Capítulo 3

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RL 🎯

Cheguei na oficina e já tinha recado que o chefe mandou eu ir direto pra sala dele, alá, não entendi nada.

Não fiz nada de errado, mas ele faltava me matar apenas com o olhar, não tava entendendo nada, papo reto.

Chamou pra dizer que as coisas estavam difíceis no negócio dele e que ele ia ter que demitir alguém, então ele me demitiu.

Não acreditei nisso não, se fosse por isso ele teria demitido o Tony que é o pior de todos daqui, mas demitiu logo eu que sou um dos melhores.

Quis fazer ele engolir esse dinheiro, mas aceitei calado e fui pra casa da minha irmã.

Minha coroa e minha irmã estavam felizes que eu tava durando no trampo, esse tava durando quase um ano.

Prometi pra elas que não ia me envolver no tráfico e eu tô cumprindo. Desde quando eu era moleque, o Barão me tirou do tráfico e eu não voltei mais.

Mas não sei que porra é essa que eu não consigo durar em trabalho nenhum, me esforço pra caralho e não adianta porra nenhuma.

Na moral, já tô é cansado de tudo da errado.

Entrei na casa da minha irmã e vi ela brincando com meus sobrinhos.

Suzy: Oi, não era pra você está trabalhando?

RL: Fui demitido, ele disse que as coisas tavam difíceis e ele precisava demitir alguém, eu fui o escolhido. — sentei no sofá e a Noeli veio pro meu lado.

Suzy: Que desgraçado, o que você vai fazer? — ela levantou e sentou do meu lado.

RL: Nem sei, já tô cansado de procurar trabalho, sem paciência pra isso.

Suzy: Vou procurar algo pra você, mas olha lá o que você vai fazer enquanto isso, não vai se meter com coisa errada.

RL: Relaxa aí, tô andando pelo certo.

Suzy: Se você tiver mentindo pra mim, eu vou te dar uma surra garoto. — apontou pra mim e eu rir.

RL: Virou minha mãe agora? teus filhos são outros. — foi a vez dela de rir.

Fiquei conversando mais um pouco com ela, depois fui dar uma volta pela favela, resolvi parar em um bar e acabei encontrando o Zezinho, o marido da minha irmã.

Zezinho: Chega aqui, Rael.

Puxei uma cadeira e sentei ao lado dele, o Dg apareceu e sentou na cadeira que tava na minha frente.

RL: Tua mulher sabe que tu tá bebendo numa segunda de manhã?

Zezinho: Minha mulher sabe de tudo, mas e tu vagabundo, não trabalha mais não é? — ele me entregou uma latinha de cerveja e eu abrir, tomando um gole.

RL: Não, fui demitido, agora vou ver se consigo outro, não posso ficar parado.

Dg: Tá afim de um trampo? é um pouco complicado, mas a grana é boa.

RL: Pô, Dg. Sem querer ofender tá ligado? mas não tô afim de entrar no tráfico não. — cocei a nuca sem graça.

Dg: Não envolve o tráfico não, é pra ser segurança da minha filha. Tem interesse?

RL: Sei não, lidar com adolescente é foda, sendo mulher é muito pior. — ele deu risada e concordou.

Dg: Ela é complicada mermo, mas você tá precisando de uma grana e ela precisando de um segurança, então por que não?

RL: Ela já não tinha um? O que aconteceu com ele?

Dg: Tive que dispensar, o cara tava ajudando ela a sair de madrugada e ainda tava pegando ela, mó filha da puta.

RL: Caralho, quantos anos a tua filha tem? lembro dela menorzinha.

Dg: 17 anos, quase 18 já. Chegando a maior idade e sem juízo nenhum, só pode ter puxado a piranha da mãe dela.

RL: Beleza, quando eu começo?

Zezinho: Ficou interessado rápido né. — me olhou dando um sorrisinho.

Dg: Se liga, RL, é pra ser segurança, não é pra fazer outra coisa não. — me olhou sério.

RL: Tô ligado, total respeito por tu e pela tua filha, e também eu tenho namorada, então relaxa aí.

Dg: Beleza, tô confiando em tu, pode começar a buscar ela na escola, passa lá em casa e deixa tua moto lá, vou pedir pra um vapor deixar um carro disponível.

Assenti e voltei a beber, bebi apenas uma latinha de cerveja, levantei e fiz o que ele mandou.

Já estava esperando ela em frente a escola, não lembro se já vi ela agora depois de grande, então só esperei a garota entrar no carro.
Demorou alguns minutos até ela aparecer, eu já tinha visto ela por ai, mas nem lembrava.

Mina tá crescida, até que tá gatinha, mas felizmente não faz o meu tipo.

A garota veio me enchendo de pergunta, bem chatinha ela, mas fui curto e grosso, não vou dar corda pra depois me enforcar.

Como ela não ia mais sair hoje, então eu só voltaria amanhã cedo pra levar ela pra escola.

Deixei o carro, peguei minha moto e partir pra casa da minha gata.

Deixei o carro, peguei minha moto e partir pra casa da minha gata

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Rael Queiroz, 25 anos.

vulgo: RL

Nosso LanceWhere stories live. Discover now