13 - Skyspace

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Los Angeles, grande cidade do sul da Califórnia, considerada o centro da indústria de cinema e televisão do país, estava agitada.

Não diferente do comum, a agitação da cidade contagiava todas as ruas e vielas. A todo tempo parecia época para festejar, beber e gastar dinheiro.

Durante o dia, metade da cidade parecia estar de férias, e a outra metade se apressava entre gravações de algum filme ou série.

Uma porcentagem levemente reduzida da cidade ocupava-se a coordenar grandes empresas de gravadoras, estúdios, e produtoras cinematográficas.

Um dos pioneiros do ramo de agencias de dublês era Christian Cone. O homem não demonstrava que beirava os cinquentas e poucos anos de idade. Sempre se apresentava impecável em seu terno de cinco mil dólares, sapatos de couro legítimo e acessórios dourados. Os cabelos tingidos de preto, sempre penteados para trás, paralisados pelo spray fixador.

A agência de Christian Cone era a primeira a surgir numa seleção de dublês para cenas de ação ou cenas de nudismo explícito. O empresário embolsava milhões de dólares pelo trabalho de cada dublê, estes que, por sua vez, recebiam a porcentagem menor.

Essa noite em particular, Christian estava em sua mansão, degustando um suave Cabernet Sauvignon, apreciando o monólogo de sua mais nova atriz prestes a passar pelo teste do sofá.

— Jess, você sabe que, nesse ramo, as atrizes precisam mostram o quanto querem esse trabalho... — Perguntou num tom de afirmação, deslizando os dedos pelo cabelo da mulher que o encarava receosa.

O empresário foi interrompido pelo som da campainha. Levantou-se franzindo a testa, relembrando se havia dispensado todos os empregados.

— Sr. Cone? — Uma policial uniformizada perguntou, retirando o distintivo da cintura — L.A.P.D., boa noite.

— Pois não? — Sua voz estava incerta e duvidosa, esticando o pescoço para enxergar a viatura atrás da mulher.

— Uma investigação de caráter sigilo nos trouxe até esta casa, como meio de prevenção. Posso entrar? — A Policial mantinha uma postura profissional, as mãos atrás do corpo, os cabelos pretos presos num rabo de cavalo firme, tendo seu rosto parcialmente iluminando pelo giroflex vermelho e azul iluminando seus olhos verdes compenetrantes.

Christian Cone abriu espaço para que a Policial entrasse, não perdendo a oportunidade para avaliar sua bunda, "elas ficam perfeitas nesse uniforme", pensou.

— Que tipo de investigação, Senhorita Smith? — Perguntou, lendo o nome bordado no uniforme da mulher, ao lado do brasão do L.A.P.D - Departamento de Polícia de Los Angeles.

— Bom, como eu disse, a investigação é de caráter sigiloso. O que posso informar é que se trata de uma gangue de ladrões de joias. São peritos em arrombamentos de cofres. Entram nas residências, e os donos só percebem quando já estão de partida. Segundo a inteligência do Departamento, estamos convencidos que este bairro é o próximo alvo. Sendo assim, estamos sugerindo precauções para os moradores.

— Meu Deus, que trágico. Eu mesmo faço coleção de diamantes, esmeraldas e alguns rubis.

— Pode me acompanhar até onde as armazena?

— Claro, mas com qual intuito? Achei que tratava apenas de uma advertência verbal.

— Estamos em parceria com algumas seguradoras, sinalizando cofres que precisam de reparos ou melhoras.

O homem deu de ombros e seguiu para o andar superior, onde ficava seu quarto. Dentro do closet, havia três cofres do mesmo modelo.

— Está certo do armazenamento correto dos itens?

EscapeWhere stories live. Discover now