Capítulo 2

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Um portal se abriu dentro da mansão dos Goetia e a I.M.P. e Octavia passaram por ela. O castelo estava exatamente como Octavia deixou quando saiu.

Imediatamente ao entrar, a I.M.P. começou seu trabalho e foram procurar por pistas, iniciando pelo quarto de Stolas.

O quarto estava exatamente como Blitz se lembrava, com exceção de algumas coisas fora de lugar. Estava arrumado demais para Stolas ter estado ali antes. Os mordomos deviam ter passado por ali antes deles chegarem, talvez entre um dia e outro, antes de saberem que Stolas estava desaparecido. Não havia uma única pena fora do lugar, ao menos segundo a ordem que os mordomos arrumavam.

Blitz percebeu que o porta-retrato que Stolas mantinha na mesa de cabeceira estava virado para a frente ao invés de levemente inclinado para o lado. Uma vez, quando ele e Stolas transaram enquanto Stolas estava bêbado, o príncipe lhe disse que gostava de virar o quadro de sua filha para a cama para que ela fosse a primeira coisa que ele visse ao acordar.

No que Blitz estava pensando antes? Não tinha como aquele homem ter abandonado sua filha sem mais nem menos. Alguma coisa tinha acontecido, e ele iria descobrir.

Sem nada para encontrar no quarto de Stolas, ele passaram para outro, a cozinha.

O lugar estava igualmente impecável. Na verdade, parecia ter sido arrumado há pouco tempo.

Os imps se espalharam e começaram a procurar, virando cada eletrodoméstico e ladrilho que viam pela frente. O lugar estava arrumado demais para poderem encontrar qualquer coisa, mas eles podiam tentar.

— Você sente alguma coisa, Loona?

Loona ergueu o focinho para o alto perto do fogão, buscando qualquer cheiro que não fosse de comida.

— Nope. Nada além de cheiro de torrada, sabão e um cheiro floral.

Blitz revirou os olhos. Stolas e suas flores.

— Huh. Esse bule ainda tem chá dentro — Moxxie disse de repente, chamando a atenção do grupo.

Blitz se aproximou dele e inspecionou a louça com olhos estreitos. Era uma porcelana com desenhos trabalhados e o bico aberto por um botão atrás. Nada tecnológico, apenas exageradamente arquitetônico.

O imp cheirou dentro do bule e fez uma careta.

— Alguém tentou limpar, mas não parece que fez um bom trabalho. — Olhou ao redor, buscando alguma coisa que pudesse servir de pista. Se o bule não foi bem limpado, então talvez tivesse algo a mais para se encontrar.

Subitamente, algo capturou o olhar de Blitz.

— O que é isso?

Ele esticou a mão e pegou um pequeno objeto circular da janela. Ele o pegou com dois dedos e inspecionou próximo do rosto, parecia uma redinha que pessoas chiques usavam para fazer chá, ao invés de usar o saquinhos tradicionais que se compra em supermercado. Típico, considerando que Stolas definitivamente era o tipo de pessoa que faria algo assim, dando a desculpa de consumir algo mais natural ao invés da industrialização que os pobres escolhiam.

Blitz afastou a redinha do rosto e lambeu a ponta de uma das pétalas com a ponta da língua.

— Não coma isso! — Millie deu um tapa na mão de Blitz e a rede, assim como as pétalas, se espatifaram no chão.

— O que foi, Millie? — exclamou Moxxie, assustado pelo tapa súbito de sua esposa na mão de seu chefe.

— Eu conheço esse cheiro. — Millie se aproximou das flores e pegou uma pétala na mão, trazendo-a próximo ao nariz. — É Lírio do vale. É uma planta extremamente venenosa. Meus irmãos e eu encontramos um campo cheinho delas quando éramos crianças e um deles colocou na boca. Ele passou muito mal e como não tínhamos dinheiro, levamos muito tempo para tratar. Foi horrível.

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⏰ Last updated: Nov 25, 2023 ⏰

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