Cafe da manhã

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POV Wednesday

Ignoro minha coluna me xingando e continuo com Enid no colo, ninando-a até que seus músculos relaxam e sua respiração se estabiliza.

Mantenho meus movimentos por mais alguns minutos, me certificando que ela realmente dormiu, mas acabo notando sua pele arrepiada e ela, tremendo ligeiramente. Então, com cuidado, me levanto e deposito Enid no sofá, que, por sorte, é um sofá-cama e abro o mesmo, saindo em disparada ao quarto, buscando um edredom ou cobertor. Pego o cobertor mais quentinho, o que tem uma caveira lilás estampada, e volto correndo para a sala, encontrando uma Enid encolhida de frio.

Me apresso e coloco o cobertor sobre ela, enrolando-a, para aquecê-la. Seu rosto dormindo é tão sereno que não resisto ao impulso de tirar uma mecha de seu cabelo e sua expressão passa a ser de susto, mas, quando começo a deslizar a ponta dos dedos sobre sua bochecha, ela relaxa o corpo novamente, me fazendo não resistir e sentar ao seu lado no sofá-cama para continuar fazendo carinho nela, mas agora começo um cafuné delicado em seus cabelos, para ela não acordar e eu sorrio feito trouxa ao vê-la se aconchegando em mim, pedindo, silenciosamente, por mais cafuné, como se fosse um filhote de gato manhoso.

[...]

Acordo assustada com uns barulhos e noto que é Enid quem está fazendo. Ela está resmungando alguma coisa, com uma cara nada agradável, parece triste. Tão diferente de horas atrás, quando se aninhou em mim, pedindo carinho.
Automaticamente, me deito ao seu lado (com minhas costas reclamando, já que eu dormi sentada) e começo novamente a passar meus dedos entre seus fios.
-Shiu, Nini. Tá tudo bem, eu tô aqui, bebê! - Digo, tentando acalmar ela da maneira mais patética do mundo. E, surpreendentemente, sua expressão começa a suavizar e os resmungos ficam mais baixos e eu a puxo para meu colo, mantendo a carícia suave em seu cabelo.

Aos poucos, seu corpo relaxa novamente e eu deixo um beijo em sua testa e ela se acomoda com o rosto sobre meu peito. Sorrio, me sentindo estranhamente confortável.

[...]

-MAS QUE PORRA? - Aquele grito faz eu dar um pulo e cair de cara no chão.

-Que foi? - Pergunto assustada, procurando algum intruso e não encontrando nada.
-A gente dormiu aqui? Juntas? - Ela pergunta confusa, segurando a toalha com força e eu não consigo segurar o impulso de revirar os olhos.

-Sim, Enid. Mas eu não fiz nada. Nem te toquei. Você dormiu enquanto chorava e eu acabei pegando no sono no sofá também. Apenas isso. - Digo, suspirando e esfregando meu rosto, onde eu bati no chão e tentando espantar o sono que já me domina novamente. - Ah, você também teve um pesadelo e eu te acalmei, mexendo nos seus cabelos. Não precisa surtar.

-MAS EU TÔ SEM ROUPA NENHUMA! - Ela grita com uma voz extremamente aguda e eu levo as mãos aos meus ouvidos, tentando protegê-las.

-Não grita! Você quer me deixar surda? Já disse que eu não fiz nada, nem fiquei olhando nada. Não sou nenhuma pervertida! - Esbravejo e ela encolhe os ombros em uma postura acuada, me fazendo amenizar minha explosão.- Desculpa, pequena. Vou mostrar onde você vai dormir e separar algumas roupas que acho que servem em você. Vem comigo?- Estico minha mão, em um pedido mudo e ela, com medo, segura sua toalha com uma mão e, com a outra, ela encontra minha mão estendida.

Em silêncio e acariciando o dorso de sua mão com nossos dedos entrelaçados, seguimos pelo corredor, logo chegando até o quarto que eu não esperava ocupar tão cedo. Com minha mão livre, eu abro a porta, revelando um quarto com as paredes roxo claro, uma cama de casal com roupa de cama em tom azul bebê, com alguns bichinhos de pelúcia; de frente para a cama, fica uma cômoda também em tom roxo; No chão, ao lado da cama, há um tapete infantil de PVC com vários animais brincando na neve (mídia), próximo a um baú infantil rosa claro com um unicórnio rosa e um arco-íris desenhado.
-Esse é o quarto da sua filha? Ela não vai se importar? - A vontade de rir é inevitável, mas consigo controlar e apenas sorrio de lado.

LittleSpace(Wenclair) G!PWhere stories live. Discover now