AFETROPIA ੈ✩‧₊˚ 𝒢𝒾𝓁𝒷𝑒𝓇𝓉 𝐵𝓁𝓎𝓉𝒽𝑒

✦ goodbye

ೃ⁀➷ 𝒢𝒾𝓁𝒷𝑒𝓇𝓉'𝓈 𝓂𝒾𝓃𝒹

Eu já havia sentido a dor de uma perda duas vezes na vida. Porém, dessa vez era diferente. Porque eu a perderia. Como se fosse parte de uma lista de excluídos do parque diversões.

Nos últimos meses, quando imaginava meu futuro, Sienna estava presente em cada uma das cenas.

Nós iríamos para faculdades próximas. Eu a buscaria todos os dias e nos iríamos para algum restaurante californiano e passaríamos o resto dia juntos. Eu a pediria em casamento na formatura. Nós iríamos comprar uma casa e viveríamos juntos. Seria assim. Simples.

Mas agora que sei que isso nunca vai acontecer, eu perco o ar. E acho que a parte que mais me magoa é que não vou vê-la sendo feliz.

Se Sienna chegasse para mim e falasse que amaria se casar com outra pessoa, eu ficaria feliz por ela, por mais que uma parte de mim fosse morrer.

Tudo o que queria era vê-la feliz. E isso não ia acontecer.

O dia da despedida de Sienna finalmente havia chegado, e eu me encontrava em minha cama com o travesseiro molhado há alguns dias.

— Posso entrar? — Mary bateu na porta, e assim que passei a mão pelos olhos, fiquei assustado. Estava magra e sua pele precisava de sol. Senti uma culpa por estar chorando ao vê-la assim, mas sabia que ela diria algo para tentar me fazer sentir melhor, porém receava de que dessa vez não fosse funcionar.

— Claro — fui em direção até ela e a ajudei a sentar na cama.

Nós ficamos de frente um para o outro e ela colocou uma de suas mãos em minha bochecha, virando um pouco sua cabeça e deixando alguns de seus cachos escuros caírem.

— Ah, Gilbert, tenho tanto orgulho de você. — ela disse em um tom mais triste do que feliz. — Me parte o coração te ver assim. Você é tão jovem, tem tanto pela frente. Vai conquistar coisas incríveis ainda.

Eu assenti e forcei um sorriso, segurando sua outra mão.

— Obrigado, Mary, é só que... — eu tentei falar, mas parei pela lágrima que estava por vir.

— Eu sei, querido, eu sei. — ela me interrompeu. — Quando me separei de Sebastian, achei que meu mundo fosse acabar, e realmente acabou até nos reencontrarmos. — ela deu uma pausa e respirou, dando um sorriso esperançoso, como se o que estivesse prestes a falar fosse um remédio de cura. — Existe uma palavra muito bonita que aprendi com a minha mãe, afetropia. É quando aquele mesmo sentimento não se limita e habita sua alma. Um sentimento mais forte do que o normal. É a fusão do sentir na sua mais pura essência. Não é excesso, é transbordar sentimento. Você eleva suas emoções sobre aquilo. É a palavra mais bonita que existe. É aquilo que vivi com Sebastian e que você com certeza viverá com Sienna.