Não sei quanto tempo se passou, mas chegamos em casa e já estava escurecendo.
- Já estava desesperada. - minha mãe fala abrindo o portão assim que Dinho estaciona.
- Oi mãe. - meu irmão desce do carro e logo todos descemos, minha mãe se aproxima e o abraça e quando o solta, enche ele de tapa. - Aí 'muié, que isso?
- Como você vai pra praia sem avisar ninguém aqui de casa e ainda arrasta sua irmã? - minha mãe pergunta irritada.
- Espera, você não avisou a mamãe? - pergunto e ele força um sorriso. - Mas é um animal, mesmo. - dou uns tapas nele e minha mãe também. - Isso mãe, mete o cacete nel... - ela me interrompe, começando a me bater. - Aí, por que eu estou apanhando?
- Sabe que seu irmão é cabeça fraca e não pensou em nos ligar? Chegamos da sua tia ontem a noite e não sabíamos onde vocês estavam. - ela leva as mãos na cintura e eu engulo em seco. - O pai de vocês está uma fera, nós só ficamos sabendo que vocês tinham ido pra praia porque o pai do Júlio avisou... Aparentemente ele é o único que sabia. - minha mãe fala encarando os meninos que engolem em seco. - Se preparem que os pais de vocês estão super irritados e passem pra dentro logo. - ela aponta pro portão e todo mundo entra na garagem.
- Tia Maria, nós precisamos ir pra casa e... - Samuel fala sem graça, mas minha mãe o interrompe.
- Estão achando mesmo que eu vou deixar vocês irem embora desse jeito? Já viram o estado de vocês? Vocês precisam de um banho urgente. - ela fala fazendo careta e Dinho cheira o braço. - Vai todo mundo pro banho, Cláudia pega algumas roupas da Diana e vocês quatro peguem roupas do Dinho, mas até as seis quero todos de banho tomado.
- Pra mim o cheiro tá ok. - meu irmão fala e minha mãe fecha a cara. - O que é tão engraçado, Falcão? - ele pergunta pro Sérgio que estava tentando ao máximo segurar a risada.
- Vocês perceberam que nós, um monte de marmanjo com seus vinte e poucos anos, estamos levando bronca? - ele dá risada, mas para quando minha mãe o encara.
Ficamos em silêncio por alguns segundos, até Dinho quebrar o mesmo.
- Eu vou ser o primeiro a tomar banho. - meu irmão fala e Bento o segura.
- Não, quem vai tomar banho primeiro sou eu. - ele fala e Júlio da um tapa na mão dele e o puxa.
- Sai japonês, eu que vou primeiro. - ele fala e Samuel e Sérgio também entram na briga para quem vai tomar banho primeiro.
Minha mãe revira os olhos e entra em casa, faço sinal de silêncio para Cláudia e seguro a sua mão. Seguimos para dentro de casa em silêncio e na ponta do pé.
- Espera aí, cadê as duas? - escuto Sam perguntar e arregalo os olhos ao perceber que eles estavam vindo atrás de nós.
- CORRE CLÁUDIA. - puxo minha amiga pela mão e corremos em direção ao banheiro, assim que fechamos a porta escuto os esmurros na mesma.
- Diana, eu sou o mais velho. - Dinho fala irritado e eu dou risada.
- E eu a mais inteligente. - retruco e dessa vez é Cláudia que dá risada.
- Inteligência, você se esqueceu das toalhas e das roupas. - ela fala cruzando os braços.
- Tira a roupa e entra no box. - falo e ela me encara. - Só faz o que eu estou falando, cabeçuda.
Ela revira os olhos e obedece, assim que a mesma liga o chuveiro eu abro a porta e coloco só o rosto pra fora, vendo os cinco de braços cruzados e cara feia.
- Seguinte, a Cláudia está tomando banho e nua... Se eu abrir a porta, vai todo mundo v... - nem preciso terminar a frase, já que Sérgio sai empurrando todo mundo pra sala, sorrio satisfeita e sigo até meu quarto.
Pego algumas roupas e duas toalhas, passo pela sala e vejo eles todos emburrados, dou risada e sigo pro banheiro entrando no mesmo e trancando a porta.
Cláudia estava terminando de lavar o cabelo, coloco as roupas na pia e a minha toalha, seguro a dela e me sento na privada.
- Clau, posso te perguntar uma coisa? - pergunto encarando o chão e ela apenas resmunga um "uhum". - Você acha que... - penso e acabo deixando a frase no ar, ela estende a mão e eu a entrego a toalha.
- Acho o que? - a mesma pergunta se enrolando na toalha e saindo do box. - Desembucha. - ela fala seguindo para frente do espelho e pegando uma escova para pentear o cabelo.
- Nada, esquece. - falo tirando a roupa e seguindo para o box, ligo o chuveiro e vejo ela me encarando de forma séria.
- Fala logo.
- O que deu no Samuel pra ele agir daquele jeito? - pergunto e ela dá risada.
- O mesmo que deu em você para quase voar na menina de top branco, ciúmes. - ela sorri e coloca a escova de cabelo na pia novamente e pega uma das mudas de roupa, vestindo a mesma. - Vocês tentam esconder e não conseguem.
Ela dá risada e sai do banheiro, fechando a porta atrás de si. Suspiro frustrada tentando entender o que a mesma disse e tomo meu banho.
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Escrito: 28.11.2023
Postado: 21.12.2023
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Em seus braços - Samuel Reoli (Mamonas Assassinas)
Teen FictionO que fazer quando se é apaixonada por um dos melhores amigos de infância? Diana Alves nunca imaginou que viveria aquela cena, perdida e lutando contra as próprias inseguranças e medos, ela se sentia incapaz ao pensar em conquistar o rapaz. Mas o d...