capítulo 5

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Luanne Araújo 📖

O final de semana foi bem tranquilo, graças a Deus! Passei a maior parte do tempo com minha filha e a Camila dormindo. Hoje é segunda, e como de costume, tenho trabalho.

Camila: Eu levo ela hoje, não tem problema.

Neguei.

Luanne: Tranquilo, deixe comigo!

Camila: Poxa, Luanne... - Revirei os olhos e me dei de convencida.

Luanne: Tá bom! Mas qualquer coisa você me liga, já meti o papo!

Ela concordou animada e eu ri pela sua empolgação. Eu não confio em ninguém pra  cuidar da Mel, a não ser a Camila ou o Guto. Tirando eles dois, só deixo que peguem minha filha sobre minha supervisão. Não confio em ninguém, não sei qual é a maldade do ser humano.

Quando terminei de arrumar a Mel, Camila estava sentada no sofá na maior paz mexendo no celular. Bati na sua cabeça colocando o bebê conforto com minha filha dentro em cima do sofá, ao lado de sua madrinha.

Luanne: Tem duas mamadeiras aí na bolsa. Por favor, não esqueça que ele tomar no horário certinho!

Camila: Tá achando que não sei cuidar da minha própria afilhada?!

Ergui as sobrancelhas escutando seus xingamentos.

Luanne: Paro! Sabe que não gosto que xingue dentro de casa. - Peguei minha bolsa e a chave de casa. - Cuidado, beijos! Amo vocês!

Camila: Tchau mamãe... Nós também te amamos! - Fez voz de neném e eu ri saíndo de casa depois de acena. Tranquei o portão e arrumei minha bolsa, comecei a descer a rua e quando ia entrar no beco, quase fui atropelada por uma moto. Meu Deus!

- Caraca, mina! - Eu juro pra vocês, coitado do meu protetor! A moto literalmente está quase em cima de mim, papo dez! Ergui a cabeça ainda com o coração a mil pelo o surto. - Tu tá bem?!

Siqueira desceu da moto e andou até mim, ele me olhou de cima a baixo e eu sacudir minhas mãos tentando me acalmar.

Luanne: Colega! Tu quase me atropelou! - Falei de uma vez e escutei seu riso - Ri não, em! Olha só!

Siqueira: Foi mal! Mas também, tu tem que olhar antes de entra assim de uma vez nós becos. Magina tu aí, com o bebê e sair uns trintas policiais armandos só no sigilo. Vai dá bom não, pô.

Pior que ele está certo, engoli em seco ainda pelo o susto e olhei ele de cima abaixo.

Luanne: Mas vem cá, o que tu tava fazendo descendo nesse beco?! Tu é maluco, é? Só tem escada, irmão!

Ele riu e andou até a moto subindo em cima. Ele ligou e saiu empurrando ela com os pés para o canto.

Siqueira: Caminho mais fácil, pô. Ia ter que subi lá em cimão, da a volta inteirinha, pô... Difícil demais!

Luanne: Aí tu achou melhor descer mais de quinhentas degraus em cima de uma moto?! - Ele concordou. - Tu é o bichão mermo, em...

Siqueira: Mas aí, tá indo pro trampo? - Ele virou a moto ficando de frente o beco. Concordei. - Eu te levo, pô. Veja isso como um pedido de desculpas por quase te atropelar.

Ri e neguei na hora. Não sou maluca!

Siqueira: Vai, pô! Assim não vou em senti mal... - Encarei ele que arrumou o cabelo e lembrei do caminho enorme que vou ter que fazer.

Luanne: Tá... Mas pelo amor de Deus! Eu tenho uma filha! - Ele concordou rindo e eu subi na moto com sua ajuda, coloquei minha bolsa no meio de nós dois e me agarrei nele.

Siqueira: Segura aí, nega. - Só foi isso pra ele acelera a moto de uma vez e eu solta um grito por começamos a subir a escada. Meu Deus do céu!

Luanne: Siqueira! Menino! Socorro! - Só escutava o roncor da moto e os risos dele. Logo saimos na avenida, onde estava cheio de pessoas descendo e subindo. Siqueira arrancou com a moto descendo e eu apertei mais sua blusa. Apesar do medo de cairmos ali na escada, eu gosto da emoção que uma moto pode trazer... - Sabe da grau, Siqueira?!

Perguntei no seu ouvido e logo ele levou a mão até a nuca amassageando.

Siqueira: Sei... Que um grauzinho, Luanne?!

Sorri olhando pelo o retrovisor, vendo que seu olhar estava em mim, mas logo foi desviado. Ele amudeceu os lábios e sorriu.

Siqueira entrava em umas vielas e becos cortando caminho, logo estávamos nos aproximando da barreira. O mesmo colocou a mão na minha coxa, o que fez eu me arrepiar pelo o toque, seus dedos apertaram e eu mordi o lábio.

Siqueira: Segura firme e não solta por nada, fecho?! - Concordei e ele tirou as mãos da minha coxa, escutei o ronco da R1 e logo ele acelerou erguendo a moto. Apertei sua cintura.

Caraca! Soltei um riso e sentir meu coração bater forte pela adrenalina. Que sensação sinistra! Senti o impacto da moto com o chão e logo ele começou a fazer Zig Zag o que fez eu ri.

Siqueira diminuiu a velocidade da moto e foi encostando na calçada.

Guto: Ih... - Me arrumei na moto quando ela parou deixando de segurar o Siqueira. Arrumei meu cabelo e olhei para o Guto que estava no canto da parede junto com mais uns cinco caras. - Tá fazendo o que na garupa desse preto safado, aí?!

Chegou perto e eu ri. Apoei minhas mãos no ombro do Siqueira que arrumou o cabelo.

Siqueira: Bom dia pá tu também, comédia!

Guto: Bom dia né, fila da mãe! - Falou irritado e eu erguia sobrancelha. - Tá achando que não sei tu tá me evitando!

Siqueira: Óbvio, nem tomei café... Acabei de chegar no morro e tu já vem nessa marra!

Guto: Vai nessa, preto! já já corto tuas asas! - Siqueira riu. - Cadê Mel?

Luanne: Hoje vai ficar com a Madrinha.

Guto: Hum... Certeza? Pô, Mel ainda é neném e fica dentro de um salão cheio daqueles bagulho é bom não!

Ladrão: Tu tá querendo fala o que, Guto?! Tu levou a menina com um mês de nascença pra dentro de uma boca de fumo!

Encarei ele que riu e logo fechou a cara olhando para o Ladrão.

Guto: Tua sorte é que eu tô na paz hoje, se não já tinha cortado tua língua fora! Vaza daqui!





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