decorações para o cabelo, todos os produtos pareciam ser caseiros e feitos com o maior cuidado possível, o guarda anterior parou na frente da barraca e parecia dizer algo pra ela, quando a mesma apenas negou, ele se aproximou e segurou o queixo da mesma, levantando seu rosto para cima com certa brutalidade, ele não parecia querer apenas as moedas como das demais barracas.

Homens como ele enojavam Zoro ao extremo, e vendo a situação seus dedos pareciam queimar para socar a cara do infeliz, mas se conteve, afinal, Nami estava certa, eles não deveriam chamar a atenção desnecessariamente.

O homem puxa a mulher da barraca segurando seus braços, fazendo alguns adornos e vidros caírem no chão. No segundo seguinte Zoro já havia deixado a garrafa de Saquê para trás e como um vulto se aproximou do guarda, usando o cabo da espada para nocautear o ser como se não fosse nada, um guarda da Germa 66 perdeu como um marinheiro recém fardado. A mulher de cabelos rosas não tem tempo de fazer nada ao invés de gritar cuidado, pois os outros dois guardas se aproximavam do homem que acabou de salvá-la.

"Desgraçado, você está preso por..."

"Te magoar?" Zoro ri e dá um soco na cara do homem, fazendo sangue espirrar, logo dando outro golpe na cabeça fazendo o mesmo cair no chão desacordado, e com apenas um golpe faz o mesmo com o último.

Osome observa o homem que havia espantado os guardas com certa curiosidade e apreensão, logo eles poderia voltar e levar o espadachim para ser julgado e quem sabe ele seria morto ou algo ainda pior, entretanto, ele ainda bebia o saquê despreocupado, como se não corresse perigo algum, como se não temesse nada.

Após quase tomar a bebida toda ele sorri para a mulher de cabelos rosa "Você está bem?"

Ela sorri de volta arrumando alguns fios de cabelos que estavam desordenados "Estou ótima, já tive alguns problemas piores antes, eles sempre são assim."

"O que eles estavam recolhendo de vocês?"

"Impostos, o motivo pelo qual estavam colhendo impostos ninguém sabe, é sempre uma coisa nova, mas não importa" ela olha de um lado para o outro procurando por guardas que poderiam estar vindo, mas até o momento ninguém havia aparecido "Você precisa sair daqui rápido, em breve vão chegar mais guardas e isso pode te colocar em risco."

Zoro despreocupadamente se escora na barraca e toma um gole do saquê "O que você vende ai?"

"Hm... produtos de beleza e coisas assim, gostaria de levar algum para sua mulher?" 

"Ha ha ha, mulher? não tenho, mas estou devendo uma mulher diabólica que está quase levando minha alma com juros, ela gosta de ganhar as coisas, talvez diminua minha divida eterna."

"Entendo, temos perfumes, cremes caseiros, pentes, adornos."

Zoro passou um bom tempo vendo os produtos, acabando por sair com duas sacolas cheias, uma para a Robin e outra para a Nami, a essa altura a garrafa de saquê tinha se acabado e o número de pessoas que passavam ainda parecia o mesmo, para um reino próspero como este, as coisas ainda pareciam arcaicas demais, como se o povo tivesse parado décadas sem evoluir.

"Senhor, senhor!" Osome foi correndo atrás de Zoro que olha para trás "Não posso oferecer muito pelo salvamento, mas hoje na área das casas, terá um pequeno jantar comunitário, por favor apareça, ficaremos felizes em te receber."

"Claro, tudo bem se levar os meus companheiros comigo?"

"É claro que sim." Ela se despede e sai correndo em direção a barraca e o espadachim segue seu caminho de volta à estalagem.



"O mar até você" ZosanDonde viven las historias. Descúbrelo ahora