Uma história de amizade eterna.

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Por Megan

O caminho da casa de meus pais até a casa dos meus sogros, onde ocorrerá a cerimônia, não demorou muito.

-Está bem, minha filha? Se quiser, tem água aqui. -diz meu pai.

-Não, papai. Obrigada! -digo, nervosa.

Meu pai segura minha mão, ao perceber que olho a pequena foto de minha avó, Olívia, em meu buquê.

-Ela está muito orgulhosa de você, Meg! Tenho certeza de que se ela estivesse aqui, ela daria uma boa gargalhada  e diria: "eu lhe avisei". Sua avó nunca comprou essa idéia de amizade entre Oliver e você. Não é que não possa existir amizade entre homem e mulher, mas sua avó enxergava a maneira como vocês agiam um com o outro. -diz meu pai, enquanto passa a mão pela foto de minha avó.

-No dia em que ela... bem, no dia em que dormimos juntas, pela última vez, durante o jantar, ela pregou uma peça em Oliver, dizendo que eu estava apaixonada por um cara e iria viajar com ele. Oliver se transformou. Ela deixou o parquinho pegar fogo, pai! -limpo algumas lágrimas que insistiam em cair, em meio ao meu sorriso- Eu tive que contar a verdade e Oliver disse que não estava preparado para me dividir com ninguém. E minha avó só dizia: "só amigos"! Se eu soubesse que aquele seria a última... -digo chorando e sou interrompida por meu pai.

-Meg, meu amor! Eu sei o quanto você amava sua avó e o quanto ela amava você, até mais do que eu, que sou filho. Mas não se lamente. Eu sinto falta dela todos os dias, mas pense que ela foi do jeito que ela queria, tá bem? Vamos apenas lembrar de que ela acertou na mosca! E se vocês tiverem feito alguma aposta, pode pagar o valor para mim, sim? - diz meu pai, emocionado, tentando me fazer rir e ele conseguiu.

-Não, Sr. Bennet... Não houve aposta! Ela só tinha muita certeza de que ficaríamos juntos!

-A mesma certeza de que ela teve, quando sua mãe e eu éramos amigos! - diz e sorri.

Meu pai pega o lenço de seu bolso e limpa minhas lágrimas.

-Chega de lágrimas, mocinha. Deixe para derramá-las na hora certa. Veja se eu borrei minha maquiagem, por favor. - diz e me faz cair na gargalhada.

-Eu já disse que você é o melhor pai do mundo?

-Já, mas pode dizer novamente, porque eu não vou me cansar de ouvir isso nunca!

-Você é o melhor pai do mundo!

Dou um beijo em sua bochecha e, quando percebo, o motorista estaciona o carro.

-Pai! Já chegamos? - pergunto sentindo meu coração disparar.

-Sim, princesa! Entrará nesta casa como a Srta. Bennet e sairá Sra. Windsor! Que responsabilidade, hein?! Parece que foi ontem que eu te ajudava com trabalhos de casa, maquetes, brincava com você de boneca... Meg, antes que entre, quero que me prometa uma coisa. - seu olhar sério e com os olhos marejados, prendem minha atenção.

-Sim, papai. Pode falar.

-Meg, casamento é algo surreal! Me casar com sua mãe, foi a melhor escolha da minha vida. Mas, assim como tudo na vida, existem altos e baixos. Me prometa que sempre que sentir que algo não vai bem, você irá agir como uma verdadeira Bennet... como uma mulher virtuosa que sua mãe lhe ensinou a ser e que jamais deixará que nada estrague essa linda história que vocês dois construíram?

-Sim, pai. Eu prometo! E se for necessário, eu irei recomeçar quantas vezes forem necessárias. -disse lembrando de uma conversa que ele teve comigo uma vez.-Eu levarei para sempre seus conselhos comigo. Oliver é o homem que eu sempre amei e não deixarei que nada e nem ninguém estrague isso. Do contrário, eu sei como agir com um taco de baseball, se é que me entende... mais um de seus ensinamentos! -digo, lhe dando uma piscadela.

EntrelaçadosWhere stories live. Discover now