Uma quedinha em você

Desejo

— Por que concordei com isso de novo? – Rafaella grunhe enquanto ajuda Gizelly a carregar um pesado baú de madeira com acessórios de ferro no meio do maior shopping center de National City.

— É uma liquidação! Você tem que comprar algo em uma liquidação! – Gizelly sorri de orelha a orelha enquanto também luta para carregar o baú.

— Preciso sentar. – Rafaella diz – Por que esse shopping é tão grande?

— Ok, ok, vamos sentar perto do bebedouro. – Gizelly aponta com a boca para o bebedouro que está apenas alguns passos à frente delas.

A fonte de água interna era redonda e grande, e já havia alguns compradores encostados nela e relaxando. A estátua de mármore de um peixe no meio da fonte também jorra água pela boca. Depois de colocar cuidadosamente o baú no chão, Rafaella se senta na saliência e percebe um menino jogando uma moeda no bebedouro. Então, ela vê Gizelly remexendo nos bolsos.

— Rafaella, você tem moedas?

— O que você vai fazer? Um desejo?

— Duh, é uma fonte. Você tem que fazer um desejo!

— Não sei se tenho alguma... – Rafaella abre a bolsa e começa a procurar. Ela sabe que não tem nada na carteira, mas talvez haja alguns trocados no fundo da bolsa, então ela continua cavando.

— Você acha que se eu tirar algumas moedas da fonte, posso reutilizá-las para o meu desejo? – Gizelly pergunta enquanto mergulha a mão na água, mas leva um tapa de Rafaella imediatamente.

— Não! Isso é má sorte! Também moralmente questionável, para não mencionar, provavelmente ilegal?

— Sério? Tirar algumas moedas da fonte é ilegal? – Gizelly pergunta.

— Não é tecnicamente roubo?

Gizelly olha para Rafaella com um sorriso travesso enquanto ela mergulha a mão de brincadeira nas águas novamente e Rafaella dá um tapa ainda mais forte.

— Pare! Vou encontrar as moedas para você! – Ela repreende rindo e continua procurando moedas.

Gizelly se senta ao lado de sua colega de quarto e bate no baú de madeira.

— Você acredita que esse bebê custou apenas 20 dólares?

— Não acredito que estou carregando esse seu bebê só porque você não quer pagar a taxa de entrega. – Rafaella balança a cabeça.

— Só a entrega custa mais que o baú! É uma loucura, é assim que eles te pegam.

— Por que você precisa de um baú de tesouro, afinal? – Rafaella pergunta.

— Combina com a estética do apartamento.

Rafaella para de procurar por alguns trocados e olha para Gizelly.

— Que estética? O apartamento é uma mistura de móveis modernos e antiguidades. Na verdade, sua única estética é a confusão.

— Portanto, o baú. O que é mais confuso do que ter um baú de tesouro aleatório no meio da sala?

Rafaella apenas ri levemente de como Gizelly sempre tem que responder tudo. Até o raciocínio dela é ridículo. Ela finalmente encontra duas moedas e dá a Gizelly.

— Uma de 25 centavos e 50, aqui está.

Gizelly pega a moeda, pisca para Rafaella e joga na fonte.

— O que você desejou? – Rafaella pergunta, ainda segurando a outra moeda.

— Não posso dizer ou não se tornará realidade. – Gizelly responde com um sorriso provocador.