Vinte e quatro anos atrás
AuroraEstou andando quando um maluco vem e quase carrega pelo braço
- O idiota olha por onde anda- grito e o rapaz de jaqueta de couro em pleno verão brasileiro olha para mim
- Você que devia olhar por onde anda vaca maluca- ele resmunga e meu sangue ferve, caminho em sua direção
- Você me chamou de que?- ele olha em volta rindo para os amigos e se inclina na minha direção
- Vaca malu...- antes que ele termine acerto um murro em seu maxilar com tanta força que o derrubo no chão
- Isso é por me chamar de vaca maluca seu babaca- digo e saio andando deixando o idiota largado no chão
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- Olha só quem eu encontro novamente- levanto meu olhar da caderneta e vejo o idiota com o olho roxo
- Para o meu desprazer- digo e ele se senta a minha frente, coloco as mãos na cintura- Só pode sentar aí se pedir alguma coisa- Digo
- Então tá... me vê uma Coxinha e uma coca de latinha- ele diz e pego a Coxinha na quentinha e a coca no freezer colocando as duas sobre o balcão
Ele as pega e anoto em sua comanda enquanto fasso as outras coisas ,mas sinto minhas costas queimarem e me viro rapidamente vendo o mesmo morder a pontinha do canudo
- Não tem nada melhor para fazer?- pergunto
- Olhar você é algo muito bom a se fazer- ele diz e reviro os olhos - Não revire os olhos assim ,me deixa excitado- ele diz e finjo ânsia de vômito
Atendo mais um senhor que sempre vem aqui e pede um misto quente e um caçulinha e o bendito do garoto ainda continua a me olhar
- Sabe de uma coisa... eu não sei seu nome- ele exclama
- Pois vai continuar sem saber- digo e ele sorri ladino bebendo novamente da coca
- Você não tem muitos amigos e quando um novo aparece você o recusa- ele diz pegando sua carteira e olhando o papel da comanda
O olho de cima abaixo e penso seriamente em que tipo de amigo esse babaca seria
- Não tem problema , eu vou descobrir- ele coloca o dinheiro no balcão e sai me dando as costas
. . . . . . . . . .
Todo maldito dia aquele menino aparece ,come algo diferente ,me enche o saco e vai embora sem nunca desistir de descobrir o meu nome. Estou pensando em falar meu nome só para que ele possa parar de vir aqui todo santo dia. O sino na porta deixa claro que a criatura que me atrapalha chegou, ergo meus olhos e o vejo , mas a expressão de diversão não está presente em seu rosto.
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Meu doce pecado
Random...Assim que Aaron diz isso o das convulsões olha para trás e para de rir quando me vê e ouve meus passos. Apenas quando me aproximo da mesa o suficiente que o largado olha para trás e vejo que é o cara do elevador e instintivamente sorrio. - Cacete...