Entrelaçados

Dúvida, desespero e decepção.

-Fiquei com você algumas horas, Richard. Devo admitir que aquela roupa de hospital, com seu bumbum de fora, te deixou bem sensual. Até duvidei da minha masculinidade por uns minutos. Você estava irresistível, Richard! - diz Paul, fazendo todos rirem, deixando meu pai vermelho como um tomate.

-Vai se foder, Paul! Eu sempre soube que tinha uma queda por mim, mas assumir isso na frente de minha esposa, não foi legal de sua parte. Nosso relacionamento termina aqui! Me senti invadido…

-Ah! Depois de ficar desacordado e com aquela roupa com o rabo de fora, eu me sentiria invadido também…

-Vai se foder, seu filho da puta! - diz meu pai, rindo.

Conversamos um pouco mais e, em seguida, Paul sai com Meg e Selena.

Eu já havia combinado com Paul de deixar alguns seguranças com eles. Paul foi contra no primeiro minuto, alegando que qualquer um que se aproximasse de Meg, ele o mataria sem piedade, mas acabou aceitando, depois de muita insistência.

Nos sentamos na sala de jantar e meu pai dá início à conversa.

-Bem, eu já disse isso para vocês, mas quero reforçar que serei eternamente grato à tudo o que fizeram por mim. Se estou aqui, é porque vocês fizeram a diferença, vocês me mantiveram em segurança. Eu serei eternamente grato por isso!

-Sempre daremos o nosso melhor por você, coroa. Deveria saber disso! - diz James. - Não há motivos para agradecer. Nós não fizemos nada extraordinário, pai. Fizemos aquilo que todo filho, que ama seus pais incondicionalmente, faria.

Meu pai fica em silêncio. Tenho certeza de que ele ficou reflexivo sobre as palavras de James. Já que Thomas, como filho, agiu ao contrário.

-Eu concordo plenamente com meu irmão, pai. Mamãe e você merecem o nosso melhor sempre. Assim como vocês sempre fizeram o melhor por nós. E eu jamais irei medir esforços para mantê-los bem e em segurança. -digo.

-É isso mesmo, Richard. Nada de agradecer, somos uma família e estamos aqui um pelo outro. -diz minha mãe.

-De qualquer forma, muito obrigado! Eu amo vocês.

Mais uma vez o silêncio se fez presente.

-O motivo que eu os chamei aqui, é para falar sobre o que aconteceu naquela noite. Eu nunca escondi nada da mãe de vocês e acho que ela merece saber toda a verdade. - diz meu pai, olhando para o porta retrato na mesa, com a foto de nós quatro juntos.

-Eu concordo! -diz James.

-Sim. Acho que a mamãe merece saber. - digo.

-Certo. Então começaremos desde o início.

Meu pai começar a contar, pausadamente e muito calmamente tudo que aconteceu, desde a descoberta dos primeiros roubos de Thomas, até a noite que o fez ter um IAM.

Minha mãe, põe as mãos na boca, em sinal de sua surpresa.

-Richard, você está fazendo uma acusação muito séria ao nosso filho. Tem certeza de que foi ele quem desviou tudo isso? Não existe a possibilidade de ser uma outra pessoa? Eu não consigo acreditar! - diz minha mãe, andando de um lado para o outro.

A reação de minha mãe, é uma mistura de dúvida, desespero e decepção.

-Mãe, foram meses investigando e, na noite em que nos encontramos com Thomas, ele confessou. -diz James. 

-James, Thomas e você nunca se deram bem. Você não está aumentando, meu filho? Não sei se seu irmão seria capaz de tudo isso. O que você acha, Oliver? - pergunta minha mãe incrédula e desesperada, ao mesmo tempo em que vejo James mudar completamente seu semblante, que antes era calmo, agora está sério.