Capítulo 17: Codinomes

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-- Ai! -- coloquei minhas mãos no topo da cabeça, encarando o mais velho de uma forma um tanto dramática. -- Por quê fez isso?!

-- Isso é por você ter sumido do nada, descontaram em mim o fato de você não estar mais na UA. -- Aizawa explicou, cansado como sempre. -- Não faça isso de novo.

-- Não achei que aqui fosse a minha prisão particular.

-- Eu só quero que, caso você saia, ao menos se dê o trabalho de me avisar. -- ele começou a se afastar. -- Afinal, enquanto estiver aqui, você é minha responsabilidade.

-- Eu não preciso de uma babá!

-- Não é com você que eu me preocupo. -- essas foram suas últimas palavras antes de desaparecer em outro corredor, deixando-me sozinha com meus pensamentos.

Ele se preocupa com os alunos, afinal, querendo ou não, eu represento uma ameaça à eles. Sem contar que é realmente necessário ficar de olho nas minhas ações, Carnificina e Venom podem se aproveitar do nosso "passeio" para tentar fazer merda, não sou capaz de segurar os dois ao mesmo tempo, principalmente quando estão de fato motivados a fazer besteira. Bem, depois do "caótico" Festival Esportivo, todos os alunos que participaram receberem alguns dias de folga para curarem seus ferimentos, ou seja, eu também estou de folga durante esse período, mas, levando em consideração que eu não tenho absolutamente nada para fazer fora da UA, tudo o que me resta é esperar esse "intervalo" acabar para que eu finalmente volte a gastar minha atenção e tempo com os pirralhos. Já tô vendo que vai ser um período de folga cansativo...

Enquanto andava de volta para o meu atual alojamento, fiquei pensando um pouco no meu estranho encontro com Hawks ontem, ainda não entendi as motivações do loiro em querer conversar comigo, afinal, ele em si já tentou me prender e, simplesmente do nada, aparece agindo de forma amigável. O que será que ele queria com aquilo? Será algum tipo de manipulação? Ou sou eu que ando um pouco paranoica com as pessoas? Sei lá, são tantas opções e quase nenhuma é positiva!

-- "Misericórdia, para de pensar!" -- Carnificina reclamou, fazendo-me fechar a cara. -- "Já é tortura o suficiente conviver com o Venom, não piore a situação não!"

-- "Se é tão torturante assim, Carnificina, por quê não se muda?" -- rebati, estava um pouco estressada, mas a gargalhada de Venom me fez sorrir contente.

-- "Ela te pegou bonito, Vermelhinho!" -- Venom provocou, agindo como criança.

-- "Ninguém te chamou, seu imbecil!"

-- "Você me chamou de quê?!"

Ótimo, eles vão discutir! Haja paciência...

Indo contra qualquer tipo de sanidade humana, consegui sobreviver a essas "férias" dentro dos muros da UA, aturando as birras de Carnificina e Venom, e hoje era finalmente o dia das aulas voltarem ao normal; graças a Deus! Não estava mais aguentando as duas moebas brigando como duas veias!

Hoje estava um dia chuvoso, o tempo que eu mais aprecio, por isso estava sentada na janela observando a chuva enquanto os alunos entravam, aparentemente todos recuperados, não que eles tivessem se machucado de verdade, mas eles estavam novinhos em folha; conversavam animadamente sobre o festival, comentando sobre como as pessoas começaram a falar com eles por causa disso, afinal, alguns alunos da turma haviam, de fato, chamado uma certa atenção por causa das lutas de finalização. Ainda bem que não saí da UA, caso contrário, vai lá saber como as pessoas reagiriam se me vissem andando pela rua como se fosse uma pessoa normal; mesmo que ninguém saiba meu nome real fora da escola, o meu rosto deixou de ser um mistério e isso pode acabar se tornando um problema, afinal, agora era possível me reconhecer caso tenha a mínima vontade de me encarar. Não demorou muito para Aizawa aparecer, fazendo todos se sentarem comportados em seus devidos lugares.

A Vigilante (Boku No Hero) Where stories live. Discover now