capítulo 23

370 42 46
                                    

Depois do momento louco na cafeteira, pagamos e saímos dali, yoko e ajax disseram que já estavam cansados então já se foram, ficou apenas eu e enid.

E então quando saímos também, fomos até a praça ficar sentadas um pouco admirando a paisagem.

── eu estou tão ansiosa para as férias ── disse enid junto com um sorriso simpático.

── eu também ── dou um sorriso fraco por causa do frio.

── melhor irmos, você pode ficar gripada se continuar aqui fora ── enid se levantou e estendeu sua mão até a mim.

── eu não pego gripe tão rápido assim ── digo, mas sou surpreendida pelo meu próprio espirro.

── melhor voltarmos mesmo ── a maior deu uma leve risada e me ajudou a levantar.

No caminho devolta, algo me chamou atenção, havia uma caixa no chão que se mexia bastante. De primeira achei que poderia ser um gambá ou um rato, mas lembrei da possibilidade de ser um gatinho preso.

── nid, olha! ── aponto para a caixa que ainda se mexia ── vamos abrir? ── dou um sorriso sincero.

── e se for um animal selvagem? E se ele te atacar? ── a maior olhava a caixa atentamente.

── é só torcer para que não seja um animal mutante que pode acabar com a minha vida instantaneamente ── a loira se acabou na gargalhada.

Fui em direção a caixa, a abri lentamente, e me deparo com um ser extremamente fofo.

── coitado! Ou... coitada ── e de dentro da caixa tiro um pequeno coelhinho.

O animal estava cheio de feridas e sangue, quando o olhei totalmente indefeso me lembrei de quando também fui uma coelhinha indefesa.

── sua imprestável!! Por que você nasceu afinal? ── meu pai estava descontrolado, minha mãe apenas protegia meu irmão no outro lado da sala, ambos com medo ── você poderia ter sido abortada quando ainda tinha tempo! ── o homem joga a garrafa em mim a fazendo quebrar, causando varios cortes.

── pai, por favor, não... ── eu implorava para que o homem parasse de dizer tantas palavras feias.

── você não pode mandar em mim sua peste! ── o grande homem me pegou pela minha camisa fazendo eu ficar empedurada ── eu ainda vou te matar, desgraçada! ── e então ele me joga com tudo no chão.

Por um momento ouvi minha mãe entrar em completo desespero, mas quando ela iria ver se eu estava bem, meu pai a deu um tapa forte. E depois foi a vez de ouvir meu irmão mais novo começar a chorar, meu pai já irritado vai em direção ao garoto que consegue fugir.

Eu apenas fiquei ali, tentando entender o motivo de eu ter nascido numa família assim. Eu via tantas famílias felizes na TV, por que a minha não era daquele jeito?

─ wednesday!! ── a maior estragava os dedos tentando me tirar do meu mundo, ou melhor, pesadelo.

Quando me dei conta, eu estava chorando e abraçando o pequeno coelho contra meu peito.

── an? Oque...

── melhor irmos, agora ── a loira me ajudou a levantar com sua face preocupada.

Rivais - WenclairWhere stories live. Discover now