cap 1

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-Pai, eu não quero ir!.-Soraya choramingava aos pés de seu pai, pois não queria se mudar para um lugar tão pobre quanto a favela do pão de açúcar, a mesma sempre foi criada no centro de São Paulo, em um bairro nobre e de classe alta.

-Eu sinto muito minha filha, mas não podemos bancar mais todos esses luxos...nossa família faliu, e enquanto eu e sua mãe nos reerguemos, você ficará com seus tios, e tratará de se comportar muito bem!.-Seu pai colocou sua última mala no carro, qual seria vendido em breve.

-Por favor, pai...não demore a me buscar!.-A loira lhe abraçou, e, por mais que estivesse infeliz com a decisão, subiu no carro.

-Não se preocupe, minha filha, lhe buscaremos logo.-Sua mãe sorriu para ela, a reconfortando.

Soraya ficou em silêncio a viagem inteira, olhava tristemente pela janela, vendo o carro se afastar da parte nobre da cidade e se aproximando das casas simples no subúrbio.
Quando chegaram em frente a casa de sua tia, ela percebeu que não teria volta e começou a chorar, enquanto seus tios saíam e retiravam as coisas do carro.

-Prima!.-Leila, prima de Soraya saiu da casa e correu para lhe abraçar.

-Leilinha!.-Pulou em seu colo, abraçando forte o seu pescoço.
Ambas tinham 21 anos, e mesmo com realidades diferentes, se davam super bem.

-Ja estamos indo, sô...espero que fique bem, meu amor!.-Sua mãe carinhosamente beijou sua testa, lhe dando um abraço forte.

-Não demore para me buscar...-Derramou uma lágrima em seu ombro.

-Não demoraremos.-Roger, seu pai, sorriu para ela.

Ela ficou parada na porta observando seus país se afastarem, e quando os perdeu de vista, começou a chorar compulsivamente.

-Calma, meu amor...logo eles voltam.-Sua tia pegou em sua mão e a levou para dentro.

-É aqui que você vai dormir.-Por mais que a condição financeira de seus tios fossem mais baixa do que a de seus pais, ela ganhou seu próprio quarto.

-Obrigada!.-Sorriu agradecendo.

-Eu te ajudo a se instalar.-Leila entrou com ela no quarto e se sentaram na cama, começando a dobrar as roupas.

-Prima, o que você faz aqui para se divertir?.-Soraya perguntou.

-Gosto de ver os meninos jogarem bola, ou então vou jogar vôlei. A praia fica um pouco longe, mas me junto com algumas amigas para ir!.-Respondeu sorridente.

-Sabe do que senti vontade de comer agora? Açaí!.-Thronicke passou a mão no estômago.

-Quer ir comprar agora? Tem uma sorveteria aqui próxima!.-Leila se levantou, também estava com vontade de ir.

-Então vamor!.-Soraya se levantou também.

Não quiseram trocar de roupa, a sorveteria era próxima e talvez não tivesse muitas pessoas na comunidade, nesse horário muitos deveriam estar trabalhando.
Leila avisou os país onde iam e as duas saíram, andaram 2 quarteirões até chegar a sorveteria.

-Você pode entrar e comprar pra gente? O ar aqui fora está tão fresco!.-Soraya pediu a prima, puxando ar para os pulmões.

Leila concordou e entrou para fazer os pedidos, deixando Soraya sozinha do lado de fora.

-Aquilo é um cachorro?.-A loira forçou a visão para enxergar o outro lado da rua, confirmando que era mesmo um cachorro.

Ela foi cruzar a rua, e não se atentou a olhar para os lados, e quando percebeu, ela foi jogada no chão, ralando feio o joelho.

-Porra, loira! Você está cega?.-Uma mulher um pouco mais alta desceu de uma moto, tirando o capacete e revelando cabelos negros e lisos até os ombros, olhos amendoados e uma boca carnuda.

-Você que é cega, não me viu atravessar a rua??.-Grunhiu quando tocou o joelho ralado.

-Deixa eu ver sua perna!.-A morena se aproximou, se abaixando em sua frente e segurando sua perna.
Soraya olhava para o grande decote da jaqueta preta da mulher, realçando um pouco de seus seios brancos como leite.

-Gosta de peitos?.-A mulher deu um sorriso de canto, vendo a boca de Soraya salivando.

-Me atropela e ainda me assedia?.-Franziu o senho.

-Você que está me assediando, olhando assim para meus seios!.-A morena se defendeu.-Além de burra é safada.-Inteirou.

-O que você falou? Repete!.-Antes que a morena pudesse pensar, a loira avançou em seu rosto, arranhando onde dava e puxando-a pelos cabelos.

-Soraya, você tá maluca? Solta ela!.-Leila saiu da sorveteria e viu sua prima grudada nos cabelos da mulher, e foi correndo para a tirar.

-Me solta, Leila, eu vou matar essa mulher!.-Leila puxou a loira para longe, parecendo um pouco assustada.

-Essa onça é sua conhecida, Leila? Sorte dela que é uma puta de uma gostosa, se não eu ia mandar rasparem essa cabeça!.-A mulher passou a mão no rosto, sentindo a ardência do arranhão na sua bochecha.

-Desculpa, Simone...ela é minha prima, veio ficar uns dias aqui, me desculpa mesmo, isso não vai se repetir!.-Leila segurava a boca de Soraya, que parecia uma onça querendo atacar.

-Na próxima vez, vou amar que arranhe assim as minhas costas!.-Simone se abaixou e falou baixinho no ouvido de Soraya, deixando a mesma um pouco mole.

A morena montou novamente em sua moto, e antes de colocar o capacete lançou um beijo no ar para a loira, ligando sua moto e saindo dali.

-Menina, você ficou doida? Como agride assim as pessoas?.-Leila a ajudou se levantar.

-Ela me atropelou com aquela sucata!.-Começou limpar a roupa e olhou novamente para o outro lado da rua, vendo que o pequeno cachorro ainda estava lá.

-Onde você vai?.-Leila olhou sem entender, vendo a prima se abaixar e pegar o cachorro.

-Será que eu posso ficar com ela?.-perguntou.

-Acho que meus pais não ligariam, a tempos minha mãe quer um dog!.-Voltaram de novo na sorveteria e voltaram para casa, com Soraya mancando e com um cachorrinho.

-Quem era aquela louca que me atropelou?.-Tocou no assunto.

-Ela é a dona do morro, maior traficante daqui.-Leila respondeu baixo, parecendo sentir medo.-Te aconselho não cruzar o caminho dela, e nunca mais fazer o que fez hoje, ela é muito influente e perigosa aqui.-Aconselhou.

Soraya não falou mais nada, andaram em silêncio até em casa, e quando sua tia viu o cachorrinho, explodiu de felicidade, e descobriu que era fêmea, a domeando de deusdete.

Ela e Leila deram banho no animal e o alimentou, e arrumaram um cantinho para ele ficar no quarto de Soraya.

-Você quase me faz ficar careca hoje, bixinho!.-Carinhou a cabeça do cachorro.

Ela se levantou e foi para o banheiro tomar banho, não quis que os tios soubessem o que aconteceu na rua para não os preocuparem, e quando entrou em contato com a água, sentiu a ardência do local e sorriu, levando da mulher lhe cantando mesmo depois de ter apanhado.

-talvez aqui não é de tudo ruim...












Autora;
Ngm pediu mas lancei uma fic nova, bjs!

Primeira Dama (simoraya)Where stories live. Discover now