CAPITULO 10

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EVANGELINE

Enquanto andava, a mulher continuava a seguir meu passos em silêncio.

Um silêncio que só servia para que minha mente começasse a trabalhar. Em pensamentos que só me faziam afundar cada vez mais, nesse poço sem fundo e repleto de escuridão e vazio que residia em meu peito e alma.

Em uma escuridão avassaladora, que a cada dia que se passava almentava, e consumia minha existência e meu ser.

Eu não tinha muito mais tempo...

A cada dia que se passava, se tornava cada vez mais difícil pra mim manter o controle e a racionalidade. E temia que não conseguisse mantê-lo, até que  conseguisse o que queria.

Temia não ter tempo suficiente, de fazer o que tinha que fazer. Antes que minha alma fosse finalmente corrompida.

Era uma luta diário pra mim, permanecer sã. Em meio ao caos da minha mente.

Eu vivia uma guerra incessantemente e interminável comigo mesma todos os dia. E todos os dias eu tinha que manter em mente meus objetivos, para que não perdesse completamente a racionalidade que a muito custo conseguia manter.

- Então... - começou a falar, interrompendo meus pensamentos - Qual e o seu nome?

No meu íntimo agradeci a ela, por me tirar daquela onda de pensamentos depressivos. Que só me faziam afundar cada vez mais.

- Me chame de Elle - falei - e qual seria o seu? - perguntei, tentando demonstrar um mínimo de curiosidade.

Sinceramente as vezes eu tinha raiva de mim mesma. Não, raiva seria uma palavra com significado muito fraco para como realmente me sentia comigo mesma. Eu tinha ódio de mim mesma.

Ódio por ter me transformado em quem sou hoje.

Ódio por me permitir chegar nessa situação.

Ódio por tudo que fui um dia, por tudo que fiz, e por tudo que ei de fazer.

Pois alem do vazio, esse fora um dos únicos sentimentos que restaram em mim para sentir, diante tudo que aconteceu. Diante tanta dor e sofrimento fora o único a restar. Pois foi ele que me manteve viva, e é ele o responsável por alimentar a minha seda de vingança.

- As pessoas costumam me chamar de Eyrin - Respondeu, sua voz saiu em um sussurro.

Talvez por medo ou por ainda está processando o que acabará de acontecer, mas nesse momento ela me parecia perdida.

E assim como a Hellen, ela pareceu achar em mim uma forma de se encontrar.

- De onde você é? - perguntei.

- Eu não conheci meus pais, fui abandonada na porta de um orfanato quando ainda era um bebê, então nunca soube quem eles eram ou de onde eu era - falou ela - os responsáveis pelo orfanato, nós batiam e maltratavam, ele nos tratavam pior que lixo, então quando completei cerca de dez anos, sai de lá. Eu fugi, e comecei a morar na rua. A algum tempo fui contratada, para trabalhar em uma taverna. Mais não aguentei por muito tempo, os clientes eram bêbados e a todo instante tentavam mecher comigo, então hoje eu pedi demissão. Estava saindo de lá quando... - sua voz falhou - quando aqueles homens me abordaram, e tentaram... - lágrimas molharam seus olhos, e caíram por sua face.

Naquele momento ela finalmente pareceu acordar, vi na mudança de expressão em seu corpo e nas lágrimas que caíram com mais rapidez, que ela finalmente pareceu notar qual seria o destino dela se eu não tivesse chegado a tempo.

- O mundo pode ser bastante cruel Eyrin, e as pessoas podem ser terríveis. Não vou dizer que uma situação como essa não irá acontecer novamente com você. Pois estaria mentindo, sobre algo que não tenho certeza. A única coisa que posso falar e para você aguentar firme e tentar seguir em frente.

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⏰ Last updated: Mar 21 ⏰

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Herdeira do Caos- PROFECIAWhere stories live. Discover now