Abro a boca para responder, mas sinto uma tontura enorme. Duas mãos me seguram pela cintura e eu vejo Bento me encarando preocupado.

- Obrigada, japonês. - forço um sorriso. - Acho que minha pressão caiu.

- Melhor irmos ao hospital. - meu irmão fala de forma preocupada e eu nego rapidamente.

- Eu só preciso deitar e vocês precisam ensaiar. - olho para Bento e sorrio. - Pode me soltar, xuxu.

- Eu não, vai que você cai dura aí no chão. - ele fala me abraçando e eu dou risada.

- Vem, deita lá na cama. - Samuel segura a minha mão e Bento me solta. Ele me guia até seu quarto e quando entramos no mesmo, vejo sua cama arrumada e meu pijama dobrado sobre a mesma. Deito na cama e ele coloca a mão na minha testa. - Você está quente.

- É impressão sua. - forço um sorriso.

- Qualquer coisa grita. - ele avisa e eu assinto, observo ele apagar a luz, sair do quarto e fechar a porta.

Abraço o travesseiro e não consigo evitar um sorriso ao sentir seu cheiro.

...

Acordo sentindo acariciarem meu rosto, abro os olhos e vejo Júlio me encarando com expressão preocupada.

- Que horas são? - pergunto e puxo o cobertor, eu estava morrendo de frio.

- Vai dar sete horas da noite, nós pedimos uma pizza. - ele coloca a mão no meu pescoço e na minha testa.

- Eu não estou com fome. - falo e ele suspira. - Consegue pegar mais um cobertor? - pergunto e ele nega.

- Você está queimando em febre, Di. - ele se levanta e sai do quarto, antes que consiga raciocinar o mesmo volta com Bento ao seu lado.

- Vamos te levar ao hospital. - Bento fala e eu nego.

- Não, vocês vão comer e descansar que daqui algumas horas vamos pro estúdio. - falo e Bento nega, puxando o cobertor, mas puxo de volta. - Não Bento... Me deixa aqui só mais um pouquinho, daqui a pouco eu melhoro.

- Remarcamos o estúdio para amanhã, mas nesse exato momento vamos te levar ao hospital. - Júlio fala e eu nego, ambos trocam olhares e Bento sai do quarto.

- Vocês precisam gravar ainda hoje, não podemos perder tempo. - falo e vejo Bento entrar no quarto com Dinho e Sérgio. - Porra, não acredito que você foi chamar os dois.

- Você só obedece eles. - Bento fala dando de ombros e eu nego, Dinho se aproxima e assim como Júlio coloca a mão na minha testa e em meu pescoço.

- Vamos pro hospital. - meu irmão fala e eu nego.

Ele puxa o cobertor e joga na cama de Sérgio, sem paciência.

- Dinho, me devolve. - me encolho na cama. - Esta muito frio.

- Diana, nós vamos para o hospital agora. - ele fala de maneira séria e eu olho para Sérgio, tentando pedir ajuda, mas o mesmo apenas me encara de braços cruzados.

- Eu odeio vocês. - resmungo e me levanto. - Eu vou para o hospital mas não ouse ligar para os nossos pais, deixe eles se divertirem. - falo e Dinho assente, saindo do quarto rapidamente.

Suspiro frustrada e saio do quarto, os três me seguem e quando chegamos na sala sinto meu estômago revirar, minhas pernas fraquejam e eu caio de joelhos e vômito.

- Diana! - Cláudia que estava sentada no sofá se levanta e corre em minha direção, minha amiga segura meu cabelo e suspira. - Me ajudem aqui. - ela pede e Sérgio me pega no colo e me coloca no sofá, Júlio se aproxima com um pedaço de papel e me entrega.

- Me desculpa. - peço envergonhada, pego o papel e limpo a boca. - Meu Deus, me desculpem.

- Relaxa, está tudo bem. - Sérgio fala se sentando ao meu lado.

- Eu preciso limpar. - tento me levantar, mas ele me segura pelos ombros e me faz sentar novamente.

- Eu cuido disso. - Bento fala e sai da sala.

- Onde está o Dinho? - pergunto ao não ver o meu irmão.

- Ele foi na sua casa buscar seus documentos, assim que ele voltar nós vamos te levar ao hospital. - Júlio responde e eu assinto. - Essa fraqueza toda deve ser a pressão baixa, não seria melhor ela comer alguma coisa?

- Se ela comer vai vomitar. - Samuel fala e Júlio suspira.

Ouvimos uma buzina e Sérgio me ajuda a levantar, o vômito já não estava mais ali, Bento havia limpado.

- Eu vou com o Dinho e com ela no carro dele, Clau vem? - Sérgio pergunta e ela assente. - Vocês vão com o Samuel no meu carro. - ele fala pra Bento e Júlio.

- Não, eu vou com ela e o Dinho. - Samuel fala passando uma mão pela minha cintura o meu braço por seu ombro. - Você vai com os meninos e a Cláudia vem com a gente.

Ele não deixa o irmão responder e nos guia para fora de casa.

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Escrito: 29.11.2023

Postado: 28.12.2023

Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)Where stories live. Discover now