Namorada de Mentirinha - SaiDa

28. que os jogos comecem

eu e os malditos dias 30, kk...

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— O que acha? — Tzuyu perguntou à Nayeon, muitíssimo ansiosa. Suas últimas cartas para Jihyo nas mãos da amiga, a ponta do nariz avermelhada e o pijama um tanto amassado. — Muito atirada?

— Mulher, mas que preocupação é essa? Vocês já não namoram há três semanas? — Im a fitou, curiosa. — E por que tá querendo minha opinião ao invés de ir atrás da Sana ou da Chaeyoung como sempre?

— Sem chance de eu falar desse assunto com elas. Tive que recorrer a você, ainda que a Jeong fosse a escolha mais sensata. Tô precisando de um tapa na cara.

— Obrigada!? — Ela agradeceu, ironicamente. — Mas, ainda não entendi...

— É particular. Então boca fechada, tá legal? — Nayeon assentiu, ela continuou. — A Sana contaria pra Dahyun, mas se isso parar no ouvido da Jihyo-ssi as coisas tendem a piorar... Quanto a Chae, sabe que ela não gosta muito da Jih e a última coisa que eu quero é arranjar mais problemas pra gente. Ok, ahn... Digamos que, mesmo namorando há certo tempo, toda vez que eu avanço um pouco a Jihyo fica estranha e... Some. — Tzuyu contou, tendo a atenção da amiga. — Estamos indo no nosso tempo, sem pressa, mas ela tem ficado desesperada com tudo que eu faço o que significa que tenho falhado em transmitir confiança. Ela sempre volta uma hora, inventa desculpas, diz que não tem nada de errado, mas sei que tem... Preciso ser mais cuidadosa com as minhas ações, minhas palavras. Não quero estragar tudo.

— Calma, acho que entendi! Ela é virgem?

— Não...

— Ué, pra que tanto desespero então? — A coreana estranhou, fazendo uma careta. — Medo de mulher?

— É a primeira vez dela se relacionando com uma.

— Aah, tá explicado. Bom, pra mim, suas cartas não são nem um pouco ameaçadoras se é isso que te preocupa. — Nayeon voltou a olhar para os papéis coloridos, pensativa. — Por acaso, planejava algo a mais e mudou de ideia porque ela tem fugido de você?

— Talvez...

— Claramente, estão no mesmo barco. Não seria melhor arriscar no plano original, do que continuar com medo tentando mascarar o medo? Se é pra ficar assim: que, pelo menos, seja por algo que realmente quer.

— Tenho medo de piorar a situação, Na.

— Mas, Tzuyu, é justamente esse medo que vai piorar tudo. — Ela alertou a taiwanesa, tentando explicar seu ponto. — A gente sempre sente quando alguém tá com medo... E medo gera medo. Se ela precisa de confiança, tenha confiança em si. Não escreva imaginando o que ela vai pensar, escreva o que de fato quer. Seja honesta com seus sentimentos. Se ela tentar fugir, puxa a atenção dela pra outra coisa... Se distraia também. É assim que tudo acontece no seu tempo, sem pressa, não as duas se desesperando nesse ciclo vicioso de fingir que tá tudo bem por medo do que a outra vai pensar. Corre dessa bola de neve!

— Esse é um ótimo conselho, na verdade.

— Eu sei.

Nayeon sorriu, devolvendo as cartas para a mais nova e se levantou indo buscar mais xarope para Tzuyu. Estava de luvas plásticas, usando uma máscara descartável, óculos de grau, pantufas e o capuz do moletom. Passou álcool em gel nas mãos cobertas.

— Você parece uma doida, sabia?

— Quando pretende voltar pro seu quarto mesmo? Amigas são pra gente compartilhar coisa boa, não doença.