Continuo a andar pelo quarto e, quando me aproximo da bancada da sua penteadeira, paro diante dela ao ver um diamante perdido entre os frascos de cosméticos, reluzindo com a iluminação da lâmpada do teto sobre ele. Pego o anel brilhante e noto que a pedra se trata de um legítimo e majestoso Aurora Green. Se eu não me engano, a Cvllier comercializou pouquíssimas peças com esse diamante devido à dificuldade para extraí-los das minas. É mais impressionante do que eu me lembrava, a cor e o brilho são incomparáveis com qualquer outra variação de diamante. Ela não deveria deixar algo assim jogado sem o menor cuidado.

Ao olhar com mais atenção vejo uma data gravada na parte interna. É uma aliança, não um anel qualquer e, obviamente, pertence a Alessa. Então, por que não está no seu dedo e sim esquecido como se não fosse nada importante?

Sorrio involuntariamente com o pensamento, mais agradável do que deveria ser, de que, talvez, a peça simbólica não seja mesmo algo relevante para ela. A verdade é que eu não sei nada sobre o teor da relação deles, mas prefiro pensar que a infidelidade nunca teve um gosto tão irresistível, tão certo, para nós dois.

— Não se envergonha de ser tão bisbilhoteiro? — Sua voz suave me tira dos meus pensamentos canalhas. Jogo a aliança sobre a bancada e me viro para ela, admirando mais uma vez como ela fica uma delícia toda desarrumada.

— Estava esperando um pedido de agradecimento, afinal, sem mim você ainda estaria na sala de jantar, mas, pelo visto, só vou receber ofensas e resmungos. — Respondo à medida que me aproximo novamente dela, que permanece na beira da cama, reclinada para trás e apoiada com os cotovelos sobre o colchão. 

— Eu poderia agradecer se você não fosse um completo descarado, Roman. — fala quando paro em frente a ela. O encontro dos seus olhos com os meus volta a me envolver com a força do fascínio e da malícia que paira sobre nós.

Roman. Escutar o meu nome saindo de forma tão sedutora dos seus lábios perfeitos e desperta mais a minha vontade de descobrir como seria ouvi-la sussurrando-o entre gemidos ou simplesmente pedindo por mim dentro dela.

Fantasias e mais fantasias imprudentes se formam em minha cabeça. Eu não vou aguentar isso por muito mais tempo sem enlouquecer, não vou.

— Descarado? Eu? — ironizo a sua intenção de insulto. Ela nunca esteve tão certa, confesso. A última coisa que estou me preocupando é em esconder o que eu quero dela.

Sua expressão incrédula me faz soltar uma risada genuína. Ela ainda não percebeu que faço isso apenas para brincar com a sua irritação.

— Se você rir mais uma vez de mim, de tudo o que eu falo, eu vou acabar com você e não pense que é uma brincadeira! — diz com firmeza, como se pretendesse soar ameaçadora, mas eu só consigo reparar em como a sua postura selvagem é uma visão excitante. A vontade de agarrá-la se torna incontrolável com ela parecendo que realmente quer me matar.

Me curvo sobre ela e cerco os lados do seu corpo com os meus braços, não lhe dando qualquer escapatória. O rosto dela permanece erguido para o alto, não demonstrando nenhuma intimidação pela mínima distância que há entre os nossos rostos.

— Não acha que já está acabando comigo? Se o seu intuito é me matar de tesão, eu não faço questão nenhuma de resistir. — sussurro e aperto o seu queixo com força, trazendo a sua boca carnuda e delirante para perto da minha.

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Neglectful LoverWhere stories live. Discover now