Capítulo 6 - Saqueadores

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Robert

    Esperamos pacientemente a tempestade acabar. Eu nunca havia passado por uma situação como essa, em que não sabe se vai morrer soterrado ou assasinado por um lunático desértico.

- Parece que vocês vieram de muito longe - comentou Mustafa, vendo nossas roupas e objetos. - De onde vocês vieram?

    Eu não queria responder, pois ele era completo estranho; mesmo tendo salvado nossas vidas, ainda precisava mostrar-nos confiança. Mas, Gwen falou sem pensar:

- Inglaterra - ela sorriu.

- O que vocês estão procurando? - ele questionou muito interresado.

- Desculpe ser grosso, mas isso não é da sua conta - disse, querendo encerrar o assunto.

- Você não deveria julgar as pessoas tão rapidamente - Mustafa deu um conselho ameaçador. - Eu sou o príncipe Mustafa Amineh Haleema, encarregado pela supervisão da reconstrução da Esfinge! Eu poderia ordenar aos meus serviçais para te torturar até a morte, mas não farei isso porque essa linda moça precisa de você para chegar ao seu destino - ele falou, beijando a mão de Gwen.

    E esse homem continuou com seu discurso que pouco me causava temor:

- Fico muito admirado com sua simpatia e cortesia. Qual é o seu nome? - perguntou, olhando fixamente para Gwen.

- G-Gwen - gaguejou ela.

- Você é uma flor rara do deserto, não merece estar aqui nesse fim de mundo. Sua beleza merece ser notada por todos. Você deve ir até meu palácio suspenso para receber os cuidado necessários - Mustafa limpou a areia do rosto de Gwen com os dedos. - Eu mesmo posso cuidar de você.

- Acho que a tempestade acabou! Né? - Evan ficou com tanta raiva desse homem que eu pude notar seu olhar fuzilando o príncipe de meia tigela.

- Obrigada pelo convite, mas meu lugar é aqui com meus amigos - a jovem arquiteta falou envergonhada com tantos elogios vindo de um herdeiro de um trono.

- Se mudar de ideia é só falar comigo - Mustafa disse, piscando um olho.

    Os ventos vindos do norte pararam de soprar e o príncipe, percebendo isso, saiu para ver se havia mais algum problema lá fora.

- Pessoalmente eu acho ele imundo, mal educado e descarado. Eu não gosto nada dele - resmungou o piloto.

- Vamos.

    Foi só mencionar o príncipe que ele apareceu. Mustafa desmontou a cabana e guardou numa bolsa egípcia.
- Meus camelos os aguardam.

   Partimos em silêncio. Como o príncipe tinha medo de maldições, ele nos deixou a poucos metros de distância do perímetro da escavação. O árabe ajudou a moça inocente a descer do camelo e depois beijou seu rosto em despedida. Evan já estava prestes a dar um soco nesse homem tão atirado, mas eu o impedi, pois Gwen sabia o que estava fazendo; a minha vontade também era de dar um tiro na cara desse sujeito.

- Então é aqui que nos despedimos - falei já querendo me livrar de Mustafa. - Obrigada por oferecer seus melhores camelos - curvei a fronte, debochando.

- Por nada - o príncipe ignorou-me e beijou por uma última vez a mão da jovem. - Nos vemos por aí.

- Espero que não - susurrou o piloto, cruzando os braços e bufando de raiva.

- Adeus - disse Gwen, distanciando-se do príncipe.

     Andamos sobre o grande monte de areia que levava até a maior descoberta arqueológica do ano. Chegamos ao topo do barranco. Olhei para baixo e havia uma grande depressão, onde se encontrava a pirâmide desconhecida. Ela era diferente das outras, só tinha três lados, suas paredes eram em degraus; essa pirâmide era muito conservada, como se tivesse sido construída há poucos anos. Ao mesmo tempo que eu reparava a esplendorosa arquitetura, também observava os escavadores, as cabanas montadas, as enormes máquinas de escavação, e tudo que se relaciona com trabalho pesado.

A pirâmideUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum