10 | Me and The Devil

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Me and the devil
Walk-in' side by side

—Soap&Skin


8 anos depois

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8 anos depois...

O meu mundo desmoronou, em um segundo, e eu não tinha mais nada. Nada.

Tudo o que eu poderia ter direito estava se esvaindo das minhas mãos, e eu sabia que, se iam pegar as propriedades do meu pai, ou o que restava da empresa, o que eu tinha era o dinheiro da minha poupança.

Não havia nada, além daquilo. E poderia não ser uma miséria -definitivamente, não era-, mas ainda era muito pouco, comparado ao que eu tinha, até semana passada. O dinheiro na minha conta não era suficiente para pegar nem uma das propriedades do meu pai de volta -nem mesmo o loft, no centro da cidade-.

Nada.

Eu não tinha mais, praticamente, nada. E eu teria que abrir mão das minhas especializações e do que eu ainda pretendia estudar, para começar a trabalhar em algum escritório.

Por mais que o dinheiro fosse suficiente para que eu vivesse por alguns poucos anos, era muito arriscado ficar parada, esperando ele sumir.

—Sabe que se precisar de mim, para mais alguma coisa... -Adam, o advogado, tentou falar.

Balancei a cabeça, me sentindo derrotada. Me sentindo triste e irritada com tudo o que estava acontecendo, porque eu sabia que nada daquilo teria começado, se eu não tivesse aberto a minha porta para o maldito William Young.

Metade das propriedades do meu pai se foram apenas para pagar os seus advogados, ou para que eles pudessem chantagear os jornalistas que queriam quebrar o sigilo do seu processo, e o que restava foi bloqueado, agora. Porque ele cometeu crimes fiscais, além de tudo.

Além de tudo, a porra do Governo tinha direito de confiscar tudo e levar à leilão.

A minha garganta se fechou e acho que meus olhos estavam ardendo, mais uma vez. Foda-se. Eu não tinha mais como chorar, porque eu já tinha feito aquilo demais, ao longo dos anos.

Eu estava sem meu pai. Mais que isso, quando ele foi preso, Andrew morreu, para mim. Ele morreu e nem se conseguisse sair da cadeia, eu poderia amá-lo novamente.

Eu não tinha mãe. Os meus amigos, com exceção de Valerie, eram todos superficiais e me entediavam. A família da minha mãe morava em Nova Iorque e eu odiava aquela cidade demais, para querer buscar apoio com eles. E a do meu pai simplesmente não existia, ao menos, não para mim.

Eu estava sozinha. Solitária. Miserável.

E era tudo culpa dele.

—Eu só preciso saber quando a casa vai a leilão. Essa e a do lago. -falei, sentindo uma tristeza me tontear- Com as outras propriedades, eu não me importo.

As únicas que eu tinha memória afetiva e longa eram essas duas. Onde eu conseguia lembrar da minha mãe em casa detalhe, das amigas do ensino médio e.... até mesmo daquele desgraçado. Eu fui infinitamente feliz, nelas. E eu queria saber quem ia comprá-las, quando fosse acontecer.

—Grace...

Sua expressão não foi boa. Eu sabia que viria merda. Eu sabia, mas, meu Deus do céu...

—As duas já foram compradas, ontem. Achei que soubesse.

Se eu já estava tão derrotada, isso nem importava tanto. Apenas um chute, em um cachorro morto.

—Você conhece o comprador?

Adam fez que sim com a cabeça, e ele estava tão tenso, que eu me perguntei que porra era aquela. Qualquer um poderia comprar. Eu ficaria chateada com quem quer que fosse, porque elas deveriam me pretender. Me pertencer e apenas à mim.

—William. - disse, e o seu rosto era trêmulo, porque ele não queria me causar mais dor, mas sabia que era impossível, ao completar — Young.

Desejo Cruel (+18)Where stories live. Discover now