capítulo 10

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Leonardo Siqueira 💪🏾

Menina é braba mesmo, pô! Garota sabe pilotar uma moto legal. Da surra que eu dei no cara lá, por conta dos vidros, lasquei minha mão legal!

Quando fui da fé, já tínhamos chegado na casa dela, desci da moto e logo ela pegou a bolsa e o salto.

Siqueira: Tá bem? - Ela me olhou com os olhos vermelhos. Concordou com a cabeça.

Luanne: Obrigada... Pelo o que você fez lá. Não precisava!

Siqueira: Tá suave... Só lasquei minha mão, mas tá de boa!

Ela olhou para minhas mãos cobertas por uns panos.

Luanne: Vem... Vamos entrar.

Ergui a sobrancelha e ela tirou a chave da moto. Saiu andando e eu a segui. Ela abriu a porta e levou um susto quando a Camila pulou nela perguntando se ela estava bem, se tinha a machucando. Luanne disse que estava bem e era pra ficar tranquila.

Camila: Mano, tu é sensacional, papo reto! Fez mais do que o Guto deveria fazer em dois anos! - Ergui a sobrancelha para ela.

Siqueira: Vem cá, me explica uma coisa aqui. - Camila me encarou enquanto a Luanne tinha indo atrás da neném. -  Os caras me disseram que o cara lá foi jurado de morte, mas o Guto não matou, porque?

Camila: Olha, vou te falar, mas tu fingi demência, fechô? - Concordei. - Junior é filho do pastor da rua cinco, tá ligado?

Siqueira: A igreja azul?

Camila: Essa mesma. Um ano e pouquinho, acho que já fez dois anos, sei lá. Luanne era dessa igreja com a mãe, vivia lá dentro. Mas aconteceu que um certo dia, esse garoto chamou a Luanne pra ir levar as lembrancinhas das igrejas lá na casa dele, e ela foi... Chegando lá, ele insistiu para que a Luanne entrasse, aí ela entrou... Papo vem e vai, ele quis ficar com ela, mas a mesma negou e tals. Não achava certo por causa da sua religião, enfim! Aconteceu que ele forçou ela e a molestou...

O ódio me consumiu e a vontade de estoura a cara daquele... Me segura, Deus!

Camila: Ele jogou ela atrás da rua da casa dela, onde foi achava toda machucada. Ela contou para mãe, mas a mesma não acreditou e a chamou de louca. Então ela resolveu contar pra todo mundo e foi taxada de maluca por todos da Maré, os boatos foram grande. Já que ela disse que também era mentira dela por medo de que o pastor lá tirasse o bebê.

Passei a mão na testa.

Camila: Olha, não sei porque o Guto nunca matou dele. E eu sei que tem alguma coisa aí no meio...

Luanne voltou com roupas diferentes, pude ver perfeitamente o pijama que vestia. Seu cabelo estava amarrado e eu a encarei de com a baixo.

Camila: Vou lá ver se o Guto vai voltar pra cá. - Saiu com o celular na mão e eu ainda a encarava.

Luanne: Senta aqui... Vou cuida da sua mão, espera aí! - Saiu e eu me sentei no sofá. Tirei os panos da mão e resmuguei. - Calma...

Ela voltou com uma bacia e um kit de primeiros socorros.

Luanne: Por causa do Guto... Por isso temos isso aqui. - Hum... Ela sentou na minha frente e puxou meu pulso com cuidado. - Isso está muito feio! Tá cheio de vidros na sua mão!

Siqueira: Tô sentindo... - Ela me olhou e eu soltei um riso. Ela revirou os olhos e pegou uma pinça.

Luanne: Vai doer...

Siqueira: Suave...

Ela começou a tirar e eu me segurava pra não xingar. Pior parte foi do álcool, fiote, fui no céu e voltei.

Luanne: Não precisava fazer isso... Olha como está sua mão agora...

Siqueira: Tem esse não! Faria toda hora.

Luanne: Siqueira... Você viu suas mãos?!

Siqueira: Pô, infelizmente não vou pode usar elas por duas semanas, mas tá tranquilo.

Luanne: Obrigada... Obrigada pelo o que fez... E eu sei que a bicuda da Camila já te contou tudo... - Ri.

Siqueira: Vou conversar com o Guto sobre o cara, o vacilão já deveria está sete palmas abaixo da terra!

Luanne: Não é assim que funciona... - Murmurou e eu ergui a sobrancelha.




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