Prólogo

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Choi Yeonjun era um libertino.
Um dos maiores libertinos do reino e, isso não era segredo para ninguém da corte; o rapaz gostava de usar como desculpa a velha história de que usufruía de sua boa saúde e aparência em atos libidinosos com o propósito nobre de honrar os seus dias de juventude, levando em conta que não sabia quando eles chegariam ao fim..., claro que isso é besteira, pura abobrinha; história para boi dormir. Como muitos costumam dizer, o jovem se beneficiava do seu "nome", sobretudo, de um título de grande peso entre os nobres, como um bilhete de ouro que o garantia convite para todos os bailes da temporada.

Com as mãos atrás do corpo, postura ereta, como lhe foi ensinado no colégio para jovens cavaleiros da alta sociedade, ele arrancava suspiros por onde quer que passava, ocasionando em um atraente sorriso malicioso que pairava entre seus lábios fartos. Ainda que houvesse mexericos a respeito de seus casos em cômodos alheios, nunca ocorreu do mesmo compartilhar uma dança com sequer jovem debutante, isso causava ainda mais alarde, supostamente por parte das mães enfurecidas que almejavam arranjar suas filhas para nobre rapaz. Deus o perdoe, mas somente pensar, foi o suficiente para que ele rolasse os olhos.

No fundo do seu ser, o conde de Belfast sempre ponderou a possibilidade de não ser digno do amor, considerou que nos seus vinte e cinco anos de vida, nunca pôde compartilhar uma conexão sincera com ninguém por causa dele mesmo. Entretanto, há quem diga que isso seja graças à sua mãe, a condessa viúva, mexericos de boa parte do reino apontavam a senhora Choi como a maior culpada pela postura inadequada do filho. Sendo assim, ela não teve outra escolha senão recorrer a um aliado, um tutor estudado, vindo diretamente de Oxford, com o único propósito de orientar o jovem conde — se lê educar.

Eventualmente, àqueles dois jovens estavam fadados a se encontrar, por um momento, antes mesmo que Yeonjun pudesse terminar de descer os dois últimos degraus da escada, ele o viu, acuado, encolhido do outro lado da sala, com uma pequena mala em mãos. Os olhos afiados do jovem conde poderiam ter sido mais discretos, porém, como todo bom artista, seus olhos não puderam deixar de admirar o cabelo laranja que estava sendo escondido por um chapéu sem graça, assim como todos os outros itens do código de vestimenta dos cavaleiros. — céus! Não eram nem sete da manhã, e já havia perdido as contas de quantas vezes teve que rolar os olhos, desde os estábulos, ele diria... mas isso não é assunto para ser colocado em pauta. Voltamos ao garoto misterioso:

— Nesta casa temos um jardineiro, cozinheiro, cocheiro, faxineiras, empregados em geral, um mordomo e um criado pessoal, que é você!

Enquanto abria as janelas do casarão, a senhora não parava de dizer onde ele não poderia ir. Talvez, Beomgyu deveria ter prestado atenção, mas como ele poderia?! Foi só virar o rosto delicadamente para o lado esquerdo, e lá estava ele o observando, tentando entender quem era aquele intruso em sua casa. Por um breve momento, Beomgyu quis rir porque era engraçado um homem adulto se esgueirando em sua própria casa, apenas para ver o novo servo. Todavia, não era um garoto qualquer, não... algo naqueles olhos estreitos dizia que seria muito além do que um simples trabalho.

Yes Sir - YeongyuWhere stories live. Discover now