UMA MÃE PARA O FILHO DO CAFAJESTE

Capítulo 10

Álvaro

— Você é a namorada do papai?

Miguel pergunta, então, a confusão começa. Eu começo a tossir, Sophia abre a boca, os olhos ficam vidrados em espanto e ela também começa a tossir. A única que parece bem normal e calma, é dona Angelina, que tem nos olhos a mesma expectativa do meu filho.

Porra!

Por fim, Sophia responde:

— Não sou namorada dele.

— Hum... — diz Miguel, torcendo o biquinho vermelho — Você quer nadar comigo? — pergunta ele, os olhos esverdeados faiscando, enquanto afasta da testa um cacho de cabelos, usando todo seu charme herdado de mim.

— Deixa eu pensar... — Sophia aperta de leve o nariz de Miguel — Acho que vou, sim. Só vou lá dentro vestir meu biquíni e já volto. Tudo bem?

Miguel começar a saltitar, aplaudindo, muito satisfeito. Observo Sophia abrir caminho pela multidão de funcionários do bufê e da decoração, quando ela some de vez, ouço o arranhar de garganta da minha mãe, seus olhos me analisam.

Respiro fundo.

Caramba!

Agora eu não tenho escapatória.

Ela vai me perguntar...

Ela vai cavar a fundo...

Ela vai querer saber toda história...

— Querido, vou verificar como está o almoço. — espera, o quê? Essa é mesmo minha mãe? — Divirtam-se na piscina, meus meninos.

Eu apenas assinto, enquanto ela deixa um beijo na cabeça de Miguel, e some pela porta do fundo. No fundo, eu sei que posso ter escapado agora, mas muito em breve, minha mãe me fará contar tudo. Nos mínimos detalhes.

— Papai, pega eu! — Miguel grita e o pego no colo, pulando com ele na piscina, quando o solto, ele atira água em mim, animado.

Meu filho sempre foi apaixonado por água, motivo esse de eu o ter matriculado na escola de natação bem cedo, e mesmo assim, está com boia, para ele não correr perigo ao ter contato com a piscina. Quando ele está na outra borda. Decido fazer minha imitação de tubarão – mergulho, boto as mãos no alto da cabeça e nado em direção a ele.

Mas paro na metade da piscina, pois ele grita, eufórico.

— A Sophia chegou!

O meu erro é olhar para ela de imediato.

Não é porque tenho 32 anos de idade, mas o meu coração quase para ao olhar a cerejinha de biquini. Desculpe-me pelo palavreado, mas puta que pariu. Vai ser gostosa assim lá no inferno. Suas pernas parecem mais longas e torneadas. Os dois triângulos superiores, forma um vale perfeito entre seus seios. E para completar a visão perfeita, seus cabelos vermelhos estão soltos.

Álvaro, pare de secar a mulher...

Comporte-se.

Tentando reaver minha compostura, afasto meus cabelos molhados da testa e foco em seu rosto.

— Gostou da minha imitação do filme Tubarão?

— Foi interessante. — responde ela, dando de ombros, enquanto entra na água — Mas tenho certeza de que faço melhor.

Ela dá um sorriso torto e ergue uma das sobrancelhas, num sinal claro de desafio.

Ah, cerejinha, é esse o seu jogo?