água da chuva

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𝐃𝐄𝐙𝐄𝐒𝐒𝐄𝐓𝐄


          O clima do lado de fora da cabana não era dos melhores. Se não fosse pela pequena escada antes da cortina que servia de porta para a cabana, Amélia tinha certeza de que a essa hora, a cabana já estaria inundada com água. A morena estava sentada em sua cama, com um livro em mãos, Shuri lhe entregava livros todos os meses que passavam ali, em uma maneira de mantê-los entretidos, algo que Shepard se acostumou rapidamente.

Enquanto a mulher lia, Bucky observava a chuva atentamente. Quase não chovia em Wakanda, e quando chovia, Barnes adorava, o cheiro que o terreno tinha lhe lembrava que estavam seguros em uma espécie de paraíso, é claro que as coisas eram devagar quando chovia. As cabras não saíam do pequeno celeiro improvisado, e não dava para ir buscar frutas, o que era apenas mais uma desculpa para uma boa caminhada cheia de risadas e frutas.

Dessa vez, Bucky não sabia o que fazer o dia todo, era apenas três da tarde, e parecia que o dia não passava nunca. Não tinham como sair, e parecia que isso se manteria dessa forma, já que a chuva não parecia querer cessar logo, bufando, Barnes se vira para trás, caminhando até a cama da morena. Ele se senta rapidamente, logo ajustando a cabeça no colo da japonesa, deitando completamente em sua cama, encarando o teto.

Era um gesto comum entre os dois agora. Bucky havia se acostumado com a presença de Amélia, algo que facilitava gestos como deitar em seu colo, ou deixar a mulher brincar com seu cabelo e até mesmo prendê-lo, a verdade era, a relação dos dois tinha evoluído tanto em dois anos juntos, que Barnes acreditava que conhecia a mulher por toda a sua vida, muito similar ao que tinha com Steve.

— O que você tá lendo? — Bucky pergunta cansado, respirando fundo, era óbvio que ele estava entediado, quem não estaria? Geralmente nesse horário, os dois estariam fazendo alguma coisa fora da cabana, ou até mesmo dentro da cabana, mas aquele dia estava mais lento que o normal, então, nenhum dos dois parecia disposto a fazer qualquer outra coisa.

— Uma livro de assassinato. — Barnes a encara torto, e ela ri. — Se chama "O Assassinato de Roger Ackroyd", é de uma escritora chamada Agatha Christie.

— E como ele morreu? — James pergunta, como se fosse a coisa mais estúpida que tivesse que perguntar.

— Bom, ele foi assassinado dentro do seu escritório, na sua casa. — Amélia começa a explicar, colocando o marcador de página dentro do livro e fechando ele, suas mãos agora massageando o cabelo de Bucky. — Aparentemente, ele sabia de algo sobre uma mulher que morreu no começo do livro, ele tinha um relacionamento com a mulher, e ela contou um segredo para ele, e daí alguém matou ele para não revelarem o segredo.

— Parece intenso. — Barnes comenta, respirando fundo, sentindo seu corpo relaxar a cada movimento das mãos de Amélia.

— E é. — Ela retruca. — Agora, um detetive que sempre aparece nos livros da Agatha, Hercule Poirot, começou a investigar, apesar das férias que ele tá perdendo na investigação.

— Quando esse livro foi lançado? — Bucky pergunta curioso.

— 1926. — Barnes sorri, finalmente entendendo onde já tinha visto o título do livro.

— Gosta de livros antigos, boneca? — Amélia sorri ouvindo o apelido, e logo concorda com a cabeça.

— São os melhores. — Ele rapidamente concorda. — Não que os atuais não sejam bons, são ótimos também, mas coisas antigas são boas também.

— Como eu? — Bucky sorri galanteadoramente, fazendo Amélia rir.

— Como você.

— Não pude ler muitos livros com a guerra. — James sorri melancólico. — Lembro que o último livro que li foi em 1937.

𝐇𝐔𝐌𝐀𝐍 ✪ bucky barnesWhere stories live. Discover now