Em um mundo onde a magia é furiosamente perseguida e punida com a morte, Jeon Jeongguk é um feiticeiro que tenta passar o mais despercebido possível.
Mas sua tranquilidade vai embora no momento em que é acusado e condenado injustamente pelo assassin...
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Quando o primeiro soldado avistou Jeongguk se aproximando, sua única reação foi fugir. Sequer soou o alarme, simplesmente desceu da torre de vigilância e correu o mais rápido que conseguiu.
— Homens — Ryujin resmungou, se mantendo escondida atrás de seu corpo. — Sempre tão corajosos.
— Fique longe do meu caminho — Jeongguk avisou. — Posso acabar te machucando por acidente se você ficar no meio do fogo cruzado.
— Não se preocupe comigo, bonitão. Vou ver se consigo encontrar algo interessante enquanto você faz seu inferno particular — ela começou a se afastar.
— Espere — Jeongguk chamou, fazendo a garota parar. — Se encontrar mais daqueles livros em algum lugar, pegue para mim.
Jeongguk achou que ela faria alguma piadinha ou que iria cobrar outra bolsa de ouro por isso, mas a garota apenas assentiu e voltou a correr, sumindo de seu campo de visão. Respirou fundo e voltou a encarar a fortaleza à sua frente. Uma fortaleza construída por feiticeiros, as chances de ter algum livro de magia esquecido ali eram grandes.
Usando uma das espadas, fez um corte profundo contra a palma de sua mão. Com o sangue, começou a desenhar os símbolos no ar. As letras flutuaram ao seu redor. Por um curto segundo, nada aconteceu.
No instante seguinte um trovão furioso explodiu no céu sem nuvens. O raio veio junto, caindo sobre a torre de vigilância e a destruindo em milhares de pedaços. Uma enorme pedra de concreto caiu sobre o soldado que tentava fugir pela planície.
Jeongguk ergueu as espadas e voltou a caminhar em direção à fortaleza. Uma trombeta ecoou por toda a planície, notificando o ataque, mas já era tarde demais. Avançou contra o primeiro soldado que surgiu na sua frente e golpeou com tanta força que separou a cabeça do restante do corpo. Sangue espirrou em seu rosto. Sem se importar com a bagunça, Jeongguk foi para cima do próximo soldado.
Continuou abrindo caminho até a fortaleza, desferindo um golpe atrás do outro e destruindo qualquer um que entrava em seu caminho. Seus movimentos eram precisos e mortíferos, seus olhos percorriam todo o lugar e sua mente funcionava sem parar, antecipando cada mínimo movimento dos inimigos.
Aquela era toda a força que Jeongguk sempre reprimiu, todo o poder do qual abriu mão durante anos para proteger aqueles que amava. Agora que não tinha mais ninguém para proteger, não fazia mais sentido se conter.
Em questão de minutos, uma trilha de corpos se estendia pelo lugar. Soldados continuavam surgindo de todos os lados, tentando inutilmente detê-lo. Usando mais um pouco do próprio sangue, Jeongguk desenhou outros símbolos no ar. As letras estranhas giraram ao seu redor até se tornarem um borrão vermelho.
Animais feitos de sombras surgiram ao seu redor, saindo de dentro dos símbolos; serpentes, águias, touros… Vieram também aqueles cuja a forma era indefinida, nada além de uma poça enorme de escuridão.
