a mancha em um legado

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𝐐𝐔𝐀𝐑𝐄𝐍𝐓𝐀 𝐄 𝐃𝐎𝐈𝐒 




A espera naquela sala da caldeira era o que matava Amélia. Não sabia o que era, se era o sentimento de que algo daria muito errado ali ou em breve aconteceria algo que não fosse favorável a eles, ou se foi o jeito que Walker encarava o tão conhecido escudo de Steve. Analisou a sala por um momento, Zemo encarava o novo Capitão América com raiva, talvez porque o mesmo tinha o prendido, talvez porque não estava mais tão no controle da situação quanto gostaria, Shepard não gostava dessa tensão indesejável entre os dois.

Lemar ficou quieto encostado na parede, parecia cansado de correr de um lado para o outro, e era algo que Shepard concordava às vezes. Ser Vingadora era um título de respeito, quase tão importante quanto o antigo título de médica de campo, mas sabia o quanto era cansativo correr de um lado para o outro, tentando parar o mal da vez, era um sentimento que podia compartilhar com o parceiro de Walker. Falando em John, o mesmo permaneceu naquela posição por um bom tempo, Amélia mantinha seus olhos fixos do Capitão, vendo-o analisar cada detalhe do material do escudo, como se aquele objeto fosse seu bem mais precioso, e talvez fosse mesmo.

Ao seu lado, Barnes se mantinha apático com tudo aquilo. Amélia sabia que em partes toda a história de "não se importar com o que acontecia com Sam", fazia parte de um mecanismo de defesa vindo do sargento. Sabia que Bucky havia ficado sozinho desde que Steve tomou sua decisão final, sabia que o mesmo se sentia perdido, e mesmo com todos os seus esforços para não deixá-lo sozinho durante os meses que seguiram a morte de Rogers, não adiantava muito se o sargento continuasse a se esconder do mundo em uma tentativa falha e sem jeito de fazer reparações.

Sentiu os olhos do sargento em si, fazendo desviar o olhar de Walker por alguns instantes. Os olhos azuis de Bucky penetravam sua mente e todo o seu corpo, Amélia sabia que mais cedo ou mais tarde precisaria se abrir sobre os anos que estivera fora, sobre tudo que passou sozinha, mesmo assim, não sabia se estava pronta para começar a falar. Sabia que Barnes estava preocupado, não só com a situação atual, mas com o modo que Amélia se fechou sobre tudo que passou nos últimos cinco anos.

Barnes havia parado de tentar tirar alguma informação da japonesa. Sabia que era inútil e se a mesma não quisesse falar, não poderia fazer nada além de esperar que um dia soubesse, pois sabia que a morena era teimosa a esse nível. Finalmente cedendo, Shepard desvia o olhar novamente, vendo Walker se levantar de forma dramática, e começar a andar de um lado pro outro, todos os olhos estavam nele, Bucky cruzou seus braços, encarando com tédio o loiro.

— Não, não, não. — Sussurrou de forma baixo, encarando o barão preso ao cano. — Isso é uma má ideia.

— Não passaram dez minutos, John. Relaxa. — Barnes respondeu de forma calma, voltando a olhar para Amélia, como se pedisse que a mesma o ajudasse, Shepard encarou o Capitão novamente, vendo o mesmo se tornar mais impaciente.

— Não faça isso. — John retrucou. — Não me trate como criança.

— Ele sabe o que faz. — Amélia se juntou à conversa. Por um minuto, Walker parou de repente, olhando fixamente para um ponto da parede oposta de onde estavam, e decididamente, começou a caminhar em direção da porta ao lado de Barnes.

— Vou entrar. — Shepard trocou olhares com Barnes, fazendo o sargento entender instantaneamente, Bucky se colocou à frente da porta, empurrando John para trás com uma mão em seu peitoral. Lemar avançou para perto do parceiro, quase como se Bucky fosse o agredir naquele minuto, e para ser sincera, Amélia não estava muito inclinada a impedi-lo, quando John o olhou de novo, Shepard pode sentir toda sua energia, raiva, ódio, inveja, desgosto, tudo misturado em uma só energia. — Isso é muito fácil para você, não é? Todo esse soro correndo nas suas veias. Barnes, seu parceiro precisa de ajuda lá dentro. Quer mesmo o sangue dele nas suas mãos?

𝐇𝐔𝐌𝐀𝐍 ✪ bucky barnesWhere stories live. Discover now