Capítulo 3: A garota da casa ao lado

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—Davis... ogros são só criaturas de ficção né?

— Ahn? Claro que são...já sei você virou a noite jogando algum RPG de novo?

— Não...eu só estava pensando hahaha

Era obvio que se eu dissesse a verdade ele me acharia louco, então só me restava tentar ir pra casa o mais rápido possível, já que a garota havia desaparecido como uma ninja

—Davis me desculpe, eu preciso mesmo ir pra casa

— Ah... tudo bem...

Ele pareceu meio chateado, eu me virei e comecei a caminhar, então outro vez um tapinha veio as minhas costas novamente dadas por ele

— Ah sim! Soube que você vai ter vizinhos novos... Meu pai disse que um homem foi lá ontem e pediu uma casa naquela região, não importava o valor. Espero que sejam bons vizinho para você! Enfim... Nos vemos por aí.

Ele se despediu e saiu em rumo a sua casa, eu pensei um pouco sobre isso, fazia cerca de 2 anos que os nossos vizinhos haviam se mudado eles eram bastante endinheirados soube que o homem conseguiu um emprego fora do país e a família se mudou, a casa era grande, mas estava nas mãos da imobiliária todo esse tempo, bom não fazia tanta diferença assim, eu precisava ir embora, caminhei ouvindo música nos meus fones tentando não pensar naquilo, meu professor favorito virando um monstro e tentando me matar, a garota estranha que acabou com ele e todo o ocorrido não saia da minha mente, nem aqueles caras estranhos pareciam agentes ou algo do tipo.

Assim que cheguei em casa notei que minha mãe não estava lá, talvez tivesse ido comprar algo ou ir em uma amiga, fui até meu quarto e deitado na cama estava Fuukami em sua forma original um enorme cachorro branco de pelos espetados dormia como uma pedra

— Acorda aí bela adormecida preciso falar com você, ei Fuukami está me ouvindo? — Disse o cutucando na orelha

Ele abriu os olhos me encarou por alguns segundos bocejou virou-se de barriga para cima e me disse – Carinho agora, conversa depois e me chama só de Fuu é mais simples ok? 

Eu não sabia como reagir tirando o fato de que ele podia falar e se eu não tivesse sonhado essa parte ele e eu nos tornamos um ele era apenas um cão afinal.

— Olha — eu disse meio confuso com a cena — Eu até posso fazer isso, mas só se você me responder antes, o que você sabe sobre ogros?

Ele pareceu surpreso com a minha pergunta, pois ele se levantou e seu pelo se arrepiou no mesmo instante ele pulou da cama parando a minha frente com um olhar sério

— Ogros? Criaturas nojentas! Odeio eles! Onde eles estão? Esses miseráveis de novo...

Fiquei supresso com a reação dele, mas continuei falando

— Eu fui atracado por um, ou melhor, pelo meu professor, quer dizer meu professor virou um e me atacou, daí fui salvo por uma garota estranha e...

Fui interrompido pelo som da porta sendo aberta, meus pais haviam chegado, Fuu voltou a sua forma compacta e foi correndo encontra meus pais, ele tinha realmente virado muito amigo do meu pai, quando cheguei na cozinha ele estava com as patas para cima recebendo carinho dos meus pais. Eu estava um pouco frustrado por não conseguir terminar a conversa, mas tudo bem eu teria tempo amanhã.

Resolvi tomar banho, mesmo nesse sossego eu não conseguia tirar aquela garota da cabeça, o que ela queria dizer com voltaria mais tarde mesmo não gostando e aquele papo de preciso falar comigo, quer dizer eu nem sabia o nome dela ou por que ela precisaria vir atrás de mim novamente, mas também estava curioso, ela parecia ser igual a mim um sacerdote como Fuu havia me chamado na primeira vez que falou comigo. Terminei o banho e ao sair escutei minha mãe me chamando a atenção porque havia pelos na minha cama e que precisávamos comprar remédios para ele não perder pelos, pelo jeito ele dava trabalho igual a um cão comum.

O espírito da AguaWhere stories live. Discover now