Chapter Eighteen

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ෆ Noah Urrea ෆ 

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ෆ Noah Urrea ෆ 

     Tinha que estar aqui em algum lugar.

     Eu estava vasculhando meu armário, tentando encontrar minha jaqueta jeans preta para vestir esta noite. Havia um novo filme de terror passando na cidade e, à luz da obsessão de Sabina com todas as coisas assustadoras, eu disse a ela que a levaria. Só que o filme começava em pouco mais de uma hora e não conseguia achar minha maldita jaqueta.

     Eu estava puxando caixas das prateleiras e jogando no chão. Havia cabides por toda parte, como se meu quarto tivesse se transformado em uma venda de garagem fora de controle. Estava vasculhando as caixas na prateleira de cima, sabendo muito bem que minha jaqueta não estaria lá, quando encontrei uma caixa azul. Vê-la meio que tirou o ar dos meus pulmões. Eu segurei em minhas mãos e afundei na minha cama.

     Lentamente, tirei a tampa.

     Tudo estava lá. A primeira bola de futebol que meu pai me comprou. Fotos Polaroid de nós dois em meus jogos de futebol quando criança. Minhas velhas chuteiras, camisetas, troféus. Era uma caixa de memórias que eu esqueci que ainda tinha.

     Minha mãe entrou correndo no meu quarto.

— Noah! O que foi isso... O que aconteceu aqui?

     Eu não conseguia tirar os olhos da caixa. Peguei uma foto. Meu pai e eu estávamos sorrindo para a câmera. Eu tinha perdido meus dois dentes da frente e meu cabelo estava comprido, cobrindo meus olhos. Acho que tinha nove ou dez anos quando ela foi tirada. Eu ainda podia sentir o cheiro da grama e sentir o braço do meu pai no meu ombro. Ele parecia tão feliz. Tão orgulhoso. Nós dois estávamos.

     Minha mãe se sentou ao meu lado na cama e colocou a mão na minha.

— Sempre adorei essa foto — disse ela. — Sabe, seu pai ainda fala sobre esse dia o tempo todo. É um de seus favoritos.

— Meu também.

— Ele estava tão orgulhoso de você, Noah. Ele ainda está.

     Coloquei a foto de volta na caixa e peguei outra. Minha mãe estava nesta. Era o segundo ano, depois que entrei no time de futebol da escola. Foi meu primeiro jogo e meus pais vieram assistir. Eles se sentaram nas arquibancadas e me lembrei de como podia ouvir a voz do meu pai gritando por toda a multidão. Tiramos essa foto depois de termos ganho o jogo. Ela ficava na mesa do escritório do meu pai até que ele a substituiu por uma nova. Eu a mantive aqui, trancada nesta caixa.

     Minha mãe apoiou a cabeça no meu ombro. Eu sabia que ela estava se lembrando daquele dia também. Parecia uma vida diferente, uma linha do tempo diferente onde tudo era semelhante e diferente ao mesmo tempo. E pela primeira vez, esta pequena, pequena parte de mim sentiu falta do meu pai. Senti falta do peso de seu braço no meu ombro.

The Upside of Falling (Urridalgo Version)Where stories live. Discover now