Capítulo 36 - Disfarce

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Ficamos um tempo sentados na sala do diretor, enquanto esperávamos o tempo passar o suficiente para recebermos respostas. Meu irmão entrou com tudo em sua sala.

— Ah, aí estão vocês — disse meu irmão quando nos viu.

Ele veio para perto de mim e me deu um abraço. Sem querer dei um leve choque nele pois não esperava por isso.

— Aí — ele disse. — Fiquei preocupado com você, não te encontrava em lugar algum. Aí eu vi você lá em cima, com a venda nos olhos que nem no dia em que te levaram e senti um tremor no meu corpo inteiro. Não quero te perder de novo minha irmã, você é a única parte da nossa família que é boa.

— Eu não ia ser raptada de novo eu só queria que vocês os vissem e queria ouvir algo que eles disseram, mas a única coisa que sei é que eles foram pagos pelo governo para fazerem isso, mas eu não sei o que exatamente.

— Eu já sei, primeiro Eyder me desculpa, foi totalmente culpa minha.

— O que? — Eyder perguntou.

Reid mordeu o lábio.

— O que Reid? — perguntou Eyder batendo o pé impacientemente.

— Foram aquelas pessoas da sua última missão, foram elas as culpadas.

— Todas elas?

— Na verdade não, a criança e a mulher foram descobertas sem querer pelo governo e como estavam passando por um momento de crise, resolveram usar-se deles, para a criança não ser levada eles teriam que tentar descobrir para onde nós vamos e como surgimos com as missões, por isso há as missões de explorações e não só de resgate. Acabou que eu deveria ter olhado mais na missão, a culpa é inteiramente minha.

— Então aquele cara era do governo?

— Exatamente, e normalmente a mãe faz qualquer coisa por seus filhos, é lógico que eu e Ayra somos uma exceção e você é outra, mas nesse caso ela é mãe mesmo, fez de tudo para proteger a criança. E ela tinha que fazer o que mandavam, fez de tudo para proteger, e acabou vindo para cá, falei que iríamos fornecer a ajuda a eles mesmo que tenham traído nosso lugar, até porque eles ainda nem sabiam que esse lugar existia até pouco tempo atrás.

— O cara está preso? — Eyder perguntou.

— Sim — disse meu irmão, eu senti a expressão dele escurecer e ele falou em tom até mais grave.

— O que foi? — Eyder perguntou.

— Eu... eu... eu me sinto culpado, se eu não tivesse feito daquele jeito às pressas só para você ficar longe da minha irmã, nada disso teria acontecido, e isso é o que me assusta, entende? Eu causei o que aconteceu com você, Ayra — ele olhou no meu olho — foi por eu estar desesperado para deixar Eyder bem longe de você. Eu fui egoísta, me preocupei com coisas tolas.

— Está tudo bem, meu irmão — eu disse tentando acalmá-lo.

— Então, no fim eu estava certo com a minha teoria — disse Eyder.

— Sim, você até que estava certo. Mas não completamente, pois a criança e a mulher só foram usadas pelo governo porque foram descobertos, mas eles nunca quiseram fazer nenhum mal. Inclusive eles já estão amando este lugar.

— Agora que o governo chegou aqui devemos nos mudar imediatamente, não é?

— A Ilha já entrou em modo viagem rápida, mas mesmo assim ela ainda é lenta, vamos tentar sair desta parte o quanto antes, só que não sabemos o quanto eles conseguiram informar sobre nós, já teve o cara que veio antes eu ainda não sei se ele estava em contato com alguém, mas eu vou descobrir, enquanto isso a ilha se move e uma hora conseguiremos ir longe o suficiente, só teremos que ter esperanças e pedir a Deus que de tempo.

Olhos BrancosWhere stories live. Discover now