Capítulo 27

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Lauren Jauregui P.O.V

Eu sempre sonhei em ter uma casa feliz, com filhos e alguém que me amasse. Até que essa se tornou a minha realidade, agora eu tenho três filhas lindas e uma noiva perfeita. As gêmeas acabaram de completar um mês, confesso que as primeiras semanas foram as mais difíceis, eu e Camila praticamente não dormimos, ter três crianças que ainda dependem de nós para tudo, não é nem um pouco fácil, graças a Deus Sinuhe e Laura estão aqui.

Felizmente, depois de um tempo as meninas passaram a se acostumar melhor com a casa,  a temperatura, passando a nos oferecer noites tranquilas e de sono prolongado.
O que foi bom, porque eu já havia me esquecido de como era bom dormir uma noite inteira. Yasmin não dava trabalho com sono quando era mais nova, deu pra fazer graça agora que está mais crescida. Camila já estava cicatrizada, ao menos por fora, e eu não poderia negar que estava morrendo de saudade, de fazer amor com ela. Não fazemos nada desde o nascimento das gêmeas.

Aproveitamos que meus pais chegaram de Los Angeles para conhecer as meninas, e estavam lá em baixo com elas. Resolvi chamar Camila para tomar banho, ela parecia cansada, mas estava tão linda quanto antes. Parecia que quanto mais o tempo se passava, mais linda ela ficava, como se isso fosse possível.
Camila usava um vestido solto e longo, estilo ciganinha, que deixava seus ombros a mostra. Agora ela estava parada no espelho do nosso closet, se encarando.

- Você está linda. - a abracei por trás, deixando minhas mãos em sua barriga e meu rosto na curva de seu pescoço.

- Estou horrorosa, Lauren. Minha barriga está com estrias por conta da gravidez, e me sinto gorda. - suspirou em frustração.

- Amor, pra quem pariu duas meninas você está ótima. - brinquei e ela riu sem humor, parecia realmente triste.

- Não vou conseguir tomar banho com você, não desse jeito.

- Camila, você é minha noiva, a mais linda que eu poderia escolher. Eu amo tudo em você, principalmente seu corpo, e eu entendo que nesses últimos meses você passou por mudanças. Meu amor, você gerou as nossas jóias mais precisas, você me deu duas meninas lindas, seu corpo pode estar diferente do que era, mas isso não muda o quanto você é linda pra mim, inclusive eu prefiro como está agora. - a abracei.

- Eu amo você, Jauregui. - sorriu sincera.

Não respondi com palavras, deixei que meu beijo dissesse o quanto eu a amo, eu estava com tanta saudade de sentir a boca dela em contato com a minha, o gosto bom que eu só encontrava nos lábios dela. Sinto que passamos esse último mês, com um foco maior nas meninas, deixando um pouco o nosso relacionamento de lado.

- Eu amo você, Cabello. - falei após encerrar nosso beijo.

O nosso banho foi regado a carinhos e beijos, não fizemos sexo, vontade não me faltou, mas as meninas precisavam de nós. Vestimos roupas confortáveis e aconchegantes, a noite estava fria, mas muito agradável. Graças a Deus, as gêmeas e Yasmin já estavam de banho tomado também, então só iríamos comer e dormir. Estava um pouco cansada, passei o dia na fazenda, acompanhando a transferência do gado, vendemos oitocentas cabeças para um fazendeiro local.

Depois que jantamos e meus pais foram embora, eu e Camila conseguimos colocar as meninas para dormir. Não era tão difícil, pelo menos naquele dia não havia sido. Quando finalizei minhas tarefas na fazenda, fui buscar Yasmin na casa de seus avós, até hoje minha comunicação com eles é um pouco casta. Sei que nunca vão me engolir, mas costumam fingir bem na presença de Yasmin, por mais que ela ainda não entenda. E eu agradeço por isso.

Yasmin gostava de andar de carro, ficava cantarolando palavras das quais não faço a mínima ideia do que significam, nessas nossas curtas viagens eu gostava de colocar músicas para a gente escutar. Ela ficava completamente eufórica quando começava a tocar One direction. Isso era quando ela não caía no sono, ou ficava batendo palminhas. Olhei pelo retrovisor enquanto ela estava na cadeirinha, para sua segurança, seus olhos pareciam estar pesadinhos, devia estar cansada de brincar a tarde inteira.

Eu me lembro como se fosse ontem quando fui buscar Yasmin na casa dos Trainor's, e eles me mostraram o laudo pericial do carro de Aurora, não tinha marcas de frenagem no asfalto porque ela estava sem freios, os fios que ligavam ao pedal estavam cortados. E nunca saberíamos quem teria motivos para fazer aquilo, bem, ao menos foi isso que eles disseram. Essa história parecia um fantasma que sempre me assombrava.

Após receber a notícia, resolvi ir onde o carro de Aurora estava. Estacionei minha caminhonete de frente a um pátio, onde eram deixados carros apreendidos e danificados ao extremo, conversei com o rapaz que cuidava daquele local e expliquei todo o acidente que ocorreu a dois anos atrás, com minha ex namorada, e pedi para que ele me levasse até o carro. Não foi difícil reconhecer o único Ford bronco azul e amassado, cheio de poeira e sem seus parabrisas. Me abaixei continuando a analisar o carro, tentando encontrar algo que os peritos não foram capazes de achar, não é possível, não existe crime perfeito. Quem quer que tenha feito isso, deixou alguma prova, e eu não estava errada. Infelizmente.

Não tenho um conhecimento técnico, mas eu poderia jurar que não foi feito pericia alguma naquele carro, em poucos minutos eu fui capaz de encontrar um pedaço de tecido xadrez e um canivete no porta luvas, um canivete que eu tinha quase certeza que já havia visto outra vez, claro que sim, George parecia ter um igual. Aurora não era do tipo que portava essas coisas, ela era menininha demais para isso. Fiquei em estado de negação e sai dali imediatamente, talvez fosse uma mera coincidência eu encontrar tudo aquilo.

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